Ainda falta um festival de música eletrônica na rota do Festivalando (Tomorrowland, será você?). Mas na ausência de um evento do gênero, o Sziget, na Hungria, preencheu a lacuna meio sem querer. O palco principal leva o nome de Pop Rock Stage, mas foram as atrações de eletrônica que ganharam lugar de mais relevo na programação e de fato levantaram o público.

Dos sete dias de shows, quatro deles foram encerrados por nomes da eletrônica: Deadmau5, Skrillex, Prodigy e Calvin Harris. Deadmau5 e Skrillex, em especial, conseguiram o feito de arrastar e unir uma multidão naturalmente dispersa na maioria do tempo em função das características do Sziget. Mais ainda, Skrillex foi o responsável pelo momento catarse coletiva do festival. Nenhum outro show resultou na soma equilibrada de artista incendiário e resposta do público quanto o do rapazinho do dubstep.

Para o rock, restou a apatia. Josh BADASS Homme, à frente de seu Queens of the Stone Age, deve ter saído do palco metendo o pé na porta do camarim ao notar que a maior parte do público não fazia muita ideia do que estava acontecendo diante de seus olhos. Jake Bugg fez um set bom, com fórmula esperta, metade acústico, metade elétrico, mas só caiu nas graças pra valer das menininhas.

O Manic Street Preachers, deslocado no palco principal, só atraiu alguns gatos pingados (consideradas as proporções do espaço destinado para o público), conforme esperado – a plateia do Sziget é jovem demais para conhecer e cultuar uma banda perdida em algum lugar da história do britpop. Exceção foi o Imagine Dragons, que em plena luz do dia atraiu uma multidão que fez coro empolgado para os singles da jovem banda.

Nada que surpreenda, positiva ou negativamente. Num festival em que impera o clima de festa sem fim, a eletrônica soa fatalmente como a trilha sonora mais adequada.

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