Na minha última viagem à Europa decidi que não iria visitar museus do tipo blockbuster, aqueles que estão em todo roteiro de viagem. Em três viagens anteriores já tinha feito um intensivão National Galery-Tate Modern-Louvre-Quai Branly-Musée d’Art Moderne-Musei Vaticani-Palazzo Reale (fora uma visita frustrante e congelante na Galeria Uffizi). Achei que precisava me desafogar um pouco desse mar de museus. Sendo assim, a Ilha de Museus, típica parada turistona pra quem quer conhecer museus em Berlim, passou longe dos meus planos na minha primeira visita à cidade. Sei que um dia vou voltar pra Deutschland e a ilha estará lá esperando por mim.
Mas pesquisando sobre o que fazer em Berlim, e até quando já estava lá, acabei descobrindo museus, digamos, alternativos, e que ainda por cima tinham tudo a ver comigo. Não resisti. Sou uma traça de museu, tive que fazer uma visitinha. Só que sem fila, sem bololô, sem turistada. Só uns lugares legais pra se divertir e passar o tempo.
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Ramones Museum Berlin
A lógica diria que os Ramones teriam um museu dedicado a eles em Nova York. Mas você pode rodar a cidade inteira a pé que não vai encontrar nenhuma instituição que os homenageie. Como ninguém por lá tomou vergonha na cara pra pegar um lugar como o CGBG e transformá-lo em um ponto de peregrinação ativo, um fã alemão fez o serviço todo sozinho e criou ele mesmo o único museu dos Ramones no mundo todo.
O acervo do museu dos Ramones em Berlim é formado por mais de 500 itens da coleção pessoal do criador do museu. Ou seja, espere ver todo e qualquer tipo de objeto que um fã doente guarda de seus ídolos. Há fotos (muitas!), instrumentos, tênis, calça jeans, documentos de turnês – inclusive o da última turnê no Brasil, em 1996, com shows no Olympia, em São Paulo, e no Metropolitan, no Rio.
Além de museu, o espaço também tem um pequeno bar com paredes cheias de autógrafos e fotos de algumas visitas ilustres que já passaram por lá, como o Green Day. Ah, tem wifi grátis e a senha à época da minha visita era gabbagabbahey!
Mais informações: www.ramonesmuseum.com
Computerspielemuseum
Berlim tem um Museu do Video Game. Ele fica na Karl-Marx-Allee. E no caminho tem um café chamado Priscila. Gente, é claro que um lugar desses foi feito pra mim (e é claro que Berlim foi feita pra mim). O museu tem uma combinação ótima de elementos pra contar a história do vídeo game. Painéis, vídeos, estações interativas (ativadas por um joystick de Atari), memorabília (pra rolar aquele encontro nostálgico com seu Master System, Mega Drive, Atari ou Super Nintendo). E, claro, games em todas as suas formas para você jogar.
Suspeito que há quem vá lá para jogar, pois foi bem difícil achar alguma estação com game livre – a sala de fliperama simplesmente não ficou vazia em nenhum momento enquanto estive no museu. Mas bem lá no fundão eu achei uma estação de Atari livre e joguei River Raid feliz.
Mais informações: www.computerspielemuseum.de
Dalí – Die Austellung
Desde que eu aprendi a ler criei o hábito de ler qualquer cartaz, placa ou WTF que passa pelos meus olhos na rua. Foi graças a isso que fiquei sabendo da existência de uma galeria dedicada exclusivamente ao Dalí em Berlim. Estava indo para a Potsdamer Platz quando vi um cartaz colado em um poste com uma lista de atrações próximas ao local. Uma delas era a exposição permanente deste senhor bigodudo da turma surrealista que eu considero pacas.
O acervo tira o foco do Dalí pintor para mostrar a multiplicidade do seu trabalho. Tem desenhos, esculturas, litografias (ele fez várias séries para ilustrar edições de livros como “Dom Quixote” e “A Divina Comédia”). Tem também filmes e fotografias de Dalí fazendo carão de lunático tão bem como só ele mesmo. A decoração na entrada da exposição e da praça em frente ao local é um detalhe à parte.
Mais informações: www.daliberlin.de
Todos estes museus em Berlim têm entrada paga. Confira nos sites oficiais indicados acima os preços correntes para a data da sua visita à cidade, além dos horários de funcionamento e acesso.
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