Entre a espera pelo line up do Lollapalooza 2024 e a divulgação do mesmo, o Festivalando lançou duas questões para conversar com sua comunidade no Twitter. Antes da revelação do cartaz, em outubro, a pergunta foi por que a venda de ingressos não saía do primeiro lote. Após a divulgação do line up, em novembro, a questão foi saber se, pessoalmente, a programação valia o preço cobrado pelo passe de três dias.

A segunda pergunta foi uma consequência das respostas dadas à primeira, já que preço alto e a espera pelo line up foram as principais razões apontadas para o primeiro lote não ter se esgotado. Com a divulgação das atrações, a discussão se voltou para as noções de preço e valor, reforçando o óbvio de que essa relação naturalmente passa pelo gosto pessoal. Mas também delineou um movimento que merece atenção.

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Line up do Lollapalooza 2024: a programação importa, sim

Em mais de uma década no Brasil, o Lolla deixou de ser um festival alternativo para ser um festival mainstream. Virou hype, virou o lugar para se estar entre público geral, marcas e influenciadores, está na vitrine do maior grupo de comunicação do país. É o cenário perfeito para que digam que quem vai ao Lolla não quer saber de música, só quer mostrar para o mundo (digital) que esteve lá.

Mas com ingressos partindo da faixa de um salário mínimo, e sem que o incremento da renda do público acompanhe o aumento do custo do ingresso, só o hype e o peso da marca não são o bastante para vender ingressos. Saber quem vai se apresentar continua sendo importante, pois, adivinhe, as pessoas vão ao festival antes de tudo para ver os shows.

Em um ano como este, em que os vazamentos de atrações foram inexistentes – bem diferente do ano passado, foi preciso esperar até a divulgação do line up para avaliar se o alto investimento se justificava. Resumidamente, esse é o raciocínio para explicar o resultado tão parelho da enquete feita no início de outubro, em que a falta de um line up (48,8%) e o preço (42,2%) foram consideradas as principais razões para as vendas permanecerem no primeiro lote até então.

Vale o quanto custa?

Avance pouco mais de um mês no tempo, para o início de novembro, e finalmente temos o line up do Lollapalooza 2024. Diante das atrações confirmadas, o festival vale o quanto custa? A pergunta foi lançada com um enquadramento muito claro de que a resposta era inevitavelmente pessoal, pois assim o é. O amplo espectro de variação das respostas só confirma o óbvio.

De “vale cada centavo” a “não vale de jeito nenhum” e tudo o que se encaixa entre um ponto e outro, foram várias as avaliações da relação preço x valor, orientadas pelas preferências musicais de cada um e pela correspondência ou não das mesas no cartaz do festival. Tudo certo, tudo bem. O line up continua sendo importante, lembra?

O Lolla Day como condição

Na ampla variedade de respostas, foi interessante notar um grupo específico, que coloca o Lolla Day como uma possibilidade alternativa à experiência do festival completo. “Se x, y e z estiverem no mesmo dia, vale”; “vale pra ver meu artista x preferido se a divisão do dia for boa”.

Com o preço alto do passe de três dias e só uma parcela de artistas interessantes aos olhos de uma parte do público, o Lolla Pass perde mais fôlego e o Lolla Day passa a ser o plano B dessas pessoas para marcar presença no festival se e somente se, por sorte, os artistas do gosto pessoal ficarem juntos na divisão por dia.

Assim, a decisão de compra, que antes estava condicionada à divulgação do line up, agora é postergada um pouco mais e passa a esperar pela divulgação da programação por dia. É o plano B para viver o festival e gastar aquilo que se considera que ele vale.

Um é bom, dois é pouco, três é demais?

Além de ser uma estratégia de muita gente para cortar os gastos com o festival, o Lolla Day também corta os pontos negativos reincidentes da experiência do Lolla. O deslocamento até o Autódromo, as longas caminhadas, os chamados perrengues (o conceito é discutível e merece uma reflexão à parte), a correria para não perder o metrô na volta – tudo isso deixa de ser multiplicado por três (dias) para ser reduzido a um (dia).

O Lolla Day já tinha mostrado seu peso no Lolla 2023. O primeiro sold out foi do ingresso para um dos dias, o sábado, graças à confirmação do esperado show do Blink-182 no Brasil no segundo dia do festival. As entradas se esgotaram em 12 horas logo após a abertura das vendas por dia, em outubro, enquanto o Lolla Pass só esgotou em fevereiro, um mês antes do festival.

Com o cancelamento do show da banda e a devolução do dinheiro pago pelo Lolla Day de sábado, o festival recorreu a uma promoção de ingressos diários, com descontos para a compra de ingressos de dois dias, cumulativos com cupons de 25% e 40%.

Diante desse cenário desenhado, vai ser interessante acompanhar como será o desempenho do Lolla Day não só neste ano como também nos próximos, principalmente se a tendência de alta dos preços dos ingressos se manter.

Leia também: FAQ do Lollapalooza

Crédito da imagem em destaque: Divulgação

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