Grande. Esse é um adjetivo bem acertado para se usar quando falamos de Roskilde festival.

E por ser de tal tamanho e cheio de bandas, com visitantes que chegam principalmente da Europa mas também de outros continentes, a estrutura não poderia ser descuidada.Podemos dizer que em alguns termos é uma estrutura satisfatória. Em outros, nem tanto. É como aquela laranja Bahia – grande, bonita por fora, mas às vezes meio seca e pouco saborosa.

Por isso , achei melhor mostrar para vocês em tópico.Separamos categorias que nós festivaleiras elegemos como as mais importantes a serem avaliadas quando o assunto é estrutura de festival:

Transporte:

transporte

Partindo da estação central de Copenhague há oferta grande de trens que saem com intervalos de 20 ou 30 minutos para a cidade de Roskilde. Na estação da cidade de Roskilde há uma equipe de suporte do festival, responsável por vender os tickets do trêm ou ônibus exclusivo com destino para as duas entradas principais do festival. Era chamada a estação “festival platz”.

Avaliamos que o transporte foi muito eficiente, e tinha grande oferta. Era possível chegar ao festival até o fim da noite e sair dele em vários horários na madrugada. Só achamos complicada a disponibilização de informação sobre a locomoção e preços.Muitas coisas foram ditas na semana em que e festival começava -como o preço dos shuttle bus e do trem que levava à entrada do festival (20 Dkk ou 10 reais), e a timetable entregue junto com O manual do festival (e que ainda sim tinha alguns horários discrepantes daqueles disponibilizados em um cavalete na saída do festival).

Apesar de 20 dkk parecer um preço banal para o dinamarquês (e de fato o é), para nós brasileiras, pagar o equivalente a 10 reais para ficar por apenas 5 minutos no trem até a entrada do festival não foi muito agradável. Cogitamos a possibilidade de andar a pé da estação de Roskilde até o festival. Era possível, porém não havia muitas travessias tão amigáveis para pedestres. Portanto, não o fizemos.

Informações:

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No geral , o site é bem completo. Porém, algumas informações poderiam ter sido mais centralizadas (havia informação sobre atualização dos espaços da área de camping em algumas redes Sociais mas não na página.

O manual é muito legal . Uma verdadeira revistinha para guardar de lembrança .Mas deveria ter sido entregue junto com os ingressos, talvez apenas em versão eletrônica. Ficamos sabendo por ele de dados super importantes que orientariam melhor nossa aventura pelo festival e, poderíamos ter aproveitado mais coisas. Dentro da área do festival  não havia tanta gente disponível só para te dar informação.

Mas, a maioria dos voluntários, sejam da limpeza ou crowd safety, eram muito solícitos para atender a dúvidas ou indicar a localização de alguma atração específica.

Hidratação e comida :

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Água de graça! E em vários pontos do festival, com voluntários muito simpáticos e incansáveis. No entanto, era melhor você trazer o seu copinho ou garrafinha de casa. Caso contrário, teria que desembolsar mais algumas coroinhas da depressão para comprar uma garrafinha de água do festival.

Durante os shows o pessoal da crowd safety também servia água para todos que estavam na grade. E quem quisesse, era só caminhar até a grade ou até as laterais para ser servido com um corpaço com água!

Locais para compra de comida estavam espalhados por toda a área do festival, exceto pelo camping. Havia a praça central com várias lanchonetes e, especialmente fast food, comida chinesa e italiana.

Mas, também havia várias opções saudáveis. Salada de fruta, comida vegana, vegetariana. Os preços das refeições eram em média 45 dkk. O que equivale a 22 reais para porções muito mirradinhas de comida.

comida

Tinha também o Fakta, um supermercado em que você encontrava, obviamente, comida que se compra em supermercados: bolachas, vegetais, enlatados, sorvetes, salgadinhos… e o bacana, pelo preço de supermercado mesmo! Consideramos essa categoria muito bem servida no Roskilde.

E, ainda tem o fato de que eles deixam você entrar com comida no festival. Assim, para acampar, você poderia trazer, literalmente, um carrinho cheio! Foi isso, inclusive, que fizemos. Levamos frutas, castanhas e sanduíches preparados em casa, para economizar ao máximo.

Conectividade e energia:

recarga de celular

Faltou sinalização. Em vários lugares conseguíamos nos conectar à iternet, mas era tipo “olha! tá conectado”.

Não havia nada indicando. Era muito aleatório e também com oscilação enorme do sinal. Às vezes conseguíamos ótimos sinais que de repente sumiam, assim, dissolvidos no ar. Mas, deixaríamos o Roskilde passar de ano nesse quesito, pois teve muito festival que nem uma conectada aleatória para dar um oi geral para a galera da net era possível…

A energia todo mundo queria, obviamente, para carregar os celulares e câmeras. Você poderia fazer isso gratuitamente. Mas era suado: debaixo de um sol escaldante eram disponibilizadas 5 bikes em que você pedalava para carregar seus aparelhos. Custava colocar na sombra?

Havia estações de energia solar em alguns acampamentos da Dream City, mas só os dreamers poderiam usufruir.

Ainda sobre celular, havia outros pontos de carga e aluguel de baterias, mas eram pagos. 20 dkk para dar uma carga e 50 dkk em média para alugar uma bateria.

Limpeza e banheiros:

limpeza banheiro

Esse é um mistério. Para começar, havia voluntários limpando incessantemente durante todo o dia, a semana inteira. O mote dos Campings era “clean out loud” ou seja , limpar até o talo e,todas as manhãs passava tipo um esquadrão da limpeza. Contudo, o camping site nunca ficou limpo. Hora alguma.

O Roskilde foi , infelizmente, o festival mais sujo pelo qual passamos. Tudo o que os dinamarqueses não sujam durante o ano eles sujam em uma semana de Roskilde.

Os banheiros, havia centenas deles – a maioria suja , entupida e insuportável. Eles variaram entre banheiros químicos, pee tree , banheiros numa estrutura parecida com um trailer(um pouco melhores), e os banheiros fixos com água encanada. Esses últimos com padrão aceitável.

Também não era problema optar pelo mato, uma vez que nenhum bocó ficaria te olhando ou tirando foto da sua bunda enquanto você faz um pipis. Eu mesma recorri ao mato várias vezes. Tinha quantidade de banheiros,mas num tinha qualidade nesse quesito.

pee tree

 

Serviços sociais e ass. médica:

Havia um posto médico no Roskilde preparado para vários tipos de emergência. E existia, ainda por cima, serviço de atendimento psicológico e social, caso você fosse assediado de alguma forma. Também existia um braço do serviço de imigração, caso você perdesse o seu passaporte.

Avaliamos essa estrutura de serviços como top, talvez uma das mais tops nos festivais.

Compra de ingresso:

Se você é nativo da escandiávia, cidadão da União Européia, ou dos EUA e Canadá, ótimo! Não terá nenhum problema para comprar seu ingresso. Agora, se você é brasileiro, meu bem, use do lema de que “não desiste nunca” para ter estômago e lidar com a venda de ingressos via billetnet, responsável pelos tickets do Roskilde.

Se você está instalado em alguma das regiões citadas e tem cartão de crédito feito nelas, também não precisará se preocupar. Caso você só tenha cartão de crédito brasileiro, prepare-se para fazer o invoice, que é a única opção que a Billetnet te dá. E o pior,seu ingresso sairá até 30% mais caro ao longo de toda a transação. ( contamos aqui a mão de obra).

Fica a dica para a produção do Roskilde melhorar isso.

Segurança:

seguranca

É muito louco mas, segurança aqui se resume em garantir que a multidão não empurre demais ou cause acidentes durante os shows. A Crowd safety é uma equipe de voluntários que cuida disso o tempo todo, direcionando o público e evitando qualquer tipo de confusão causada nas aglomerações.

De vez em quando passavam algumas pessoas vestidas de policial no camping. Mas muito nos espantou não haver revista das mochilas na entrada. Em tese, eu poderia ter entrado com uma AR15! Então, os dinamarqueses confiam muito…mas a gente não. Por isso, esse quesito nos causou estranhamento.

Academia

Além de tudo isso que dissemos, o Roskilde ainda tinha guarda volume, achados e perdidos, venda de material de acampamento, supermercado, sauna, academia – sim, academia com pesos, barras e tudo mais!

Uma estrutura e tanto, não acham?

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