Atualizado em 24/6/2025 – A partida era Federer x Nishikori, na quadra central de Wimbledon, válida pelas quartas-de-final do torneio 2019. No assento 117 da fileira 304, no corredor R, eu era uma das espectadoras. Eu finalmente havia realizado o meu sonho de ir a Wimbledon, e com louvor.

O ingresso que me garantiu acesso à partida estampava o preço de 15 libras, enquanto o valor oficial da bilheteria era 160 libras. Horas antes, eu havia pagado 20 libras para entrar no All England Lawn Tennis Club (AELTC). Ou seja, gastei, no total, 35 libras para ver Federer bater Nishikori por 3 sets a 1 na grama sagrada da principal quadra do clube.

Bônus point: eu ainda levei de brinde uma partida de exibição da Navratilova, que foi anunciada após o fim de Federer x Nishikori. Ela fez um 2 a 0 em um dupla com Cara Black, jogando contra Ai Sugiyama e Mary Joe Fernandez.

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Parece sorte, alguém pode até achar que foi jeitinho, mas não é nada disso. É simplesmente um dos jeitos de conseguir ingressos para Wimbledon conforme as regras estabelecidas pelo AELTC.

De todas as formas possíveis, essa da minha experiência em Wimbledon é a mais barata de todas, definitivamente. Mas é uma das mais exaustivas também. Há um preço pra tudo, ainda que não necessariamente monetário, não é mesmo? Mas a recompensa supera todos os custos materiais e imateriais do caminho, eu garanto.

Como conseguir ingressos para Wimbledon

Há algumas formas de se conseguir ingressos para Wimbledon, mas vou me limitar a listar somente aquelas em que há respaldo direto do AELTC.

1. No dia dos jogos: já consegui assim (2019, 2022)

Este é o caminho mágico que me levou para a quadra central onde Federar jogava as quartas-de-final. Em 2022, também consegui por esse método, e pelos mesmos valores, para ver um épico Nadal x Fritz, também na quadra central, também nas quartas — saí de lá com as mãos doendo de tanto bater palmas em horas e horas de tênis. Enfim, este é o jeito de conseguir os ingressos mais baratos. Vou explicar em detalhes, no próximo tópico, como funciona este método.

2. Public Ballot: ainda não consegui

O Public Ballot é um sorteio que te dá direito a comprar no máximo dois ingressos pelo preço oficial da bilheteria para as quadras central, 1, 2 e 3. Os valores variam de 40 a 315 libras (tendo 2025 como referência) conforme a quadra, o setor e a etapa da competição (quanto mais o campeonato avança, mais caro fica). Preste bem atenção: os sorteados ganham a chance de comprar o ingresso e não os ingressos em si.

Para participar do sorteio é preciso criar uma conta no site oficial de Wimbledon e depois se inscrever no Ballot nas datas determinadas, normalmente a partir de setembro (ao criar uma conta, você receberá um email avisando sobre o início das inscrições). O sorteio acontece nos primeiros meses do ano seguinte.

Não exige esforço nenhum, é fato, mas requer muita sorte, planejamento e alguma dose de resignação. Antes de tudo, é preciso que você seja sorteada para comprar os ingressos. Se você tiver essa sorte, tem que obrigatoriamente comprar o ingresso à vista dentro do prazo determinado, do contrário uma outra pessoa será sorteada no seu lugar.

Mais que isso, você tem que obrigatoriamente comprar o ingresso que lhe foi designado. Em outras palavras, você não pode decidir se vai comprar para a final feminina ou para a primeira rodada de duplas. Tudo é pré-determinado pelo sorteio.

E, uma vez comprado o ingresso, ele não pode ser revendido. Sendo assim, você precisa estar com a viagem para Wimbledon assegurada, do contrário, vai arcar com o prejuízo do ingresso.

3. Repescagem do sorteio: já consegui (2025)

Nem todo mundo que é sorteado no Ballot aproveita a chance de comprar os ingressos. Quando isso acontece, é feita uma espécie de repescagem do sorteio para dar a chance a outra pessoa. Foi assim que, em 2025, eu consegui ingresso para a quadra central no quarto dia de competições, por 115 libras.

O interessante da repescagem é que o ingresso que você ganha o direito de comprar não é pré-determinado como no sorteio original. Você compra o que tiver sobrado da etapa anterior. Pode parecer ruim ficar com as sobras, mas você tem liberdade para escolher entre preços e etapas da competição. Quando fui comprar, tinha opções para vários dias nas duas semanas de campeonato.

Caso você seja contemplado nessa etapa, receberá um aviso por email. Eu recebi em março. Dica: compre logo. Eu comprei assim que recebi o email, pela manhã. Por curiosidade, fui chegar por volta da hora do almoço e não havia mais ingressos disponíveis.

4. Revenda online: também já consegui (2024)

Se você se registrou para o Ballot e não foi sorteado nem na primeira etapa nem na repescagem, ainda tem a chance de acessar a revenda online. Por volta de março e/ou abril, ingressos retornados de compras canceladas ou que não foram comprados nas etapas anteriores voltam a ficar disponíveis online no site oficial.

Só que é necessário persistência. Não há aviso de quando os ingressos estão à venda; você precisa atualizar frequentemente a página para encontrar algo.

A parte boa é que a revenda online fica disponível inclusive durante os dias de Wimbledon, e todos os dias de competição são liberados novos ingressos para as quadras principais, mas seguindo o mesmo padrão de não haver um aviso oficial. Você terá que atualizar frequentemente.

Também já consegui ingressos dessa forma. Em 2024, depois de ter ido no sábado para ver a Bia Haddad na disputa com a Danielle Collins na quadra 3 (que não exige ingresso, somente o Ground Pass; mais detalhes adiante), estava de bobeira de manhã no hotel, resolvi entrar no site e acabei conseguindo ingressos para ver a Coco Gauff e o Jamie Murray, com suas respectivas duplas mistas, jogarem na quadra 2.

Importante: a revenda só funciona para quem se inscreveu no Ballot e não foi sorteado da primeira vez. Se você tiver sido sorteado e optado por não comprar o ingresso, você perde o direito de acessar a revenda.

5. Ingressos de debêntures

É possível comprar ingressos diretamente dos membros do AELTC, os chamados ingressos de debêntures, os únicos cuja revenda é autorizada. Neste caso, é possível, escolher para qual quadra e para qual fase da competição você quer o ingresso.

Além disso, por serem ingressos destinados inicialmente aos membros do clube, eles têm muitas vantagens. São os que garantem os melhores lugares, acesso a lounges exclusivos e lugares reservados em todas as quadras secundárias. Mas é claro que tudo isso tem um preço e ele não é pra qualquer um. Eu diria até que não é pra quase ninguém.

Só como exemplo, os ingressos para o torneio de 2020 foram vendidos por 510 libras (quadra central, duplas), 1.280 libras (quadra central, quartas-de-final feminina) e até 8.210 libras (quadra central, semi-final masculina).

Como ir a Wimbledon e ver jogos do jeito mais barato

Para conseguir ir a Wimbledon e ter a chance como a minha de ver uma lenda do nível de Federer na quadra central pagando pouco é preciso batalhar pela cota de ingressos que é reservada pelo AELTC para ser vendida em cada dia do torneio.

São dois tipos de ingresso que se pode comprar no dia:

  • (1) Os Ground Tickets, baratos e praticamente garantidos, pois são milhares por dia. Exigem algum esforço e planejamento para se conseguir
  • (2) Ingressos para as quadras central, 1 e 2, em número bastante limitado, que podem ser comprados pelo preço cheio (com bastante sacrifício e espera) ou por um valor irrisório (até 2023 exigia ainda mais sacrifício e espera; a partir de 2024, passou a ser questão de estratégia)

Mais detalhes importantes sobre cada um deles:

1. Ground Tickets

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Eles te dão acesso às áreas de livre circulação do clube e também a assentos não reservados nas quadras de número 3 a 18, conforme disponibilidade de lugares (há filas de espera em cada quadra quando elas estão lotadas).

Não há oficialmente um número exato de Ground Tickets. Sabe-se apenas que a capacidade do clube é de 39 mil pessoas e que os Ground Tickets representam alguns milhares desse total. Nesses 39 mil é preciso incluir também quem já tem os ingressos garantidos, membros do clube, convidados, etc.

Os Ground Tickets vão ficando mais baratos conforme vai avançando o torneio, já que a quantidade de jogos também vai diminuindo. Eles custam 30 libras até as oitavas-de-final, 25 libras nas quartas e 15 libras nas semi e na final (valores de 2025).

2. Ingressos para as quadras principais (central, 1 e 2)

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Há 500 ingressos por dia de competição para as quadras central, 1 e 2 sendo vendidos na bilheteria. A distribuição entre as três quadras varia conforme o dia. Para as quadras central e 2, há ingressos disponíveis somente nos primeiros nove dias (até as quartas-de-final). Para a quadra 1, há ingressos todos os dias.

Os preços na entrada variam de 40 a 315 libras (valores de 2025) conforme a fase da competição e a quadra. Lá dentro é onde a mágica acontece: eles podem ser comprados por 15 libras (quadra central) e 10 libras (quadras 1 e 2).

Para comprar os Ground Tickets e os ingressos diários para as quadras central, 1 e 2, há um único caminho: enfrentar “A Fila” na entrada do clube. Assim mesmo, em maiúsculas – falo melhor sobre essa entidade de Wimbledon no texto em destaque mais abaixo. No caso específico dos ingressos de 15 e 10 libras, é preciso enfrentar “A Fila” da entrada e depois uma segunda fila no interior do AELTC.

Primeiro, “A Fila” da entrada

Como manda a lógica, se há uma fila na entrada, os ingressos disponíveis são vendidos respeitando a ordem de chegada. E se há apenas 500 ingressos por dia para as quadras principais, isso quer dizer que é preciso estar entre os primeiros 500 da fila para garanti-los já na entrada.

Isso implica ter que chegar cedo na fila, cedo podendo significar 4 da manhã ou mesmo passar a noite toda acampada esperando pelo dia seguinte. Tudo depende da fase da competição e das estrelas que vão jogar em cada dia. Independentemente da sua escolha, saiba que a entrada no clube só ocorre a partir das 10h30 e os jogos não começam antes das 11h30.

Uma vez esgotados na bilheteria os 500 ingressos do dia para as quadras central, 1 e 2, começam a ser vendidos os Ground Tickets. Se você só conseguiu o Ground Ticket e quer muito ver um jogo na quadra central, 1 ou 2, o último recurso é recorrer à fila de revenda, onde são revendidos os ingressos a 15 e 10 libras.

Depois, a fila da revenda

A revenda nos dias de jogos ocorre porque, embora os ingressos de uma quadra sejam válidos para todas as partidas que ocorrerão nela naquele dia, há quem queira ver somente uma partida. E quando ela termina, a pessoa deixa a quadra, liberando um lugar. Essa saída é registrada e imediatamente identificada no sistema de revenda, disponibilizando um ingresso baratinho para ser revendido.

Os ingressos só começam a ser revendidos nessa bilheteria a partir das 15h. É óbvio dizer, mas isso significa que só é possível comprar ingressos baratinhos para as partidas do período da tarde. Mesmo assim, a fila já é formada logo quando as pessoas começam a entrar no clube, por volta das 10h30.

Outro ponto pra se ter em mente é que, como não há regularidade na liberação dos lugares, você pode conseguir o ingresso a qualquer momento do andamento de uma partida, então talvez não seja possível ver a partida do começo ao fim.

No dia em que estive em Wimbledon, a programação da quadra central era Djoko x Goffin e Federer x Nishikori. Entrei no clube, rodei um bocado, vi um jogo do juvenil e parei no Henman’s Hill para ver Djoko e Goffin.

Quando acabou o primeiro set, fui para a fila, que já estava grande. Nada da fila andar nos dois sets seguintes. Pelo menos, Djoko ganhou fácil a partida, o que reduziu um pouco meu tempo de espera. Quando Federer e Nishikori começaram a jogar, a fila foi andando bem ao longo do primeiro set. Minha vez chegou aproximadamente na metade do segundo set.

Depois de comprar o ingresso e me deslocar para a quadra central, ainda tive que enfrentar uma última fila menorzinha já no corredor do setor do meu ingresso. Você só pode ir para o seu lugar nos intervalos entre os pontos.

Quando cheguei, a bola estava em jogo e muita gente que havia ido no bar, banheiro ou acabado de chegar esperava para entrar. Peguei um restinho do segundo set e os dois sets finais da partida.

Mudança importante na fila de revenda: antes física, agora virtual

O relato acima da minha experiência em Wimbledon com ingressos de revenda refere-se a 2019, quando a fila era física. Em 2022, quando retornei e consegui novamente ingressos de 15 libras para ver Nadal na quadra central, ainda era a fila física também.

Mas a partir de 2024, na minha terceira vez em Wimbledon, a fila passou a ser virtual. Em vez de ficar parada a manhã inteira e a parte da tarde, esperando até 15h para os ingressos começarem a ser liberados, como eu fiz nas duas primeiras vezes, desde 2024 basta entrar no AELTC, ir na bilheteria de revenda e mostrar um QR code do aplicativo oficial de Wimbledon. Pronto! Você está automaticamente na fila virtual.

Caso seja liberado o ingresso para a sua posição na fila, você receberá um SMS e também uma notificação no app, e terá 20 minutos para comparecer à bilheteria e comprar a entrada. É possível também acompanhar o andamento da fila pelo app.

Experiências diferentes, chances diferentes de conseguir ingressos

Nada é perfeito nesse mundo, e as mudanças na fila da revenda são só um exemplo dessa máxima. Como quem passou pela experiência das duas filas, a física e a virtual, vejo pontos positivos e negativos em ambas.

Sobre a fila física

Era bem cansativo ficar horas aguardando na fila, apesar dela ser bem organizada; você podia sair para tomar água, comprar algo para comer e ir ao banheiro.

A espera tomava boa parte do seu tempo lá dentro. Isso não era um problema desde que você estivesse de fato determinada a conseguir um ingresso. Sendo assim, só valia a pena se você quisesse mais do que tudo ver uma partida ou tenista em especial nas quadras principais. E, uma vez decidido, o jeito era ficar até o fim de todas as possibilidades.

A incerteza era outro problema nisso tudo. Na minha primeira vez, enquanto eu esperava na fila, alguns voluntários do clube conversavam com a gente de modo a evitar a criação de expectativas. Alegavam que, como a partida do Djoko estava fluindo muito rápido, quem queria ver o Federer provavelmente ia perder o jogo inteiro até os ingressos começarem a ser liberados. Muita gente que estava na minha frente e atrás de mim acabou desistindo. Eu paguei pra ver (em todos os sentidos) e no fim acabei vendo mais da metade da partida.

Ao mesmo tempo, era preciso ter sensatez. Como os ingressos não são liberados antes das 15h, entrar na fila com a expetativa de conseguir um ingresso para uma partida que começaria às 14h não tinha muito sentido. A lógica era focar nas partidas que começam depois das 15h.

Só que, por demandar mais esforço, não era todo mundo que encarava essa fila física, assim, as suas chances de conseguir ingresso eram altas.

Sobre a fila virtual

Ela é incontestavelmente mais acessível. Ficar horas em uma fila física não é só uma questão de querer, às vezes é uma questão de ter condições físicas para tal. Com a fila virtual isso não existe mais: todo mundo pode encarar essa fila.

Chega de esforço físico, chega de ter que ficar sob sol, vento ou chuva para não perder lugar, chega de ficar fazendo cálculo se vale a pena entrar na fila ou não, chega de ficar se lamentando por estar deixando de curtir o evento para ficar parada no lugar. Apenas escaneie o seu aplicativo e vá ser feliz em Wimbledon com uma copo de Pimm’s nas mãos.

Mas aqui também há um contraponto: a facilidade de entrar na fila aumenta a quantidade de gente e, consequentemente, deixa a concorrência por ingressos muito maior.

A diferença na prática

Nas minhas experiências com a fila física, não eram mais que 100 pessoas por volta das 15h, quando começavam a vender os ingressos. Indo para a fila de revenda logo depois da abertura do clube, por volta das 11h, em 2022, tinha pouco mais de 20 pessoas na minha frente.

Já em 2024, com a fila virtual implantada, e chegando no mesmo horário, às 11h da manhã, eu fui o número 700 e tanto da fila. Você simplesmente não vai conseguir ingressos nessa posição, ou se conseguir, vai ser quando as partidas estiverem no fim e só restar a partida de demonstração, se houver.

Para ter chances na revenda dentro de Wimbledon no novo sistema, é preciso chegar muito cedo na fila do lado de fora para ser um dos primeiros a entrar no clube, escanear imediatamente o app na fila de revenda e, assim, conseguir um lugar melhor na fila virtual com chances reais de ingresso.

A Fila

Esqueça tudo o que você sabe sobre filas. Não existe fila mais organizada, sistematizada e civilizada que “A Fila” de Wimbledon.

Assim como muita coisa na Inglaterra, tudo em Wimbledon é uma grande tradição – o clube, a grama, o uniforme branco, o torneio. Pois adicione a essa lista “A Fila”, tradição que começou nos anos 1920, portanto, um costume centenário no qual as pessoas se organizam na entrada do clube para conseguir os ingressos disponibilizados no dia, diretamente na bilheteria.

E, como toda tradição, “A Fila” é cheia de regras, protocolos e códigos de conduta que precisam ser cumpridos estritamente. Ela tem dia e hora para começar e um guia de etiqueta de mais de 30 páginas. Ao chegar n’A Fila, você recebe um guia (um guia da fila!!) e um cartão numerado para indicar seu lugar, que é checado a todo momento. Há barracas de venda de bebidas, banheiros e promotores de marcas distribuindo amostras grátis de bebida, algum snack doce ou salgado.

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Dezenas de funcionários estão lá para vigiar e organizar a fila, de ponta a ponta. O final é marcado por um desses funcionários, que segura uma bandeira amarela com um “Q” gigante (“q” de queue, fila em inglês).

É muito mais que uma simples fila.

Planejando-se para ir a Wimbledon

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Stock Photos/Christopher Sharpe/Shutterstock

Tudo é uma grande atração dentro de Wimbledon com o torneio rolando. Tem muitos bares, música ao vivo, algumas ativações de marca (inclusive pra galera que está na fila), a loja oficial, o museu. Fora os jogos, claro. Por isso, é interessante planejar bem a visita para tirar proveito de tudo com tranquilidade.

Chegue cedo de qualquer jeito

Se você só tiver um dia livre para ir a Wimbledon, chegue cedo na fila para ter tempo de aproveitar tudo. Para conseguir entrar no clube entre as 10h30 e 11h é preciso chegar na fila até umas 7h – eu cheguei umas 6h30 num dia de quartas-de-final e fui o número 2.248. Entrei por volta de 11h e fiquei até umas 20h.

O processo de entrada é um pouco demorado, pois há revista e a parada na bilheteria para comprar o Ground Pass. Quanto mais próximo do fim da manhã, maior vai ficando a fila, mais cheio vai ficando o clube e, a partir daí, é preciso respeitar a lotação máxima do local.

Uma vez que ele está cheio (com as pessoas que estavam na fila e também com as que já têm os ingressos diretos, fora convidados, etc), só é possível entrar gente quando sai gente. Pra quem chega mais tarde, Isso torna o tempo de espera na fila ainda maior e vai reduzindo o tempo livre lá dentro.

Um dia é bom (e pode ser épico), mais que um é ainda melhor

Na minha primeira vez em Wimbledon, em 2019, eu fui em apenas um dia e foi épica a minha experiência. Das vezes que retornei, em 2022 e 2024, fui sempre duas vezes. Só não fui mais porque Londres sempre tem um milhão de coisas para fazer. Acho que vale a pena ir mais de um dia porque cada fase da competição proporciona momentos diferentes tendo em vista as possibilidade de ingresso pra se conseguir no dia e as demais atrações do clube.

Pense estrategicamente no(s) dia(s) que você vai

A primeira semana tem uma enxurrada de jogos, enquanto a segunda tem menos partidas, porém há mais probabilidade de só ter as lendas jogando entre si – indicativo de partidas mais memoráveis. Há bons motivos para ir nos dois momentos; pense no que tem mais apelo para você.

Informe-se sobre “A Fila”

Uma vez decidido em que dia você vai, e dependendo dos seus planos, é bom se informar sobre o estado da fila externa. Para isso, existem contas não oficiais no Twitter que dão atualizações periódicas sobre o tamanho d’A Fila e a quantidade de pessoas esperando em cada dia do torneio.

Na fila de revenda, use estratégia

Conforme eu expliquei acima ao falar sobre a mudança da fila física para a fila virtual na revenda de ingressos dentro de Wimbledon, é preciso chegar cedo na fila do lado de fora para conseguir uma posição que te dará chances de conseguir ingressos baratos para a quadra central, 1 ou 2.

Chegue o mais cedo que puder na fila externa (no iniciozinho da manhã; eu não arriscaria chegar depois das 7h nessas condições; se você tem ânimo para ir mais cedo que isso, vá!). Ao entrar, vá direto para o ponto de escaneamento da fila virtual. Aproveite o tempo que você vai ficar na fila externa e estude o mapa para se orientar lá dentro. Evite os sábados e domingos, pois são dias mais cheios e a fila externa fica muito mais cheia, o que pode fazer com que você demore muito mais pra entrar no clube para, então, ir para a revenda.

Detalhes práticos

Se você pretende ir a Wimbledon, vá de metrô pela District Line (a linha verdinha) e desça na estação Southfields. A estação em si já te deixa no clima, pois fica toda decorada com elementos de Wimbledon. De lá são menos de dez minutos de caminhada até a fila e há sinalização por todo o caminho. Não tem erro.

A fila tem wi-fi aberto. Dentro do AELTC, há bebedouros, banheiros por todo o lugar e bares e restaurantes com preços para todos os bolsos. Mas você também pode levar comida e bebida (inclusive alcoólica), desde que respeitadas as quantidades pré-estabelecidas.

É preciso também respeitar o tamanho máximo de bolsas (40cm X 30cm X 30cm) e a lista de itens proibidos. Cartão e dinheiro são aceitos e há caixas eletrônicos dentro do clube. Todos os detalhes e políticas atuais no site oficial.

Match point!

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4 Comments

  • Renan Esteves
    Posted 26 de novembro de 2019

    Priscila, conhece algum site ou algúem que conseguiu ingressos em conta para o US Open? US Open é um torneio muito cobiçado por mim, principalmente pelo grande fato das finais, na maioria das vezes, acontecerem na data do meu aniversário. Imagina você se presentear com um ingresso de qualquer Slam que seja, justamente na data do seu aniversário?

    • Priscila Brito
      Posted 27 de novembro de 2019

      O que eu sei do US Open é que o qualifying é aberto ao público e que tem Ground Tickets também (não é a mesma coisa que ver as partidas, mas já dá um gostinho). Mas nunca pesquisei a fundo sobre como visitar.

  • Andre Pereira
    Posted 6 de junho de 2022

    Parabéns pela postagem. Muito elucidativa.

    • Priscila Brito
      Posted 6 de junho de 2022

      Muito obrigada, Andre! Fico feliz que tenha ajudado. Neste ano vou novamente em Wimbledon e se tiver novas informações ou mudanças vou acrescentar no texto.

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