Festivais de rock nos Estados Unidos: quais são? Onde estão? Como seus line ups são alimentados? O anúncio recente do Power Trip, megafestival do gênero que vai reunir Iron Maiden, AC/DC e outras lendas do gênero em outubro, na Califórnia, pode ter levantado essas questões.
Afinal, não há por lá ainda um Wacken da vida, aquele festival que faça os fãs internacionais atravessarem oceanos para viver o evento de perto. E verdade seja dita, mesmo expandindo o ângulo para outros gêneros musicais, com exceção do Lollapalooza (por conta de toda sua expansão global) e do Coachella (um caso à parte de hype), os festivais dos Estados Unidos ainda não são tão cobiçados por aqui como os festivais europeus.
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Mas isso está longe de significar que faltam festivais de rock nos Estados Unidos
É claro que o maior mercado de entretenimento ao vivo do mundo tem festivais de sobra para chamar de seu, inclusive os de rock.
Sim, há um monte de festivais de rock nos Estados Unidos, apesar de não serem tão internacionalizados como o Power Trip, seu colega de edição única cuja produção é da Goldenvoice, também especializada no Coachella e muito boa em gerar buzz global com seus eventos.
A amostra a seguir indica quais são alguns desses festivais. Para manter a linha, estão presentes aqueles com atrações majoritária — quando não totalmente — de rock, em suas muitas vertentes.
Os blockbusters
É fácil montar um line up estrelado quando você está nos Estados Unidos com um monte de artistas da casa à disposição e o câmbio jogando do seu lado, e é basicamente o que esse primeiro pelotão faz.
Dá para atravessar o país de uma ponta a outra com eles. Começando pela costa leste, com o Welcome To Rockville, em Daytona Beach, Flórida (desde 2011). No sudeste, o Louder Than Life, em Louisville, no Kentucky (desde 2014).
O centro-oeste tem o Rocklahoma, em Pryor, Oklahoma (desde 2007) e o Sonic Temple, em Columbus, Ohio (desde 2019). A costa oeste fica com o Aftershock, realizado em Sacramento, na Califórnia, desde 2012.
Completam o time, em um segmento à parte, o Boston Calling (Boston, desde 2013) e o Shaky Knees (Atlanta, desde 2013), que liberam algum espacinho no line up para artistas de outros estilos.
Os de nicho
Há os festivais de rock nos Estados Unidos que abarcam o gênero como um todo e há os festivais dedicados a uma vertente específica. É o caso do Punk Rock Bowling (Las Vegas, desde 1999) e do Riot Fest (Chicago, desde 2005), focados no punk rock, conforme entrega o primeiro.
O Levitation é devotado ao rock psicodélico e acontece desde 2008 em Austin. O caçula desse grupo é o When We Were Young, voltado para a cena emo. Nasceu em 2022, em Las Vegas.
Os cruzeiros
Por que ficar só em terra firme quando você pode ver shows também em alto-mar? É para isso que existem o Monsters of Rock Cruise, desde 2012, e o 70,000 Tons of Metal, desde 2011. Ambos partem do litoral da Flórida com direção à República Dominicana.
Os de artistas
Uma categoria bem peculiar dos festivais de rock nos Estados Unidos é a dos festivais criados por artistas. Um deles é bem conhecido nosso: o Knotfest, criado pelo Slipknot em 2012. O festival acontece originalmente na Califórnia, mas se expandiu para outras regiões dos Estados Unidos e para fora do seu país de origem, incluindo para o Brasil. O outro exemplo é o Ohana Fest, criado por Eddie Vedder. Acontece desde 2015 em Dana Point, na Califórnia.
(Por ser uma linhagem bem interessante de festivais dos Estados Unidos, vale um parênteses aqui para mencionar festivais de outros estilos com artistas por trás da criação ou curadoria: o The Roots Picnic, criado pelo The Roots, e o Made In America, do Jay-Z. Ambos acontecem na Filadélfia).
Os que “causam”
Esta seleção de festivais de rock nos Estados Unidos se encerra com outra espécie de festival de rock que só os Estados Unidos poderiam fabricar. São os causadores, aqueles que dão o que falar de tão surreais que são.
É o caso do Power Trip, mencionado no início deste texto. E também do Desert Trip. Quem está aqui há mais tempo deve se lembrar do festival de 2016 que reuniu os maiores nomes do rock internacional com mais de meio século de carreira.
Ambos são festivais que nasceram para nunca mais acontecer, pois têm uma proposta de line up que só é possível de se materializar, como diriam os estadunidenses, once in a lifetime.
Não coincidentemente, os dois festivais saíram das mãos da Goldenvoice, que parece estar se tornando especialista nesse tipo de line up de clássicos. Daqui a alguns anos devemos ter um novo festival da coleção “Trip”, com dinossauros de alguma outra era da música.
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Crédito da imagem de destaque: Jay Wennington/Unsplash