Você já deve ter se visto diante dessa situação: aquele festival que você tanto quer ir vai coincidir com um dia de trabalho. Às vezes, o drama é ainda maior: você precisa viajar para esse festival, o que vai exigir mais dias livres ainda. #ComoFaz? Pede licença do trabalho? O que você faz ou já fez ao se encontrar numa encruzilhada dessas? É o que eu e Gra queremos saber de você.

No podcast de hoje a gente discute alguns “causos” que rolaram com gente daqui do Brasil e do exterior, o que mostra que estamos tratando, de fato, de um ~drama da vida real~. Mais que isso, estamos falando com conhecimento de causa, pois o Festivalando só nasceu porque nós duas decidimos que era hora de deixar nossos empregos pra trás.

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Cada uma de nós pediu demissão do emprego por razões particulares, mas de modo geral o fizemos porque vimos que uma viagem de dois meses por festivais na Europa não era simplesmente uma forma de chutar o balde, mas principalmente um projeto profissional estimulante e promissor no qual valia muito a pena investir. E eu acabei fazendo isso duas vezes, pois quando voltei pro Brasil fui chamada para o mesmo emprego mas, meses depois, precisei fazer uma nova viagem para o Festivalando. Como era uma viagem bem mais curta que a anterior, propus uma negociação, mas não foi aceita. Assim, saí do mesmo emprego pela segunda vez.

É claro que isso é uma decisão drástica, e não foi motivada só pelo desejo de ir ao festival em si – tinha um propósito maior por trás. E eu sei também que sair do emprego ou colocá-lo em risco sequer é uma opção pra muita gente. Nem tem que ser, né? Mas ter uma rotina flexibilizada e um ambiente aberto para diálogos e negociações para atender interesses de ambas as partes deveria ser uma opção pra todos nós.

Pena que não é, e toda essa discussão leva inevitavelmente a uma reflexão muito em evidência hoje, que diz respeito à defasagem dos modelos atuais de organização do trabalho.

Há quanto tempo você está de licença da sua vida?

Eu espero muito que a minha geração seja a responsável por romper com esse padrão engessado de bater cartão e que te obriga a organizar toda a sua vida em função do trabalho e se virar para encaixar todas as outras coisas importantes da vida no pouco tempo que sobra fora da empresa, como se a nossa única função nesse planeta fosse trabalhar e as outras atividades fossem meros empecilhos para a realização do trabalho.

Os empregadores precisam começar a entender que produtividade e qualidade do trabalho não estão relacionados com o cumprimento religioso de 40 horas semanais, cinco dias por semana, dentro de um escritório, e sim com o seu comprometimento e eficiência na realização das tarefas que lhe cabem.

Eu passei os últimos dois meses no meu referido emprego fazendo uma quantidade de trabalho maior que a demanda usual, propus produzir mais nos dias em que ficaria fora, mas isso não foi suficiente para servir como moeda de troca à luz das regras de uma empresa tradicional. As formalidades ajudam a organizar o ambiente de uma empresa, mas precisam ser flexibilizadas. Eventualmente, você pode ser capaz de conseguir fazer a mesma quantidade de trabalho, com os mesmos resultados, em um tempo menor. Por que não?

E se você não encontrar espaço para esse tipo de flexibilidade, para negociação e diálogo, talvez seja o caso de arregaçar as mangas e tentar encontrar novos meios de encaixar o trabalho na sua vida (e não de encaixar a sua vida no trabalho). Vai descobrir qual é o Festivalando da sua vida.

Pra resumir, MIGA: não é justo que a gente abdique de uma série de coisas que nos fazem bem para passar a vida inteira atendendo as demandas de uma corporação se a mesma não é capaz de atender as nossas demandas em troca. Reciprocidade é um elemento fundamental das relações humanas. Dinheiro só não basta, até porque, na maioria das vezes, uma empresa vai estar sempre lucrando com a força do seu trabalho e com o que ela deixa de pagar pra você (né, Marx?). Pense nisso.

Mas antes de pensar, claro, ouça o nosso podcast e conte suas histórias pra gente 😉

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