Por Thiago Almeida — Em junho deste ano comentamos aqui sobre dois festivais realizados em Cuiabá para ficar de olho. Bem, no dia 19 de agosto, o primeiro deles, Baguncinha – O Festival, aterrissou em terras cuiabanas e pudemos conferir um pouco da proposta que, apesar de não ser estreante (a primeira edição, em menor escala, foi realizada em um Club), tentou alçar voos maiores.

Uma coisa podemos adiantar: a tentativa deu muito certo!

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baguncinha 2023
Thiago Almeida

Sorte a favor

Antes de mais nada podemos concluir que a organização do Baguncinha – O Festival tem muita sorte sobre dois acontecimentos. O primeiro: foram forçados a mudar o local do evento da Arena Pantanal para o Parque de Exposições de Cuiabá. O motivo foi a realização de um jogo do Palmeiras no mesmo dia.

Neste contexto, a estrutura já pronta de arquibancadas, acesso e espaço extremamente arborizado do Parque de Exposições fizeram muito bem à ambientação do festival. Confesso que o anúncio de que o Baguncinha seria realizado na arena pantanal – uma área de puro concreto, pouco verde e logística complicada – já era motivo de preocupação.

O segundo acontecimento de sorte: uma leve chuva matutina colaborou bastante para amenizar o calor de 36°C que acompanhava Cuiabá há vários dias.

Mérito próprio

Mas é errado dizer que o sucesso do Braguncinha – O Festival foi estritamente um movimento de sorte. E neste aspecto o mérito é todo da organização do evento. Era notável o cuidado e atenção a cada detalhe para entregar ao público cuiabano uma experiência de festival de verdade nunca vista.

E deu certo: é o primeiro festival com cara de festival em Cuiabá. Um festival para o cuiabano chamar de seu. Uma estrutura de dar inveja e uma identidade extremamente regional. O melhor dos dois mundos. A começar pelos horários dos shows que seguiram uma agenda britânica em seus horários, a diversidade de atrações, método de pagamento, ativações, a excelente área para descanso, decoração: tudo era muito bem desenhado e ao mesmo tempo gritava “Cuiabá” para o participante.

Outro ponto excelente foi a organização e limpeza dos banheiros que, sim, eram químicos. O diferencial aqui ficou por conta de uma equipe que organizava “escalas” de utilização, orientando o público a utilizar uma área de banheiros enquanto a outra era limpa. Ah, sim, torneiras e sabonete para lavar as mãos!

baguncinha 2023
Thiago Almeida
baguncinha 2023
Thiago Almeida

Mas como todo festival iniciante, obviamente, nem tudo são flores. Existem pontos a melhorar: faltaram lixeiras na área do camarote, por exemplo. Algumas tentas de alimento não tinham recebido o sistema de pagamento após a abertura dos portões. Mas tratam-se questões pequenas que podem ser ajustadas na próxima edição.

E o principal problema nem deve ser imputado à organização. O público cuiabano ainda não entende a dinâmica de chegar cedo em um evento que começa antes das 21h, o que acabou por deixar apresentações excelentes como a de Estela Ceregatti e A Luiza Lamar esvaziadas. Mas a mudança é questão de tempo e costume.

Meu desejo é vida longa ao Baguncinha – O Festival, que mal chegou e já ocupa um espaço no coração do festivaleiro raiz!

Relembre os shows do Baguncinha 2023

Imagens: Thiago Almeida

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