Mato Grosso está com dois festivais que merecem atenção, e quem faz uma colaboração com o Festivalando para contar os detalhes é o Thiago Almeida, que já apareceu por aqui antes com dicas práticas para o Coachella e com um passeio por dentro do festival em Indio.
Localizada no centro da América do Sul, não é muito comum falarmos por aqui de festivais realizados na região Centro-Oeste. Mas, felizmente, isso parece que vai mudar. Dois novos festivais no estado de Mato Grosso podem sinalizar bons ventos para fãs de música. O Baguncinha – O Festival, organizado pela empresa Sumac Records, e o Festival Vambora, do Coletivo Vambora MT, foram divulgados nas últimas semanas. Ambos os festivais prometem movimentar a cena do cerrado brasileiro e serão realizados em Cuiabá, capital de Mato Grosso.
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Baguncinha – O festival
“Baguncinha” é o nome do sanduíche de rua mais tradicional de Cuiabá, algo parecido com o famoso “podrão” do eixo Rio-SP. Este termo é mais que perfeito para nomear este festival que já está em sua segunda edição e agora alça voos maiores com uma proposta simples, mas suculenta e deliciosa. O Baguncinha – O Festival acontece já no dia 19 de agosto e traz como headliners Duda Beat, Rael e Vhoor, nomes de peso do cenário nacional.
O festival é organizado pela Sumac Records, uma empresa/selo que agencia e produz artistas locais. A ideia para a realização do festival, de acordo com os proprietários do selo, é criar um ambiente em que os artistas locais possam apresentar seu trabalho, além da troca de experiências com artistas nacionais contemporâneos.
O line up foi divulgado em evento realizado na última sexta-feira (16) e a pré-venda de ingressos já está disponível aqui, a partir de R$ 65. Os organizadores prometem mais de dez horas de programação distribuídas em três palcos e vários ambientes. Serão cerca de 30 atrações de MPB, rap, rock, pop, dunk, ritmos regionais, entre outros.
Festival Vambora
Este ainda está envolto em uma aura de mistério, pois muito pouco foi divulgado. O que sabemos até o momento é que o festival – que está em sua terceira edição – se expande e ocorre entre os dias 28 e 30 de setembro. O evento contará, de acordo com a organização, com 40 bandas. Entre as atrações confirmadas, a única oficialmente divulgada até o momento é o rapper paulistano Criolo, o que já cria um forte buzz do que mais será confirmado nos próximos dias.
O festival é realizado pelo Movimento Vambora MT, um coletivo que promove ações culturais, capacitações, gerenciamento de espaços, captação de recursos, desenvolvimento de projetos e a realização de ações para a promoção sociocultural de Mato Grosso.
História e maus exemplos
Estes nãos são os primeiros festivais a serem realizados em Cuiabá. Mesmo fora da rota comumente vista no calendário anual brasileiro (leia-se: Rio de Janeiro e São Paulo), a cidade possui alguns festivais históricos e uma incursão malsucedida que ocorreu mais recentemente.
Rock Arena
Estamos falando do Festival Rock Arena, ambicioso projeto realizado em agosto de 2018 que se atreveu a trazer, pela primeira vez em Cuiabá, variados artistas internacionais em um mesmo evento. No line up, nomes como The Calling, Joan Osborn e Sean Kingston estavam entre os artistas principais. Entre os nacionais, o peso de Pitty, Iza, Jojo Todynho e Raimundos engrossavam o caldo de um festival que prometeu muito, mas pouco entregou.
Com público muito abaixo da expectativa, o evento virou uma tortura para os festivaleiros com as horas de atraso da abertura dos portões por conta da ausência de alvarás, além da pouca estrutura ofertada aos fãs.
Mas, diferentemente do que acontece com o Baguncinha – O Festival e Festival Vambora, a organização do Rock Arena foi realizada pela Gazarroo Produções, empresa paulista, que atuava na região pela primeira vez com um evento de grande porte. Esta nova incursão cuiabana aos festivais é uma iniciativa de gente local, jovem, com vontade de fazer a cena independente acontecer na região: uma mistura promissora que já se mostrou eficaz em outros momentos.
Calango
Entre 2002 e 2009, o coletivo Cubo Mágico realizava o Festival Calango, referência regional em música independente que trazia a Cuiabá bandas como Inimitáveis, Daniel Beleza e os Corações em Fúria, e um Vanguart em processo de ascensão (aliás, vocês sabiam que Vanguart é uma banda Cuiabana, né?).
O Festival Calango é exemplo de que a região Centro-Oeste – e neste caso específico, Cuiabá – tem muito espaço para a realização e expansão de festivais de médio porte como muitos já consolidados no país (Mada, Coquetel Molotov, João Rock, Coolritiba, entre outros).
Agora, resta torcer para que ambos, Baguncinha – O Festival e Festival Vambora sejam um sucesso e exemplo para que novos (e maiores) eventos aconteçam nos próximos anos. Nós, festivaleiros, agradecemos!
Créditos da imagem principal: Pedro Ivo e Gabriel Venske
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