Vou contar um segredo para vocês. Eu amo Salyer, é uma das minhas bandas preferidas. Mas esse não é o segredo. O segredo é que eu desejei que o Slayer inteirinho ~morresse~ no ano passado!~SÉRIO~Depois de ver trocentas apresentações do Slayer seguidas, eu já não aguentava mais escutar as mesmas frases de frontman para com o público proferidas pelo Tom Araya. Não aguentava mais ouvir um set list exatamente igual, não queria mais saber de ver a homenagem ao Hanneman ( que se repetiu em TODOS os shows) e passava até a entender porque o público europeu é essa coisa morta nos festivais – eles vêem a mesma banda sempre, todo dia!!! E as bandas inovam? Parece que não fazem muita questão.

Daí você certamente vai dizer ” mina chata, num assiste o kct do show então”. Mas o problema é que, sendo fã de metal, você sempre dá uma chance para as banda icônicas, esperando que elas também façam a sua parte e inovem, façam surpresas no palco. Daí você teria histórias para contar ” nossa, eu estava lá no show em q fulano fez isso e blablabla”. Mas, depois dessa minha experiência com o Slayer, tenho a dizer que essa coisa de seguir os arroz de festival aonde eles forem não é uma boa, definitivamente. Pelo menos não na mesma temporada. ( Pois não aconteceu o mesmo com os shows do Iron que vi, e que sempre deixaram um gostinho de quero mais… mas, além de terem sido espaçados, também foram shows diferentes, com setlist diferente e tal). Minha nova decisão, porém, é de que vou ver shows repetidos ( numa mesma temporada festivaleira) apenas se não tiver absolutamente nada de mais interessante para fazer no horário, para evitar ódios e birras que não fazem bem para minha cutis! Aconselho a você a fazer a mesma coisa, pois acho que é mais saudável para a sua relação com a banda, a não ser que esta seja de devoção absoluta.

No ano passado o Slayer foi definitivamente um arroz de festa, junto com o Amon Amarth e outras bandas que sempre estão em tudo que é festival de verão aqui. Esse ano, o grande arroz de festa  dos festivais de metal da Europa da vez vai ser o Cannibal Corpse. De 10 dos grandes festivais de metal do verão europeu eles estão em 7, 7 meus/minhas carxs! Eles estão em 70% dos principais festival de metal da Europa! E se você volta aos anos anteriores, a porcentagem não fica muito diferente não! Esse ano a banda vai estar presente no Copenhell, Hellfest, Summerbreeze, Brutal assault, Metaldays, Wacken, Bloodstock … isso para citar os festivais grandões. A banda ainda toca em uma porrada de outros festivais menores.

Daí, claro, temos que nos perguntar: o que é que o Cannibal Corpse tem que faz ele ser onipresente nos festivais da Europa esse ano? Eles são os proibidões do metal? Talvez – já vi letras e atitudes “piores” ou ” melhores”, depende do ponto de vista, no mundo do Black Metal, por exemplo… mas existe toda uma publicidade em torno dos caras também. Parece que ser proibido de tocar em certos países, ( na lista figuram Nova Zelândia, Austrália, Coréia – também são proibidos de tocar músicas dos primeiros álbuns na Alemanha, pasmem!). No Aalborg Metal Festival de 2014, por exemplo, os dinamarqueses se gabaram de que o Cannibal Corpse estava lá, de que a Dinamarca não os proibia e lá eles poderiam tocar todas as músicas, de todos os álbuns, pois eles os amavam!

Brincadeiras a parte, os americanos do Cannibal Corpse são uma das melhores bandas de Death Metal do mundo e a trajetória musical em si já não pede mais nenhuma outra justificativa para eles serem os “meta-headliners” da Europa metálica em 2015. Outra coisa a favor da banda, e que pode ter sido o fato de ela ser cotada para todos esses festivais, é que ela lançou um novo CD em 2014, ” A Skeletal Domain”. Isso conta, muito. Mesmo assim, não estou preparada para ver Cannibal Corpse trocentas vezes no mesmo mês. Obrigada. De nada. Corta para o próximo arroz de festa, por favor!

judas priest

Em segundo lugar vem o Judas Priest! Super Judas, grande Judas, os britânicos perfazem 60% de aproveitamento entre as headline positions dos festivais de 2015! Hellfest, Wacken, Sweden Rock, Graspop, Download Festival, Rock the ring… Também lançando o novo Album, “Redeemer of Souls, que teve o primeiro single publicado em 2014. Judas é um clássico absoluto do metal. Não há questionamento algum se eles devem ou não ser headlines de tantos festivais assim. Acho que o desejo de todos os metalheads é que o Judas seja headliner da vida – e tenho certeza que é, aí nas playlists, fones de ouvido e toca discos/cd de muita gente. Talvez eles não possam nem ser chamados de arroz de festa… e sim caviar de festa, hehehe. Masssss, mesmo assim, não aconselho exagero. Prometi a mim mesma que vou ver apenas 1 show do Judas e já tá bom demais! Agora tô em dúvida se vai ser no Sweden Rock, ou no Hellfest…ainda vou ver os conflitos de horários! Tenho que fazer uma grande tabela de shows e cruzar dados ainda! Ser festivaleira dá um trabalho q pqp!

Também figurando entre os arroz de festa do metal esse ano ainda temos Kreator e Nuclear Assault, as super clássicas do Thrash que obviamente são shows obrigatórios no currículo do metaleiro de carteirinha. Porém, nada com exagero, nem esses shows seguidos devem fazer tão bem. Pelo menos, para o pescoço eu tenho certeza que bem não vai fazer. As duas bandas tocam em mais da metade dos grandes festivais europeus desse ano. Oportunidade para ver os caras não vai faltar para quem vai excursionar nos festivais por aí. Copenhell, Sweden Rock, Hellfest, Brutal assault, Bang your Head e summerbreeze são exemplos de onde vocês vão encontrar esse pessoal.

Além de todos esses clássicos que são meio que óbvios, ainda tem algo que sempre se repete: o bonde da Suécia. Gente, o bonde da suecada parece que sai em caravana para tocar nos festivais da Europa, sabe? Arch Enemy, Bloodbath, Opeth, Sabaton,… tá faltando só o Amon Amarth mesmo esse ano. Wacken, Copenhell, Hellfest, Bloodstock, Alcatraz, Bråvalla, são alguns dos festivais em que você pode dizer “oi” em 2015para essa suecada louca.

Bloodbath
Bloodbath. Photo: Ester Segara Official Bloodbath

Bom, cada um tem um ponto de vista sobre a presença massiva de algumas bandas em todos os festivais. A minha primeira opinião é que era pura “eveja” de um festival para o outro, hahaha,vê se pode? Mas se por um lado é algo que pode se tornar tedioso para quem vai a muitos festivais na mesma época ( não falo apenas de uma banda, pois há quase line ups inteiros se repetindo, rs), por outro é importante ter essa repetição, pois tem gente que vai conseguir ir a um ou outro festival apenas. Portanto, fica a cargo de quem vai dosar melhor o que vai assisitr, cruzar dados e fazer um planejamento para os shows que vai ver, para não terminar como eu em 2014, com indigestão de arroz de festival de metal 😉

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