Vai parecer estranho o que vou dizer, principalmente pelo fato de quase todo mundo já conhecer Inhotim: a estrutura  Meca Inhotim precisa de ajustes. Pois bem, quem já esteve no espaço sabe que a estrutura de Inhotim é maravilhosa e atende aos fins para os quais o museu existe. Porém, outra coisa é a estrutura que deveria atender ao festival Meca Inhotim. Vou explicar:

Ressalvas sobre Inhotim x Meca Inhotim

A princípio, os bons adjetivos direcionados à estrutura do museu deveriam ser os mesmos direcionados à do festival, já que é a mesma. Porém, o propósito do Meca Inhotim é outro. Ele é um festival e, sendo um festival, tem outra dinâmica de funcionamento. Não é mais a dinâmica de um Museu a céu aberto. Assim, talvez a estrutura que atende bem a um museu não atenda tão bem a um festival.

Inhotim possui sete locais para comer, incluindo restaurantes e lanchonetes, banheiros e bebedouros espalhados por todo o seu território – há pelo menos um banheiro e bebedouro perto das galerias ou serviços principais.

Mas, tudo isso que ali existe não foi pensado para um festival, e sim para o Museu. Por isso, a estrutura do Meca Festival não vai ser nota 10. Haverá falhas relevantes – até porque, há algumas falhas na própria estrutura de Inhotim, como na sinalização: por exemplo, em que as galerias são nomeadas nas placas, mas possuem número nos mapas. O que às vezes deixa confusa e mais demorada a orientação no espaço.

Estrutura dispersa demais para um festival

Outro fator preponderante para acharmos que a estrutura do Meca Inhotim merece ajustes, foi o fato de as atividades e até mesmo alguns serviços essenciais, como a comida, estarem localizados de forma muito dispersa. Em festival,quando falamos dos serviços ligados às necessidades vitais ( água, comida e banheiros), é sempre melhor que tudo esteja de forma prática ao alcance. As pessoas querem dar conta dessas necessidades de forma rápida, para aproveitarem as demais experiências que o festival tem a oferecer.

Transporte

Chegar de transporte público em Brumadinho, para daí dar um jeito de chegar em Inhotim é desafiador, apesar de não ser impossível. Assim, essa questão não deixa de ser uma falha. É importante ter transporte público e boas conexões para nos levar direto ao festival.

Apesar de caro, $60 ida e volta, o transporte feito por transfer para o festival funcionou bem. O ônibus da empresa de turismo permitiu uma viagem confortável. Porém, as ofertas de horários poderiam ser mais amplas. Havia somente duas possibilidades de volta, sendo uma delas às 17h30 e outra somente às 2h30 da madrugada. Também houve atraso de partida, tanto na ida quanto na volta, o que não foi legal.
Para quem foi de carro, o acesso era relativamente fácil, além de estacionamento gratuito.

Informações

meca inhotim
Divulgação

Nesse quesito, o festival se deu relativamente bem. Apesar de ter sido anunciado muito em cima da hora, o Meca Inhotim possui um site com as informações muito bem expostas. O acesso fácil, intuitivo e a linguagem clara.

No local, também entregaram um guia impresso e o mapa do Museu, assim que as pessoas trocavam o ingresso pela pulseira. Além disso, ainda havia pessoas da equipe para dar informações em pontos estratégicos. No entanto, quando nos afastávamos muito de perto do palco principal para conferir outras atividades, essas pessoas sumiam. Muitas vezes nos vimos perdidas e vimos muitas pessoas perdidas. Aquela história de ser número do mapa e nome na placa também deu uma leve complicada em nossas vidas.
Já no que diz respeito à sinalização, ela ficou menos óbvia. Geralmente, como as pessoas estão mais dispersas em um festival, elas precisam ter sinais bem grandes e claros de onde se encontram as coisas : água, comida, banheiros, atividades…

Hidratação e comida

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Hidratação e comida no Meca Inhotim

Esse foi o calcanhar de aquiles do festival, por conta dos preços e da dispersão. Primeiramente, é importante dizer que havia variedade, mas ela estava um pouco limitada. Havia 7 opções de lugares para comer, mas elas estavam bem dispersas – o Hambúrguer gourmet estava no G11, alguns petiscos e bebidas básicas estavam no Food Park – que na verdade, foi meio que bizarro. Como chamam de Food Park algo que continha somente dois estabelecimentos de comes e bebes? Muita gente acreditou que era somente aquilo que se poderia comer.

Além das opções limitadas e da dispersão, é preciso falar que os preços estavam bastante salgados. Para quem já paga um ingresso caro e não pode levar sua própria comida, pagar $36 (um dos valores mais baratos que encontramos para almoço) em uma refeição que pouco sustenta foi meio que um tiro no pé do festival. Trocando em miúdos, faltaram sim uns Food Trucks de coxinha, cachorro quente, sandubão! A maioria dos festivais faz assim. O conceito do Meca pode ser diferente, mas a nossa fome durante festival é sempre a mesma!

Sobre a água, ela estava sendo vendida no tal Food Park e na entrada por $6. Porém, haviam vários bebedouros espalhados pelo museu, de uma forma discreta, entretanto. Por isso, perdeu ponto em não sinalizar melhor onde as pessoas poderiam encontrar água potável de graça.

Conectividade

Havia pontos de wifi em alguns espaços, como o restaurante Oiticica, por exemplo. A conexão estava boa. Porém, é lamentável que você necessite ir para o restaurante para se conectar. A maioria dos festivais já coloca pontos ao lado dos palcos, por exemplo.

Limpeza e banheiros

banheiros

Os banheiros eram de água corrente, o que é maravilhoso. Havia banheiros na entrada, no Food Park, bem como os banheiros da recepção e perto das principais galerias e restaurantes.
O nível de limpeza permaneceu razoável até o momento em que a chuva veio mais forte. Assim, era impossível evitar a lama e um pouco de caos.

Faltaram lixeiras na área dos shows e palestras. Apesar de as pessoas terem consciência sobre onde devem colocar o lixo, a falta de opção as fez colocar garrafas e papeis em alguns cantinhos, o que deixou o cenário um pouco feio no final da noite.

Segurança

Não houve revista na entrada para o festival – pelo menos, não houve na hora em que entramos. Não havia muvuca de pessoas etc, mas a revista em festival é um procedimento padrão. Afinal, aglomeração, mesmo que mínima, gera algumas possibilidades inseguras, digamos assim.

Nesse ponto, até mesmo a questão da proibição da entrada de alimentos ( de acordo com o regimento do próprio museu), não foi “fiscalizada”. Eu poderia ter entrado com meus chocolates, por exemplo! Uma pena não ter sido outsider!

Pode-se argumentar que o Meca é um festival com outra proposta, para outro público. Mas, eu não relacionaria revista de festival somente a um projeto ligado a estereótipos de classe social.É preciso ter a revista, independente do preço do seu ingresso o se seu público alvo é A.
Já com relação à segurança no local, o festival pareceu trabalhar com o monitoramento já realizado no Museu. Alguns funcionários de Inhotim circulam no local para ver se está tudo dentro dos conformes.

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