Entre pancadas de chuva, atividades mil afogando a gente, shows épicos e momentos nem tão épicos assim, sobrevivemos ao primeiro fim de semana do Rock in Rio 2019. Algumas das impressões que ficaram da experiência nos três dias em que estivemos por lá:

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O excesso de atrações da Cidade do Rock

A gente já sabia e tinha avisado aqui que o Rock in Rio 2019 vinha abarrotado de novidades e atividades. E já dava para pressentir que essa quantidade iria rivalizar com o tempo que se passa dentro da Cidade do Rock, que este ano virou oficialmente uma Disney musical.

Dito e feito, em um dia apenas é humanamente impossível desfrutar de tudo que o Rock in Rio 2019 oferece ao público. Quem vai em um dia tem que ter suas prioridades; quem vai em mais de um pode até aproveitar mais. Porém, mesmo assim vai deixar um bocado de coisa pra trás.

A chuva insistente

Por um lado, foi um alívio não sofrer com o calorão que se espera do Rio de Janeiro. Mas também não quer dizer que a chuva seja a melhor opção para um festival. Apesar de não ter vindo forte em nenhum momento, ela foi insistente neste primeiro fim de semana do Rock in Rio 2019 e cortou um pouco o clima de curtição que se espera num festival.

A previsão para o segundo fim de semana é de sol e calor, com temperaturas próximas dos 30º.

A ~polêmica do Drake

Teve quem tenha achado o show ruim (aparentemente a maioria). Teve quem tenha gostado. Mas o problema não foi o show em si – apesar de não ter sido à altura do que os headliners dos outros dois dias entregaram, foi condizente com a carreira que Drake construiu até aqui.

O fato é que já havia uma indisposição de parte do público com o rapper em função dos boatos de cancelamento do show dias antes do Rock in Rio que foi agravada pelo veto à transmissão ao vivo do show momentos antes do mesmo. O passo natural foi transferir essa impressão negativa para a performance do canadense.

Foo Fighters sendo épico

Se o headliner do primeiro dia não honrou o posto, o do segundo dia entendeu muito bem o seu papel e o desempenhou com louvor. O Foo Fighters fez um show grandioso como era de sua obrigação fazer. A partir de agora, é candidatíssimo a ser mais uma das atrações que se repetem no lineup edição após edição.

Bon Jovi fazendo o possível

A voz desse moço bonito já não é mais a mesma, infelizmente, e chegou num ponto em que não dá mais pra disfarçar. Mas ele e sua banda fizeram um esforço claro para compensar o problema. A banda deu apoio vocal para Jon em boa parte das performances e o cantor demonstrou energia e simpatia o tempo todo, sempre acompanhadas daquele sorriso impossível de se ignorar.

Faltaram alguns hits, é verdade, mas a substituição de I’ll be there for you (originalmente prevista no set) por Always, um pedido insistente dos fãs, foi um bom acerto.

Ivete sendo um furacão

Parecia que Ivete ficaria melhor escalada em outros dias desta edição do Rock in Rio 2019, mas a impressão se mostrou equivocada logo que o show começou. A cantora tomou conta da multidão e fez um show incomparavelmente mais envolvente que o das duas atrações internacionais que vieram na sequência (Goo Goo Dolls e Dave Matthews Band).

O Palco Sunset acertando mais que o Palco Mundo

Enquanto o Palco Sunset segue entregando encontros bons e únicos, o Palco Mundo, pelo menos neste primeiro fim de semana do Rock in Rio 2019, mostrou que o que parecia ser mal resolvido no papel acabou não dando certo na prática também.

Descontada a polêmica envolvendo Drake, os shows do primeiro dia fluíram bem no conjunto (Alok + Bebe Rexha), mesmo com uma atração substituta – Ellie Goulding no lugar de Cardi B. Mas, no restante do fim de semana, as escalações do “miolo” não vingaram.

https://www.youtube.com/watch?v=Vm7qI-J9I90

No sábado, o Weezer estava extremamente deslocado de palco e até de festival. O Whitesnake, que encerrou o Sunset no mesmo dia, teria funcionado muito melhor no Palco Mundo. No domingo, foi a vez de uma banda one hit wonder com uma base pequena para o tamanho do Rock in Rio e do Palco Mundo (Goo Goo Dolls) e outra super competente, porém desalinhada com o perfil geral do público (Dave Matthews Band).

A teimosia em encaixar obrigatoriamente duas atrações internacionais entre a atração brasileira que abre a noite e o super headliner que encerra a programação gera esses momentos inexpressivos no palco principal do Rock in Rio.
Fica a dica: é importante ter atrações que sejam relevantes para o perfil do público do festival, sejam elas nacionais ou estrangeiras.

Bem diferente desse resultado irregular, o Palco Sunset foi mais coeso, sem pontos tão baixos como ocorreu no palco principal. Teve shows lotados como o dos Titãs, apresentações muito bem produzidas; como a da Iza, elevada pela participação de Alcione; o Whitesnake, como já dito, fazendo uma apresentação com porte para palco principal; Gloria Groove protagonista num show em que era teoricamente uma convidade de Karol Conka, dentre outros momentos.

https://www.youtube.com/watch?v=rDpyBMMG8d8

https://www.youtube.com/watch?v=sqRQmfy6riU

Os shows-relâmpago do Palco Supernova

Uma das novidades desse Rock in Rio, o Palco Supernova traz artistas que estão despontando. Uma pena que eles tenham tão pouco tempo pra se apresentarem. Os shows duram cerca de 30 minutos. Este problema à parte, fica o destaque para a vista privilegiada que o Palco oferece para a Cidade do Rock, já que ele se encontra em uma parte mais elevada do Parque Olímpico.

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4 Comments

  • Renan Esteves
    Posted 30 de setembro de 2019

    Palco Supernova achei meio que escondido, tem que dar uma volta para se chegar nele. Sobre as atrações, o Foo Fighters foi o melhor headliner que vi nessa primeira semana de festival, apesar de não ter visto o show do Drake. Gostei muito da Ivete,que fez um show cheio de hits e que encantou o público. Dave Matthews fez o melhor show da noite de domingo na minha opinião. Como gosto desse tipo de som, acabou que me conquistando. Mas a banda é super entrosada e realmente merecia tocar no Palco Sunset. Estava até falando com alguns conhecidos que se tivesse o Bryan Adams, que toca em outubro no Brasil, com certeza combinaria mais com a noite do Bon Jovi. Sobre o Bon Jovi, mesmo se esforçando, achei um show protocolar, mas que também não foi ruim. Sobre o Sunset, teve bons shows como Jesse J e Iza, que fiquei totalmente encantado pelo seu som – e olha que Pop não é muito a minha praia. Agora é esperar a próxima semana chegar.

    • Priscila Brito
      Posted 1 de outubro de 2019

      Iza arrasou, inclusive na produção do show. Vi ela no Lolla e já tinha gostado bastante da performance e da presença de palco; com este show do RIR ela elevou o nível. Tava lindo o show.

  • claudia martins
    Posted 4 de outubro de 2019

    Até agora achei novidade mesmo foi Weezer, muito bacaninha… adorei a atuação no palco e o carisma!!

    • Priscila Brito
      Posted 6 de outubro de 2019

      Que bom que curtiu o Weezer, Claudia! É uma banda que eu gosto bastante, mas senti que a maioria ali no Rock in Rio não estava interessada no som deles. Legal saber que a minha impressão não se aplicou a todo mundo 🙂

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