Nós, brasileiros, não temos muito do que reclamar. Colocando em perspectiva a estrutura do Rock in Rio Lisboa e a do Brasil, não há favorecimentos nem diferenças drásticas. São os pequenos detalhes que ajudam a melhorar a experiência do festival em Portugal. E eles são de mérito dos patrocinadores, que distribuem brindes com perfil muito mais de utilidade do que de bugiganga.

Pequenas grandes diferenças na estrutura do Rock in Rio Lisboa

Por várias vezes já ressaltamos como os patrocinadores podem fazer a diferença em um festival, investindo em atividades e brindes que agreguem à experiência do público, e o Rock in Rio em Portugal tem bons exemplos nesse aspecto.

Por exemplo, o brinde mais cobiçado do festival é um sofá inflável laranja, que colore o gramado em frente ao palco mundo e dá conforto. Ao final, as pessoas esvaziam o inflável e levam pra casa. Assim, ele pode ser reaproveitado em outras ocasiões (pode servir como bóia de piscina também). O meu já está devidamente guardado na mala 😛

Teve patrocinador atento também ao calor de quase 30 graus do verão português. Duas marcas distribuíram chapéus. Faltou apenas produzir o brinde em quantidades maiores, pois com duas horas de festival já era difícil conseguir um exemplar.

Houve ainda distribuição de pequenas mochilas e de cangas. Estas últimas serviram tanto para forrar o chão quanto para se proteger do frio e do vento à noite. Quando o sol se põe, depois das 21h, a temperatura do parque fica na casa dos 17 graus.

experiência do rock in rio lisboa

Quase à moda antiga

Uma diferença entre o Rock in Rio em Lisboa e no Brasil é o uso das pulseiras. Em Lisboa, elas só são distribuídas a quem compra o ingresso de fim de semana. Mais uma diferença, pois no Brasil só existem os ingressos diários. Quem compra o ingresso diário entra com o comprovante de papel. Além disso, não há necessidade de registro das pulseiras. E, assim como no Brasil, elas não são cashless.

Esses detalhes da estrutura do Rock in Rio Lisboa se somam à avaliação dos quesitos padrão do Festivalômetro, com direito a nota no final.

Voilá:

Transporte

Chegar e sair do Rock in Rio Lisboa é muito fácil e rápido, graças à localização do festival, que acontece no parque da Bela Vista, e também ao sistema de transporte da capital portuguesa e às curtas distâncias na cidade.

Há uma estação de metrô a menos de dez minutos do parque, a Bela Vista. Ela pertence à linha vermelha, que passa por bairros centrais de Lisboa, tem conexão com as outras três linhas do metrô (azul, amarela e verde) e ainda leva ao aeroporto. Mais acessível, impossível.

De onde eu estava, na estação São Sebastião, foram necessários somente dez minutos pra chegar ao Rock in Rio Lisboa.

A organização do festival deu conta de tornar as coisas ainda mais fáceis. Enquanto em dias normais o metrô funciona até 1h, nos dias de festival as estações operaram até as 3h. Quem vinha de trem partindo das cidades vizinhas tinha gratuidade no metrô. E ainda havia a opção de shuttle partindo de vários pontos de Lisboa, semelhante ao Rock in Rio Primeira Classe, ao custo de 12 euros.

Tanto a minha ida quanto minha volta foram tranquilas. Houve uma aglomeração maior na volta no domingo, dia 24, pois foi o dia de maior público do festival, com ingressos esgotados, mas nada que comprometesse o deslocamento.

Informações

É razoável o desempenho do Rock in Rio Lisboa no quesito informações. Como destaques positivos estão o aplicativo do festival, que soltava alertas antes do começo dos shows, e os totens posicionados na entrada de cada palco com a programação de todos os dias de festival.

Porém, ficou faltando disponibilizar um mapa junto a esses totens com detalhes de todas as atrações do parque. Sem o mapa, algumas coisas passaram batido pra muita gente, como a fan fest que exibia os jogos da Copa e estava montada em um canto mais afastado da principal área de circulação.

Além disso, ficou faltando também um ponto de informações. Uma moça havia perdido os óculos e me pediu ajuda para localizar o achados e perdidos, mas eu não sabia se existia um nem para onde encaminhá-la para tirar a dúvida.

estrutura do rock in rio lisboa

Hidratação e Comida

O Parque da Bela Vista tem bebedouros espalhados em alguns pontos e muita gente aproveitou-os para matar a sede sem ter que pagar pela água. Mesmo assim, dados o volume de pessoas, a localização esparsa dos bebedouros e o calor de 30 graus, seria melhor se o Rock in Rio Lisboa instalasse bebedouros próprios (como no Brasil) para ampliar a oferta gratuita de hidratação.

As barracas de comida e bebida eram bem distribuídas pelo festival, com opções diversificadas de lanches rápidos e fartos. A pizza era vendida na caixa de tamanho grande, por exemplo, e não a fatia como é mais comum em festivais. Havia ainda uma reprodução do Time Out Market, famoso mercado gastronômico de Lisboa, com opções mais gourmet.

As opções de comida ficavam entre 5 e 10 euros em sua maioria. Um valor próximo do que paguei em restaurantes de Lisboa. A cerveja custava 3 euros (500 ml) e a água, 2 euros (500 ml). Isso já incluía o valor do copo do festival. A partir da segunda compra, já com o copo em mãos (refil), esses valores caíam para 2,50 e 1,50, respectivamente.

São preços um pouco próximos de bares e restaurantes, porém mais caros que nos supermercados. De todo modo, a ideia de reduzir o preço para o refil é boa e a água de 500 ml é um destaque positivo, pois é mais comum encontrarmos nos festivais água de 300 ml ou, no máximo, de 400 ml.

O lado realmente negativo nesse quesito é a proibição da entrada de alimentos de qualquer tipo, o que basicamente obriga as pessoas a consumirem lá dentro.

Conectividade

Não havia Wi-Fi aberto ao público, o que é uma pena. Ao menos a conexão 4G funcionou bem o tempo todo, sem ser prejudicada pela grande quantidade de gente com celulares conectados.

experiência do rock in rio lisboa

Limpeza e banheiros

A limpeza é um destaque positivo da estrutura do Rock in Rio Lisboa. Além de haver uma boa distribuição de lixeiras, inclusive com alguns recipientes para separação de lixo reciclável, o público português faz sua parte e coloca os resíduos no lugar certo.

Os banheiros seguem o mesmo padrão do Brasil, com água corrente e sabão, ainda bem. Porém, eles poderiam estar presentes em maior quantidade. No dia de menor público isso não foi sentido, mas no dia de ingressos esgotados, com quase 90 mil pessoas no local, as filas ficaram imensas, evidenciando que a quantidade de banheiros não era compatível com a demanda.

Segurança

Há muita tranquilidade dentro do Rock in Rio Lisboa e não presenciei nada de preocupante. Vale apenas ter atenção com os pertences, um cuidado necessário em qualquer situação de aglomeração. A revista na entrada é básica e há polciais civis e seguranças em pontos estratégicos do festival.

Veja mais sobre a estrutura do Rock in Rio Lisboa nos stories do Festivalando no Instagram

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