Não era o que você planejava desde o início, mas aconteceu. Ficar doente em festival é fácil e possível, talvez mais fácil do que tenha sido todo o processo de se planejar ou mesmo de estar lá. São vários os fatores que corroboram para essa indesejável experiência:

O estresse de viagem: a ansiedade e toda a possível correria que você vai enfrentar até o momento de adentrar o maravilhoso festival site;
Alteração na alimentação e hidratação: além de ter a imunidade diminuída por conta do estresse, é um fato bem óbvio que durante o batidão dos festivais você geralmente se alimenta mal. O mesmo acontece com a hidratação. Parece que em festival a água dá lugal à cerveja também, onde mora o perigo. Portanto, tem mais uma grande chance de rolar aquela zoada no seu sistema imunológico, que passa a não ter mais lógica alguma;
Mudanças climáticas: uma hora está quente, outra hora está frio, uma hora está úmido, outra hora está seco… Ah, os festivais do verão escandinavo que o digam! É preciso estar com os níveis de vitaminas em dia, entre outras coisas para passar incólume diante de tudo isso;
Condições de higiene pouco favoráveis: quem vai a festival sabe que não é sempre que se vai encontrar uma boa e velha água com sabão. Para quem não é @ louc@ do álcool em gel, como nossa querida Pri, pode ter certeza que ficará expost@ a muito mais coisas do que somos normalmente.

Estar em festival é colocar sua resistência física e saúde à prova, a todo o tempo. Quando você resolve ir para uma bateria de festivais de uma só vez, a coisa pode ficar bem mais tensa. Foi o que aconteceu comigo em 2015, em pleno Sweden Rock. Na verdade, eu vivia um momento bem estressante. Eu estava a um mês de me despedir de um ano lindo na Escandinávia, e ainda iria assar por 4 dias no Sweden Rock (Suécia), 4 dias no Hellfest (França), 7 dias de Roskilde (Dinamarca) e 3 dias no Metal Magic (Dinamarca), com direito a sair correndo do último festival para pegar meu voo de volta para o Brasil. Está certo que só o fato de ter que ir embora da Escandinávia já era motivo para me deixar doente, de cama de tanta depressão – era motivo para me deixar em coma quando chegasse ao Brasil e me deparasse com tamanha confusão política, por exemplo. Com tanta correria e detalhes para acertar antes da viagem de volta, não teve jeito! Foi logo no primeiro dia de Sweden Rock que o meu corpo disse “Miga, sua loka. Apenas pare!”.

Sweden Rock. Photo: Christian Andersson
Sweden Rock. Photo: Christian Andersson

Muita calma nessa hora foi o que disse pra mim, e acho que você deveria dizer a si mesmo nessa circunstância. Já no Oresundtog eu comecei a sentir mil calafrios. Não era só emoção pelo fato de eu estar voltando à Suécia. Tinha algo a mais, o que ficou mais evidente quando peguei uma chuva daquelas na fila do credenciamento de imprensa. A chuva se foi e, sob um sol tímido senti meu corpo amolecer. Fiquei bem prostrada, a garganta já não estava legal. Os calafrios só aumentavam e eu ainda nem tinha montado a minha barraca.

Eu já imaginava que a noite seria extremamente gelada, como foram as noites do Roskilde. Uma situação favoreceu a minha tomada de decisão naquele momento: Solvesborg, a cidade que sedia o Sweden Rock ficava a pouco mais de uma hora de Copenhague, na Dinamarca, onde eu estava morando. Decidi, então, que aquela seria a hora de recuar, principalmente para aproveitar com dignidade o resto dos dias de festival. E foi a melhor coisa que fiz. Voltei para casa, tomei antigripais, analgésicos e antitérmicos, um chá quente e fiquei debaixo das cobertas. No outro dia, me senti como nova em folha. Tinha certeza de ter feito a melhor escolha. E realmente foi.

Doente e não muito feliz por voltar para casa. Mas às vezes é isso que precisamos fazer.
Doente e não muito feliz por voltar para casa. Mas às vezes é isso que precisamos fazer.

É preciso conhecer os seus limites e saber a hora de recuar. Tem gente que é muito teimosa e deixa as coisas piorarem para depois tomar alguma atitude. Mas, também entendo que algumas circunstâncias são menos favoráveis. Pode acontecer de que você não tenha um alojamento mais aconchegante perto de você, e de que o único refúgio possível seja a barraca.

E se a sua única escolha for permanecer no festival, você terá que saber a hora de permanecer na barraca, comprar remédios ou procurar a assistência médica, que é obrigatória em qualquer festival. Mas já aviso: muitos médicos (pelo menos na Escandinávia, onde tive mais experiência com isso) não gostam de receitar remédios. Se for gripe, eles te forçam a descansar e tomar chá. Nada de anti-inflamatório e antibiótico, por exemplo. Caso você sofra de alguma doença crônica, é bom sempre lembrar de que você pode trazer seus remédios, acompanhados das receitas médicas.

Como pode ser muito possível de acontecer, a melhor coisa que você tem a fazer em suas viagens de festival é se prevenir. Por isso, te damos algumas dicas:

PARA SE PREVENIR

• Manter uma dieta balanceada e uma rotina equilibrada de atividades físicas meses antes dos festivais pode ser uma boa;
• Tente dormir bem, por mais que a ansiedade de ir para o festival dos seus sonhos esteja te corroendo;
• Faça o seguro saúde ou seguro viagem. Caso aconteça alguma coisa mais grave, é ele que vai te dar amparo, em primeira mão no exterior. Preste atenção nos requisitos de cobertura mínima do seguro viagem para garantir toda a assistência em caso de necessidade
• Traga com você uma seleção de remédios básicos: antiinflamatório, soro, remédios para problemas gastroentéricos e antigripal, por exemplo.

E SE ACONTECER?

• Não se desespere. Analise a situação. Avalie se talvez seja melhor ficar em um hotel, casa de amigo ou dentro da sua barraca em um dos dias de festival. Às vezes, descansar é a melhor saída;
• Quando for algo mais grave, dores mais agudas procure, em primeiro lugar, o atendimento médico do festival. Eles vão te dar a atenção e suporte necessários. Daí em diante, acione também o seu seguro viagem, que vai cobrir as despesas médicas que venham a acontecer;
• Caso seja algo mais grave e você não tenha feito o seguro saúde, procure o consulado do seu país de origem no país em que você está visitando o festival;
• Caso seja algo mais leve, e você tenha se esquecido de trazer consigo remédios básicos, peça informações no festival para saber onde fica a farmácia – geralmente eles mantém mini farmácias em festivais, justamente para atender a essas pequenas emergências de saúde.

Eu espero de coração que isso não aconteça com vocês. Mas, é bom estar preparado. A gente é parceira de uma empresa comparadora de seguros. Para a sua próxima viagem, já faça aqui a cotação com eles.

Tem uma história para contar, ou dicas a respeito do assunto? Então, comenta aí, para poder ajudar as pessoas que estão indo para festival pela primeira vez, ou viajando pela primeira vez 😉

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2 Comments

  • Ana Luíza Zacchi
    Posted 31 de março de 2016

    Oi meninas!
    Muito legal esse post.
    Passei por uma situação semelhante nesse mês.
    Tirei férias para aproveitar a maratona de shows e festivais que teriam em março e não deu outra, peguei uma dor de garganta daquelas já no primeiro show que eu fui porque choveu horrores e, mesmo com capa de chuva, não ajudou muito porque meu tênis ficou ensopado.
    Mas creio que de toda experiência ruim vem um aprendizado. O meu foi que eu vi que ir de galocha, por exemplo, evita esse incômodo de ter o seu calçado encharcado, seja por causa da chuva, seja por causa do terreno todo enlameado.
    Também estou pensando em investir em um casaco mais impermeável para me proteger da chuva e do frio que faz quando anoitece.

    Beijo!

    • Gracielle Fonseca
      Posted 31 de março de 2016

      Oi, Ana!!! Que legal que vc gostou! Mas que pena que passou por uma situação assim também =( Nossa, é ruim demais, né? Achei legal suas dicas, viu?! Levar capa de chuva e ter uma galocha pode ser uma ótima maneira de manter o corpo seco e evitar os resfriados que tiram nosso ânimo e humor! bjs!!!!

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