O Copenhell é um festival dinamarquês que aconteceu entre os dias 23 e 25 de junho, em Copenhague. Depois de termos passado um ano na escandinávia sem conseguir datas compatíveis para acompanhar o festival, finalmente conseguimos comparecer este ano e foi uma grande experiência.

Para começar, a gente te conta um pouquinho de como foram os shows que assistimos por lá. Há muito tempo atrás eu disse em um post sobre shows no Roskilde festival 2014 que o público dinamarquês era um tanto quanto sem graça durante um show de metal. Desde então, venho me retratando dia após dia dessa afirmação, quando passei a presenciar alguns festivais de metal na Dinamarca, tais como o Aalborg Metal Festival e Metal Magic. E com aquilo que vi no Copenhell este ano, só me resta me render e dizer que sim, esses vikings são um público muito animado e especial!

Copenhell Official Facebook
Copenhell Official Facebook

Neste ano, o Copenhell se superou no line up. Reuniram grandes artistas como Scorpions,Amon Amarth, Alice Cooper, King Diamond, Megadeth e ainda Black Sabbath. Certamente, foi um grande ano para os dinamarqueses que viram apresentações inesquecíveis dentro de casa.

Skål para os melhores shows do Copenhell 2016:

Dia 1

Começamos pelo palco Hades com uma grande apresentação do Blind Guardian. A banda alemã levou vários fãs a um estado de empolgação bem elevado. Era um dos primeiros shows do festival em um dia de céu azul. O show foi um pouco curto, mas incluiu sucessos como The Script for my requiem, Nightfall e Valhalla ( uma música que de fato é muito foda!). Porém, deixou mesmo um gostinho de quero mais, afinal, a banda tem tantos outros sucessos legais, como Into the Storm. Na verdade seria lindo se tivessem tocado o Imaginations from the other side inteiro. Mas ok, fica para uma próxima.

Poucos shows durante o festival foram tão animados quanto o show da banda Dropikick Murphys. Os americanos fizeram uma grande festa folk – eu nunca pensei que punk com música celta poderia dar tão certo! Foi a segunda apresentação que vi dos caras, tão impecável quanto a do Graspop. Os vikings se renderam a danças e pulos regados à muita cerveja e aos sucessos como The boys are back, I’m shipping up to Boston ( que música!), Sunday hardcore matinee e outras canções fabulosas. Caso ainda não os conheça, não deixe de escutar os trabalhos e, tendo oportunidades, vá ao show!!

Dropikick Murphys. Photo: Jimmi Brandt Pedersen
Dropikick Murphys. Photo: Jimmi Brandt Pedersen

Uma das apresentações mais esperadas deste dia era o show de Alice Cooper. Show de horrores, fogos, coreografias, cenografia impecável – foi por aí que o americano fez com que a gente se entregasse a ele naquela noite. Mas é preciso colocar um lugar de destaque absoluto para a atuação de Nita Strauss, guitarrista do grupo. Nita fez uma grande apresentação, demonstrando sua técnica apurada e presença marcante no placo. Nita é sem dúvida uma das grandes musicistas do heavy metal da atualidade e sua ténica e energia ajudam Alice Cooper e cia a fazerem um show que prendeu a nossa atenção. Destaque para os hits No more mr. Nice Guy, Billion Dollar Babies, Poison, School’s out e uma b ela surpresa de homenagem ao Lemmy, Ace Of Spades! ( aliás, acho que vou perder a conta de quantas vezes ouvi esta música nos festivais por aqui, hahaha!).

alice cooper
Alice Cooper. Copenhell Official Facebook.
Nita Strauss, Alice Cooper. Ph: Jimmi Brandt Pedersen.
Nita Strauss, Alice Cooper. Ph: Jimmi Brandt Pedersen.

Quando começaram os preparativos para a entrada do grande headliner da noite, Scorpions, uma chuva bem inconveniente resolveu cair e deixar todos bem molhados. Teve gente que ficou ate assustada, pois a natureza não economizou raios e relâmpagos para tal ocasião. Mesmo assim, uma plateia de fans apaixonados mostrou que não era de açúcar e cantou fielmente cada estrofe das músicas do grupo. Fiquei na dúvida se estava me arrepiando com o frio da chuva inesperada ou com um coro apaixonado que cantava Wind of change. E este coro maravilhoso se repetia a toda hora, na verdade. Em Send me an angel, No one Like you, Still loving you e por aí vai. Todos ficamos derretidos pela chuva e pelo Scorpions. Nunca vi tanto romantismo viking. Rock ‘n’ roll band e Rock you like a hurricane fizeram todos se sacudirem melhor do que cachorro quando sai da chuva, eita lêlê, hahaha!

Scorpions. Copenhell Official Facebook.
Scorpions. Copenhell Official Facebook.

Dia 2

Redundância, hipérbole viking, espetáculo. O show do Amon Amarth foi o primeiro que vimos no segundo dia de Copenhell e foi um prenúncio de que começaríamos com o pé direito. Rusgas entre suecos e dinamarqueses à parte, todos se reconhecem como irmãos diante de Amon Amarth., e dá-lhe martelo de Thor! Irmãos que se pegam na porrada também durante o mosh, que foi insano! O show não foi muito diferente daquele que vimos no graspop. O set list foi o mesmo. Guardadas as proporções, parece que o show em Copenhague foi mais animado e com participação viking de verdade na plateia, e talz, ahahaha. Principalmente durante a execução de Pursuit of vikings, Deceiver of the gods e Guardians of Asgaard.

Em seguida, fomos ver um pouco mais de peso, ainda dando audiência para os suecos. Fomos para o bate cabeça junto com o Entombed AD. O show foi bem animado, com boa presença de público. Ainda rolou de conferir o trabalho do Guilherme Miranda, vocalista e guitarrista do Krow ( uma de nossas bandas mineiras favoritas, hehehe!) que agora é parte da banda sueca e faz juz ao seu posto. Nao foi so porque o Guilherme nos viu com a bandeira do Brasil por lá que ele debulhou a guitarra com gosto. O cara é realmente competente!

King Diamond. Copenhell Official Facebook.
King Diamond. Copenhell Official Facebook.

Finalmente era chegada a hora de ver de novo King Diamond, ah, o rei! Bom, a apresentação que ele fez no Wacken em 2014 teve um brilho especial para mim pois era a primeira vez que eu o via na vida. Coisa entorpecente. A apresentação no Graspop 2016 também foi muito legal, mas parece que o tio King ficou tão confortável em tocar em casa no Copenhell que a apresentação teve um gostinho especial. A plateia completamente apaixonada, cantando tudo. O rei, claro, mandou o inglês para as cucuias e toda a gente que não compreende tanto dinamarquês ficou boiando. Eu, apesar de saber a língua, dei várias boiadas também, hahaha. Mas foi um show lindo! Com um pouco de chuva, como todos os fins de noite se sucederam naquele festival,hahaha. Não rolou nenhuma surpresa do setlist para os dinamarqueses, contudo. O show teve o mesmo formato do que aquele apresentado no Graspop, com direito a todo o teatro e cenografias impecáveis. Melissa, Come to the Sabbath, Halloween, Welcome home, Abigail, tudo isso cantada a plenos pulmões e muito mais.

Abbath. Copenhell Official Facebook.
Abbath. Copenhell Official Facebook.

Abbath é o mestre da zoeira e da pirotecnia e também marcou presença no Copenhell! Mas, infelizmente, suas músicas novas não são tão cativantes quanto os sucessos do Immortal. Ainda bem que ele é um espetáculo por si só e que ainda guardou Tyrants, Solarfall, All shall fall e One by one de presente para a gente! Mesmo na chuva, fiquei lá assistindo a um dos melhores showmen do black metal!

 

Dia 3

Dia da agonia, dia de grandes shows e dia de dizer adeus ao Copenhell 2016! Cheguei um pouco tarde mas ainda a tempo de ver uma banda relativamente nova e muito legal da Suécia. Bombus, de Gotenburgo veio ocupar mais um espaço na longa lista das minhas bandas escandinavas preferidas. Os suecos fizeram um show impecável, rock n roll puro! Vocais claramente influenciados por Motörhead, influências do peso do Sabbath, e diálogo, então, com bandas como Eletric Wizard e outras bandas de stoner. Foram a minha descoberta do festival e aconselho você a explorar o trabalho da banda também!

Também foi dia de finalmente ver um dos mitos da década de 90, o Clawfinger, outros suecos malucos que na mesma onda de Faith no More arriscaram a misturar o metal, rap e outros rítmos. Uma apresentação cheia de energia e com destaque para o vocalista, que se embrenhou na plateia, fez de tudo um pouco! Lembram-se das músicas Prisoners, Zeros and heroes, The price we pay, Do what I say?Pois é, teve isso e mais um pouco. Fiquei bem nostálgica. Foi um dos shows mais lotados desse dia.

Ah, o que dizer do show do Rival Sons? Essas fofuras da califórnia fizeram um show de rock suave e potente, ao mesmo tempo. Deu para perceber o quanto eles agradaram ao público, que cantava, pulava e entregavam o corpo ao rock! Foram 12 músicas, muito apreciadas por um público de todas as idades! Eletric man, Secret, Where I’ve been, Torture, tudo executado de forma impecável. Caso ainda não tenha visto algum show dos caras, corra, pois compensa!

Ozzy, Black Sabbath. Copenhell Official Facebook.
Ozzy, Black Sabbath. Copenhell Official Facebook.

Depois de assistir a pauleira do Decapitated e do Dark Funeral que fizeram bons shows, corri para pegar o melhor lugar que pude junto à plateia do Black Sabbath. Certamente, o show mais esperado do festival, que teve record de público – muito maior do que a prata da casa, King Diamond. Eu pensava que depois de ver a mesma apresentação do Sabbath duas vezes aquilo perderia um pouco do encanto. Mas tenho que admitir, o encanto é inerente à eles. Não tem jeito de não ficar embasbacada toda a vez que se depara com a primeira banda de heavy metal do planeta tocando. Mesmo que o setlist tenha sido o mesmo, até a hora que o Ozzy interage com a plateia e as coisas que ele diz são as mesmas… mas, mesmo assim, tudo continua extremamente encantador. É muito difícil ver essa banda largar o mundo do metal, constituído por ela e que sempre terá ela como referência. Acho que será inevitável comprar o ingresso para ver o show no Brasil, pela quarta vez! Ah, que lindo a plateia dinamarquesa indo à loucura neste show!!!

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