Dá para perceber aqui no Festivalando (e na vida) que o Wacken, Hellfest e Graspop são três dos festivais de metal mais cobiçados pelxs headbangers brasileirxs, de uma forma geral . É sobre eles que mais surgem perguntas. É nos posts que falam sobre eles que temos uma maior audiência. Nós estivemos no Wacken 2014, Hellfest 2015 e Graspop 2016. Refletindo sobre as nossas experiências em cada um, as semelhanças e diferenças. Assim, pudemos fazer um comparativo festivais de metal, para ajudar quem ainda está indeciso.

De alguma forma, os lineups dos três e a forma como o organizam está cada vez mais parecida. Embora no quesito porte o Wacken ainda seja o maior deles, enquanto o Hellfest e Graspop guardam mais semelhanças entre si. São festivais que dão atenção, quase sempre proporcionalmente, aos vários subgêneros do metal. Pode-se dizer que os três privilegiam um caráter de lineup misturado, mais geral e com headliners que estão em voga. Por isso acabam atraindo um público parecido. Assim, quem curte metal e nunca foi a um festival lá fora pode ficar muito na dúvida sobre em qual destes festivais ir.

Podemos dizer que, a nota geral deles quase sofre um empate técnico. Mas existem vários critérios e ângulos que podem fazer o desempate, dependendo do gosto e da vontade de cada pessoa. A ideia deste post é tentar traçar um perfil geral de cada festival. Para isso, vamos comparar critérios de praticidade, apelo turístico, aspectos organizacionais e financeiros de cada um deles. A gente fala como é – pois já fomos nos três, em anos diferentes, e passamos a bola para você. Só posso dizer que: nesta disputa do seu metalheart festivaleiro, que vença o melhor!

Wacken – é o ‘must go’ dos festivais, mas requer altos níveis de resistência

Wacken é festival para festivaleirx de alta performance, rs. Requer uma resistência brutal, pois é o maior festival de metal. Isso significa que, as distâncias percorridas são maiores – principalmente entre os palcos!!! O número de pessoas envolvidas na confusão toda é maior e, além disso, quando não faz um calor surreal na Alemanha, rola uma chuva brutal que deixa tudo encharcado. Apesar de tudo isso, é um festival emblemático demais para ser ignorado por alguém que curte metal. Alguns aí até dizem que é a “Meca” do metal. E quando a gente pensa que os ingressos são completamente vendidos mesmo antes do anúncio do lineup, há de se convir que existe uma confiança quase religiosa, uma devoção ao festival, de fato.

Emblemático, mas não tão prático

Não só é um festival emblemático, como também é muito bem organizado. Porém, em termos de praticidade, o Wacken não é um dos melhores. O vilarejo de Wacken fica no meio do nada. A Estação de trem mais próxima está a meia hora de lá e, em geral, não possui ampla oferta de horários, principalmente na madrugada. Achar acomodação em Wacken é missão impossível. As poucas opções lá dentro mesmo – inclusive Airbnb, já estão reservadas com um ano de antecedência. Por isso, tem que correr pra ver isso antes mesmo de se comprar o ingresso. As cidades próximas também possuem poucas opções.

No entanto, hospedar-se nas cidades próximas e contar com o transporte público ou com o transporte do festival pode ser muito cansativo e incerto. Os preços de táxi não são tão camaradas, além de tudo. Por isso, digo que o Wacken é um festival para acampar. Outras opções só dificultam a sua vida. De qualquer forma, fizemos aqui neste post um guia sobre onde ficar em Wacken, para se organizar o mais rápido que puder.

Turismo com Vacas, que tal?

Wacken também oferece pouco valor turístico. Não há nada por perto para visitar. São quilômetros e quilômetros de pastos com vacas. Algumas casas e logo mais pasto e vaca. É claro que passeio no vilarejo e contato com o pessoal de lá é super massa, ainda mais porque existem moradores que são artistas e exibem seus trabalhos, artesanatos e também há muita gente se divertindo, fazendo bares improvisados em casa e tudo mais. Vale muito a pena, sem dúvida. Porém,não dá para falar que você vai ali ver o muro de Berlim de manhã e de tarde volta pro Wacken.

O maior é também o mais barato

Com relação aos custos, o festival é o que sai mais barato aqui na lista. Calculamos aqui neste post que, no modo econômico – ou seja, com passagens aéreas e ingresso, mas sem luxo na alimentação, estadia e transporte, você consegue viajar para o Wacken com pouco mais que 4mil reais.

A gente também avaliou outros quesitos do festival detalhadamente neste post aqui. Neste quadro aqui em baixo você vê a nota que ele ganhou em nosso Festivalômetro para cada um dos itens avaliados.

Hellfest – é legal demais, porém, requer altos níveis de paciência

O Hellfest é um festival bem menor do que o Wacken, com níveis menores de aglomeração. A distância entre os palcos é confortável. Em termos de visual, o Hellfest tem um apelo mais teen, digamos. O camping do festival é mais organizado e tem opção de alugar tendas, o que torna a vida das pessoas muito mais fácil. No entanto, o Hellfest é um festival cheio de obstáculos – em geral, as pessoas não falam inglês, nem fazem esforços para tanto. Além disso, o festival deixa muito a desejar em termos de organização. Existe um tumulto absurdo na fila do transporte para Clisson e Nantes, o que é lamentável.

Vantagens gastronômicas

Apesar dos vários deslizes de organização, o Hellfest tem várias vantagens. Entre elas, uma das melhores ofertas de comidas em festival – muito bem feitas, com variedade e super saborosas. Além de ter um bar que vende só vinhos! E não é qualquer vinho – são vinhos franceses produzidos por moradores da região. O que é ainda melhor, os vinhos são muito baratos e você ainda pode ficar com o copinho especial do festival para você. O metal market do Hellfest é grande e mais organizado que o do Wacken, ou pelo menos não tão disperso.

Prático em termos

Em termos de praticidade, o Hellfest é um pouco melhor do que o Wacken, pois se pode chegar de trem muito perto do festival. Da estação até o festival, ficam várias vãs de transporte. Há uma boa oferta, só não há muita organização. As informações também podem ser de difícil acesso, tipo o preço do transporte, ou horários de trem que mudam e que não são atualizados no quadro. Ah, existem atrasos recorrentes nas estações.

Também  possui considerável oferta de acomodações em cidades próximas, como Nantes. E algumas possibilidades que também se esgotam muito rápido em Clisson. Aqui neste post damos mais detalhes de onde você pode ficar em Clisson ou Nantes.

Dá show em turismo

Já com relação ao valor turístico, o Hellfest ganha de todo mundo aqui nesta lista. Clisson é uma cidade linda, com castela, igreja e lugares históricos para visitar. Além disso, fica pertinho de Nantes, que é outra pérola da França. Uma cidade linda, cheia de atrações, como a gente te contou aqui.

Preço ainda acessível

Quando falamos da questão financeira, viajando de maneira econômica, você vai gastar entre 4,5 mil e 5mil reais. Ou seja, não tão mais caro do que o Wacken. Uma última coisa que é legal observar é que, apesar das semelhanças de lineup, o Hellfest tem se destacado por um número de headliners ‘queridinhos’ da galera muito mais siginicante do que o Wacken, nos últimos anos. O Wacken tem seguido uma linha mais clássica.

A gente também avaliou outros quesitos do festival detalhadamente neste post aqui. Neste quadro aqui em baixo você vê a nota que ele ganhou em nosso Festivalômetro para cada um dos itens avaliados.

Graspop – superando a lama, tudo é lindo

A edição em que eu estive presente no Graspop rolou uma lama e chuva que poderiam ter deixado péssimas impressões sobre o festival. Entretanto, a boa organização e a rápida resolução de problemas fez com que eu reconsiderasse muito pontos da minha avaliação. Na verdade, o Graspop é um dos melhores festivais em que já estive, em termos de construção de lineup, organização de entrada, transporte entre outros.

Ganha de todos na praticidade

Em termos de praticidade, o Graspop é talvez o melhor com relação aos demais. Além de um sistema de transporte eficiente e gratuito para quem vai ao festival (muitos ônibus, ótima oferta de horários e boas conexões), há povoados em que é possível encontrar opção de hospedagem com preço justo. Há redes de supermercados grandes, como o Carrefour por perto. Há também ótimas opções de acomodação pertinho do festival e dentro dele, além de tendas de aluguel grandes e super confortáveis.

Também tem deleites gastronômicos

As distâncias pequenas entre os palcos e algo da decoração lembra o Hellfest, mas é de alguma maneira mais sóbria. O metal market aí é grande e bem organizado. Com relação a bebida e comida, se no hellfest o lance era o vinho mara e a culinária francesa, no Graspop a sensação era a cerveja belga maravilhosa – saudades Jupiler, e as batatas fritas que você não vai comer igual em nenhum lugar do mundo!

A praticidade tem o seu preço

O único problema do Graspop é que ele é o mais caro da lista. Mesmo no modo econômico, gasta-se em torno de 5.466 para ir ao festival, incluindo tickets e acomodação. A gente detalhou os gastos do Graspop aqui neste post, para você se inteirar e também fazer suas próprias contas.

A gente também avaliou outros quesitos do festival detalhadamente neste post aqui. Neste quadro aqui em baixo você vê a nota que ele ganhou em nosso Festivalômetro para cada um dos itens avaliados.

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2 Comments

  • Renan
    Posted 27 de abril de 2017

    Acho que o Hellfest ainda é o festival que oferece um line mais variável com relação às atrações, sobretudo quando se fala de metal. Sem falar na quantidade de bandas e no número de palcos. Eu diria que cada palco é um mini-festival dentro de um festival. Na logística geral, o Grass e o Helfest são bem melhores. Achei que você ia colocar o Sweden Rock na lista, já que você também foi. Você pretende ir em algum outro como o Copen Hell e o Tuska? Parabéns atrasado pelo aniversário!

    • Gracielle Fonseca
      Posted 2 de maio de 2017

      Ei Renan! Massa! É o Hellfest tem apostado mto neste tipo de lineup, mas o Graspop tb está seguindo esta linha. Tb acho a logística do Graspop incomparável com a do Wacken… o Wacken pode ser o maior, mas ainda é um pouco zuado.Hellfest tb com aquela maldição na hora de sair e pegar o busão, sem fila, sem respeito. Quanto aos demais festivais, creio que o Sweden Rock é muito à parte desses demais. Ele não tem nada a ver msm, no sentido de identidade, público e proposta. Por isso deixei para outras comparações. Já o Copenhell, estive lá ano passado depois do Graspop. O Tuska um leitor festivaleiro contou como é. Mas penso em fazer um post sobre os festivais escandinavos em geral, para dar um panorama para quem quer ir para a escandinávia ;). Obrigada pela lembrança do meu niver <3 adorooo!!! bjsss!

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