Desde a viagem para o Lollapalooza Chile ficou bem claro que Lolla não é tudo igual, apesar de o nome da “franquia” ser mantido. Cada um tem seu jeitinho. Seguindo esse raciocínio, se for para definir como é o Lollapalooza Argentina a partir do que vi e vivi no último fim de semana, eu diria que ele é um Lolla raiz. Mais que isso, é um festival acolhedor.

Chamar de raiz não quer dizer que o festival seja um modelo genuíno do que um evento desses pode ser – fora que seria preciso render um bocado de assunto para delimitar essa concepção.

O Lolla Argentina é raiz aos olhos de quem vem do Brasil, pura e simplesmente porque ele conserva muito do formato do Lollapalooza Brasil em sua “primeira fase” (2012 e 2013), a essa altura um objeto de saudosismo de boa parte do público brasileiro do festival – lá se vão cinco anos desde a segunda e última edição no Jockey Club.

como é o lollapalooza argentina
Lollapalooza Argentina/Divulgação

Flashback. Ou quase.

Impossível colocar os pés no festival argentino e não se lembrar daqueles primeiros Lollas em São Paulo. Um hipódromo (neste caso o de San Isidro, na região metropolitana de Buenos Aires), os palcos principais em dois extremos, a menos de cinco minutos de caminhada um do outro; o terreno plano; as ativações mais discretas nas bordas da pista; a ausência de brinquedos.

Sim, lembra muito o Lolla Brasil em seus dois primeiros anos. Só que há detalhes que acabam com o efeito ilusório de máquina do tempo ou déjà-vu, pois não foram vistos até hoje na edição brasileira, nem na fase Jockey nem na fase Interlagos.

O Lollapalooza Argentina tem água de graça, ponto de wi-fi (com direito a carregadores), amplas áreas de descanso, suficientes pra todos e bem distribuídas pelo espaço (contei quatro; acho que nunca tinha visto tantas assim) e linha de metrô que dá acesso ao festival com horário de funcionamento prolongado em cerca de três horas. Sim, três. A importância de muitos desses elementos a gente tem enfatizado desde sempre aqui no Festivalando nas avaliações que fazemos (aqui e aqui).

Tem mais Lolla Argentina e todos esses detalhes nos stories em destaque lá no Instagram

Considerados esses atributos, o Lolla Argentina se aproxima mais do primo do Chile. O espaço de responsabilidade social do festival, com stands de ONGs, campanhas de conscientização sobre temas políticos, ambientais e outros, também está presente na Argentina (Espíritu Verde), assim como no Chile (Aldea Verde) –  Green Spirit na versão original de Chicago.

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Lollapalooza Argentina/Divulgação

Acolhedor é outra maneira de definir como é o Lollapalooza Argentina

Por tudo isso, mais que raiz, o Lolla Argentina se apresentou mais acolhedor também – na comparação com um Lolla Brasil desafiador (por sua extensão colossal) e com um Lolla Chile equilibrado (grande, porém atenuado pela leveza de um parque, no caso o O’Higgins, casa do festival chileno desde sempre).

O conforto dos detalhes fundamentais, as dimensões menores, a presença menos gritante dos patrocinadores. Tudo isso pesa pra essa percepção (o apelo da memória afetiva pra esse Lolla raiz também ajuda, convenhamos). Talvez por isso também a diversidade de faixas etárias seja um pouco mais evidente. A presença de crianças é muito mais notada, bem como a de pessoas que aparentam estar entre os 40 e 50 anos.

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Lollapalooza Argentina/Divulgação

E o Lolla Argentina 2018?

O Lolla Argentina 2018 talvez entre para a história como o Lolla da tormenta. A sexta correu como programado, o sábado teve artistas locais cortados e shows antecipados em quase duas horas em função de um alerta de temporal no fim da noite. Já o domingo… Bem, o domingo não aconteceu.

A tempestade prevista na noite de sábado caiu na madrugada de domingo. Foi muita água e muitos raios e vento. Até o início da manhã ainda chovia. Resultado: o vento derrubou algumas estruturas, queimou telões, estragou equipamentos. Algumas áreas do hipódromo ficaram alagadas, outras viraram um lamaçal. Sem tempo hábil para reverter o estrago, a produção cancelou o último dia de Lollapalooza Argentina.

Até onde a chuva deixou, tudo foi lindo. Público argentino ensandecido fazendo roda punk no show do Liam (!!!), mesmo com o irmão Gallagher sofrendo com a voz comprometida por uma gripe recente, e artistas retribuindo tanta euforia. Lana desceu do palco e fez selfies com fãs que estavam na grade; Brandon Flowers atendeu o pedido de um fã, chamando-o para tocar bateria com o Killers. Alguns desses momentos estão lá no stories e também nos vídeos abaixo.

Se te deu vontade de voltar no tempo e reviver o Lolla raiz, descubra quanto custa viajar para o Lollapalooza Argentina

A viagem para o Lollapalooza Argentina teve o apoio da eDestinos.

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