Tem Ivete Sangalo? Tem, sim, senhor. Tem Britney Spears? Tem, sim senhor. Tem rock? Tem rock demais desde sempre no Rock in Rio, ao contrário do que faz crer a vã filosofia dos comentaristas reclamões de internet.

O gênero de Chuck Berry e Elvis é predominante em toda a história do festival no Brasil. Sim. Em cada uma das cinco edições, e também no apanhado geral, cerca de 50% das atrações eram de rock (veja gráficos abaixo da fantástica apuração do Instituto Data Festivalando), ao contrário do que indica o achincalhe erroneamente nostálgico e comum de parte do público contra a programação das edições mais recentes – a turma que reclama sugere que o rock estaria só no nome, diferentemente do que era naquele mítico Rock in Rio de 1985.

É certo que a presença de Britney, Rihanna e afins (razão das reclamações) impede que o festival seja hegemonicamente roqueiro, mas não é suficiente para fazer do estilo uma minoria. No máximo, gera uma ilusão de que o rock não tem espaço no evento. Note bem: uma ilusão apenas. O rock sempre teve o maior espaço de todos na programação, mas divide com outros gêneros a programação desde o primeiro ano. Na edição mais recente, em 2013, foram duas noites dedicadas ao estilo que batiza o festival.

É notável, inclusive, a regularidade com que os gêneros são representados proporcionalmente em cada edição. Metade fica com o rock e a outra metade é dividida entre pop, pop rock, artistas brasileiros e outras “minorias”. É, no mínimo, coerente do ponto de vista artístico e comercial, respectivamente, porque condiz com a propaganda sugerida pelo nome e não exclui outros públicos. Sendo isso bom ou ruim, os ingressos evaporam até sem ter atração confirmada. Prova de que, no fim das contas, talvez esse papo de gênero seja até blábláblá demais (e impreciso em certa medida, como toda categorização costuma ser). A força da marca supera o mimimi.

Veja aqui a lista de atrações por ano.

Post atualizado em 13/05/2015.

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