O Lolla é global. Esta é uma frase estampada no rodapé dos sites das várias edições do Lollapalooza pelo mundo. É um lembrete discreto e quase imperceptível para quem visita as páginas em questão, muito diferente da presença do festival, que hoje acontece em oito países distribuídos por três continentes.
Este é o resultado de um movimento de expansão iniciado há pouco mais de uma década, que transformou o Lollapalooza em uma franquia – por sinal, um modelo de negócios desenvolvido no próprio país de origem do festival. Apesar de haver uma “pendência” atual na soma de oito países citada acima (mais sobre ela a seguir) e outros dois terem ficado pelo caminho, é um processo bem-sucedido até aqui.
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As duas encarnações nos Estados Unidos
Os Estados Unidos são o berço do Lollapalooza, desnecessário dizer. Mas vale mencionar que o festival teve duas vidas em seu país natal. A primeira foi de 1991 a 1997, quando seguiu um modelo itinerante que passeava por várias cidades estadunidenses e retroalimentou a cena de rock independente do período.
A segunda teve início em 2003 e segue até hoje. Depois de fracassos em 2003 e 2004 que tentaram replicar o modelo de turnês dos anos 1990, o festival assumiu o modelo atual em 2005, ganhou impulso com o fortalecimento do mercado de música ao vivo (que se tornou a principal fonte de receita com o consumo digital da música grava) e deslanchou.
Hoje, acontece ao longo de quatro dias em Chicago, sua casa desde 2005, e por razões óbvias é a maior edição do Lolla no mundo. Atualmente, o Lolla tem contrato com as autoridades de Chicago para realizar o festival no Grant Park, sua sede, até 2032.
Chile, Brasil, Argentina e o começo da expansão
A internacionalização do Lollapalooza começou pelos países sul-americanos. Como todos sabemos, o festival está presente no Brasil, Argentina e Chile, não necessariamente nessa ordem.
Quem recebeu primeiro o Lolla foi o Chile, em 2011. O Brasil entrou no mapa no ano seguinte, em 2012, e a Argentina completou o trio da América do Sul em 2014. Nesse período, vimos o festival crescer de dois para três dias tanto em Santiago quanto em São Paulo e Buenos Aires.
Aqui no Brasil, especificamente, o festival também cresceu seu espaço, saltando do Jóquei para o Autódromo de Interlagos. Agora, entra em sua segunda década sob os cuidados da Rock World, mesma produtora do Rock in Rio, depois de dez anos nas mãos da Time For Fun e de uma última edição em que as denúncias de trabalho escravo recorrentes em anos anteriores renderam medidas das autoridades contra os responsáveis.
Saiba mais sobre a experiência no Lolla Chile e no Lolla Argentina
Alemanha, França, Suécia e a fase europeia
Como se não faltassem festivais no verão europeu, o Lollapalooza decidiu levar sua marca para três países do continente. Tem dado certo, mesmo com centenas e centenas de festivais à disposição de junho a setembro.
A Alemanha ganhou o Lolla Berlim em 2015, festival que segue até hoje com dois dias de duração. Em 2017, o festival estreou na França. O Lolla Paris foi se firmando e em 2023 finalmente cresceu de dois para três dias. A última adição foi Lolla Estocolmo, na Suécia, que já nasceu em 2019 com três dias de duração.
Saiba como é a experiência no Lolla Paris
A interrogação que vem da Índia
A mais recente estreia do festival no mundo foi o Lolla Índia, em janeiro de 2023. O festival recebeu cerca de 60 mil pessoas em dois dias, em Mumbai.
Apesar de ter sido anunciado o retorno em 2024 logo após o término do evento, até a publicação deste texto não há nenhuma informação sobre uma segunda edição do festival. As últimas postagens do Lolla Índia nas redes sociais datam de março (Twitter) e abril (Instagram).
Israel e Colômbia: os países que ficaram pelo caminho
Em 2012, o Lollapalooza anunciou que o festival estrearia em Israel em 2013, mas isso nunca aconteceu – as datas do evento sequer chegaram a ser anunciadas.
Oficialmente, o festival nunca afirmou o que levou ao cancelamento, mas a produtora local disse à época que o principal patrocinador deixou o festival pela falta de garantia de que artistas estrangeiros visitariam Israel.
Quatro anos depois, em 2016, o Lolla sofreria um naufrágio na Colômbia, desta vez de última hora. O festival já estava com line up anunciado (faltando apenas um nome a ser revelado) e ingressos à venda, mas foi cancelado dois meses antes da data que ocorreria.
O motivo apresentado pela organização foi o cancelamento da artista cujo nome ainda não tinha sido revelado. Extraoficialmente, o nome seria o de Rihanna, e a imprensa especulou na época que a cantora teria decidido não viajar para a América do Sul em função do vírus zika, que circulava na região naquele momento.
À parte estes dois planos abortados, o saldo tem sido positivo até aqui para a disseminação do Lollapalooza em outros países.
Para ler também: as mudanças de rota do Primavera Sound em sua expansão
Crédito da imagem principal: Ismael Quintanilla III/Lollapalooza
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