O The Town conseguiu agradar o público com as atrações musicais, mas não conseguiu provar que vale o quanto custa e deixou a desejar no custo-benefício por causa de problemas na estrutura e na experiência oferecida aos fãs. Este é um resumo das avaliações feitas no Festivalômetro, que renderam ao The Town uma nota média de 2.6 de 5. É uma classificação de festival ruim, em uma escala que vai do péssimo ao ótimo.

As avaliações também são uma amostra de tudo o que o público expressou massivamente nas redes sociais desde o primeiro dia do evento. Os destaques negativos ficam para as longas filas na entrada no dia de estreia (posteriormente corrigidas) e a má localização e falta de espaço na área dos dois palcos principais (problema incorrigível com o festival em curso). O detalhamento do desempenho segue abaixo, quesito por quesito, com base nas avaliações publicadas até as 14h de 11 de setembro de 2023.

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2,5
Rated 2,5 out of 5
2,5 de 5 estrelas (com base em 28 avaliações)
Ótimo0%
Bom11%
Regular36%
Ruim50%
Péssimo3%

Line up e atrações: média 3.7

O line up do The Town foi o quesito de avaliação no Festivalômetro com melhor média. Foi o único com prevalência de avaliações “bom” (30% das avaliações) e “ótimo” (20% das avaliações) e nenhuma avaliação “péssimo”. Sendo assim, foi o que salvou o festival de uma nota mais baixa na avaliação do público.

Não é uma surpresa, nem no contexto do The Town nem no contexto geral de festivais. Quantas vezes, quando um festival oferece uma experiência ruim, você não ouviu alguém dizer (ou mesmo foi a pessoa quem disse) que “só os shows salvaram”?. Primeiro, se o fã compareceu ao festival é porque a escalação de artistas foi aprovada. Segundo, a partir do momento que a organização faz as contratações e fornece a estrutura adequada para o artista se apresentar e ele sobe no palco, é mérito dele, e não do festival, a qualidade da performance ao vivo.

É neste ponto também que os festivais saem ganhando injustamente na relação com os fãs, mesmo quando têm desempenho ruim. Apesar da experiência pífia, as pessoas retornam a um festival por causa dos artistas. Assim, o evento acaba se viabilizando em partes pelo desempenho dos artistas e não exclusivamente pela sua qualidade.

Estrutura: média 2.4

Agora entramos no terreno onde o The Town decepcionou. Pesam aqui os problemas com atrasos nos trens no primeiro dia, a falta de disponibilidade de banheiros na área dos palcos principais de forma proporcional à quantidade de público e a demora na entrada provocada pelas longas filas.

Prevaleceram nesse quesito as avaliações “ruim” (55% das avaliações). É também uma média que reflete a nota média geral do festival, já que se trata de um quesito com elementos que afetam diretamente a experiência do público.

Ambiente: média 2.3

Assim como o quesito anterior, este também teve prevalência de avaliações “ruim” (55% das avaliações). Tendo em vista que segurança e conforto são alguns dos aspectos avaliados quando falamos de ambiente, o resultado expressa bem a experiência na área dos palcos principais, com menções recorrentes à má circulação, visão ruim e os riscos trazidos por uma aglomeração indevida resultante do mau uso do espaço do Autódromo.

Alimentação: média 2.4

Apesar da média semelhante aos dois quesitos anteriores, a alimentação no The Town foi o aspecto com maior variabilidade nas avaliações. Apesar de, novamente, as avaliações “ruim” terem prevalecido, estas corresponderam a 30% do total, com o restante se dividindo entre “péssimo”, “regular” e “bom”. De todos os quesitos, foi o único que não teve nenhuma avaliação “ótimo”.

Problemas levantados nesse quesito incluíram os preços praticados e a falta de lanchonetes e ambulantes na área dos dois palcos principais.

Custo-benefício: média 2.2

A percepção do custo-benefício é uma consequência de todos os demais pontos, por isso não é de surpreender que a nota média tenha seguido o padrão dos demais quesitos e tenha sido a menor das médias. Vale destacar que este foi o único quesito em que prevaleceram as avaliações “péssimo” (35%). Na sequência, vieram as avaliações “ruim” (30%).

Como estão em jogo no The Town custos altos, pois além do ingresso uma parte do público também desembolsa gastos com viagens, incluindo diárias de hotel e transporte aéreo ou terrestre, os benefícios precisam ser igualmente altos para equilibrar a equação. Mas este não foi o caso da estreia do festival, como ficou demonstrado na avaliação dos problemas que os fãs tiveram que enfrentar.

Apesar das boas memórias que os shows vão deixar, a qualidade da experiência não correspondeu ao investimento nem às expectativas geradas pela pré-divulgação do festival. O retorno do festival já está confirmado para 2025, com datas ainda a serem divulgadas. Será a segunda chance para corrigir a má primeira impressão.

Nota média final do The Town: 2.6

Leia abaixo algumas das avaliações do The Town. Para ler todas as reviews do The Town e fazer a sua, clique aqui.

Festival para a Televisão

Rated 2,0 out of 5
11 de setembro de 2023

Tanto o The Town quanto o Rock In Rio transparecem na prática ser festivais para transmissão ao vivo. A estética, a organização, é muito mais bonita para a TV e nas redes sociais do que para o público pagante. Os perrengues enfrentados por quem tá no gramado superam qualquer limite do aceitável em eventos como esses. E, considerando que o The Town acontece no autódromo, a comparação com o Lolla fica inevitável! Neste sentido, tudo o que o The Town apresentou nos faz repensar os problemas mais apontados do Lolla e alguns deles (distância entre os palcos, conflito de artistas) incrivelmente acabam se transformando em soluções!

Disse isso no Rock In Rio e digo de novo para o The Town. Primeira e última vez. Já fui, e agora vou precisar de um motivo de retorno que seja realmente irrecusável!

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Thiago Almeida

Extremamente desconfortável

Rated 2,0 out of 5
11 de setembro de 2023

Vamos por partes:

Line up: Mediano. Acho que falta casar melhor os artistas de acordo com os dias que se apresentam. O público é um tanto resistente com o desconhecido, então coerência no estilo dos artistas que se apresentarão no dia traria uma experiência melhor para o público e para os próprios artistas, que não tem que enfrentar uma plateia hostil.

Estrutura: Banheiros maravilhosos. E para nisso. A disposição do palco foi muito mal pensada. Colocaram o palco principal em um beco que vc tem que passar pelo palco The One pra chegar nele. Pra piorar o caminho para o palco principal afunila. No final do dia as pessoas se concentram no palco principal e fica todo mundo preso naquele beco, que só tem um banheiro e uma estação de água. Além de desconfortável, pra dizer o mínimo, é perigoso pq em caso de emergência fica todo mundo preso naquele funil. O autódromo é enorme, dava pra ter aproveitado melhor a área.

Ambiente: Montaram uma área grande para marcas e ativações e os palcos ficaram nos extremos, secundários. A impressão é que a música ao vivo é secundária, apesar do chamariz serem grandes artistas.

Alimentação: Filas e mais filas. Senti falta de ambulantes oferecendo opções de comida tbm. Disseram para não levar dinheiro que todos os vendedores aceitariam cartão, o primeiro que me deparei já não aceitava cartão – só pix ou dinheiro. Horrível. Pulseiras cashless tornam a experiência muito mais fácil. Por mais vendedores ambulantes de bebidas e COMIDAS e pulseira cashless como forma de pagamento!!!!

Custo-benefício: Caro. Achei caro, principalmente se considerarmos a série de problemas.

Eu demorei 1h para conseguir sair do autódromo. Nada ali era fluido. Entrada, saída, circulação entre os palcos, acesso aos stands de comida, tudo era difícil e demorado.

Tem MUITO a melhorar e espero que a produtora não acabe com as partes boas do Lollapalooza, já que assumirá em 2024.

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Lygia

Estrutura precária

Rated 3,0 out of 5
10 de setembro de 2023

O afunilamento entre os dois palcos principais do festival foi o grande erro dessa edição. Quem ia transitar de um show para o outro – já que estes eram intercalados pelos dois palcos – ficava preso na multidão sem perspectiva de conseguir chegar. Torres de som na frente do palco atrapalhavam boa parte da visão de muita gente que não conseguiu um bom lugar. Filas de banheiro com mais de 1km, falta de uma logística adequada para compra e venda de bebidas e comidas. Muita coisa a melhorar pras próximas edições.

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Eduardo

Crédito da imagem principal: Divulgação/The Town

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