Todas as vezes que voltamos das nossas viagens para festival, também voltam com a gente alguns excessos de bagagem interessantes. Entre eles, as descobertas musicais. São bandas e artistas ativamente garimpados em meio aos lineups grandiosos e repletos de atrações estouradas, e outras vezes, bandas que foram descobertas acidentalmente. Este ano, o Graspop Metal Meeting e o Copenhell são responsáveis pelo saldo da descoberta musical nos festivais 2016.

O Graspop tem maior porte do que o Copenhell, com um line up muito consagrado, cheio de estrelas. Por isso, às vezes era mais difícil me desvencilhar de um show de bandas consolidadas para me encontrar com o novo. Já no Copenhell, pelo fato de os horários dos shows não terem sido conflitantes, e também de o lineup ser menos estrelado do que o do Graspop, pude deixar meus ouvidos e olhos mais livres.

O que foi descoberta para mim pode ser que já esteja na lista de muita gente aficionada por música, há muito tempo. Mas, provavelmente, existem pessoas que ainda não conheciam as bandas das quais vou falar a seguir. Bom, para quem nos lê agora, não posso deixar de falar que você não vai se arrepender de abrir seu coração e sua playlist por essas bandas que passaram de boa na alfândega com a gente, e agora não saem mais da nossa vida:

Bombus

É estranho falar que eu descobri só em 2016 uma banda que está na ativa desde 2008. Mas com a maioria das bandas deste post aconteceu o mesmo. Assim como os suecos da Bombus, a maioria delas começou suas atividades entre 2007 e 2011.

Meu encontro com Bombus foi acidental. Estava esperando um amigo voltar do banheiro no Copenhell e eles estavam começando o show no palco ao lado. Achei que desde a abertura a performance deles no palco já valia a minha atenção.Adoro coreografia de guitarra e pose rock n roll. Além disso, havia algo interessante na vocalização LemmyWise e também no fato de ser um heavy rock e às vezes hard rock que não necessariamente falava de mulher, festa e rock n roll o tempo todo. Engraçado que os vocais são revezados entre dois caras, e os dois parecem ser discípulos de Lemmy. Letras bem boladas, talento suficiente para tocar os instrumentos com precisão e uma dose de carisma. Fiquei para o show inteiro.

Repeat Untill Death (2016) é nome do álbum mais recente e, sinceramente, o melhor até agora para mim. Não consigo mais tirar o álbum da playlist. Os outros albuns também são bons, The Poet and the Parrot (2013) – este especialmente muito legal também, e Bombus (2010).

Por fim, uma pequena curiosidade sobre o nome da banda. Não sei de onde eles tiraram. Mas eu fiquei muito interessada porque eu nunca parava de falar errado. Tava chamando os caras de “Bambus”, hahaha. Mas na verdade, Bombus, de acordo com minha pesquisa, se refere ao nome científico daquele bicho pavoroso chamado mamangava, ou zangão, ou abelhão, hahah. Bombus terrestris  ou Bombus Bee? hahaha, imaginando coisas aqui…

Então, ouçam aí a música título do novo álbum (uma das melhores para mim) e contem o que acharam destes abelhudos!

Crobot

Eu estava completamente perdida e confusa neste dia de Graspop. Havia bebido um pouco mais do que devia na noite anterior. Era para eu ter ido para outro palco, ver o Overkill, mas “me perdi” no caminho com o som fantástico e a performance digna de Elvis do vocalista da Crobot. A princípio alguém na plateia havia me dito que eles eram belgas…mas, na verdade os caras são americanos, da Pensilvânia. Pode-se falar que eles fazem um hard rock, ou até mesmo um rock com um groove. O mais importante é dizer que a sinceridade e a vontade com a qual fazem sua música ao vivo é contagiante. Contagiante a ponto de me fazer perder um show do Overkill – tudo bem, acho que eu estava muito de ressaca para enfrentar o mosh, estava meio que fugindo talvez, hahaha.

O álbum mais recente da banda é intitulado Welcome to Fat City, lançado em 2016. A lida dos caras na música, entrentanto, vem desde 2011, mas somente em 2012 eles lançaram Legend of the Spaceborne Killer, álbum que curti muito. Em 2014 eles lançaram Something Supernatural que também compensa ser ouvido. No mais, quem tiver a oportunidade, assista a um show desses caras ao vivo, pois é enlouquecedor. Você não sabe para onde olha: o vocalista dançando como a raiz do rock n roll pede, o guitarrista pulando como um louco, o baterista fazendo malabarismos e o baixista pirando no palco. Sério: Fantástico!

Bliksem

Se recusei alguns clássicos do thrash no Graspop, como fiz com o Overkill, foi também pelo fato de estar a fim de conhecer coisa nova. Assim, busquei ativamente algumas bandas de thrash metal que não conhecia, já que curto muito este sub gênero musical, mas estou meio que cansada das mesmas caras e performances.

Por isso, fui assistir ao show dos belgas da Bliksem, e também pelo fato de fortalecer a sisterhood no metal. Peggy, a vocalista, não é magra, não é loira,não é sex simbol e não está entre as “hot chicks” do metal. Não tem a voz “pura e cristalina”, muito menos “canta como um homem”. Peggy canta como uma mulher, e canta como uma mulher muito foda.

A banda existe desde 2007, e desde então aquece a cena do thrash na Antuérpia e toda a Bélgica. Gruesome Masterpiece (2015) é o CD recente, que é tão bom quanto o Face The Devil, de 2013 ( mas continuo gostando muito mais do que fazem neste). Compensa também dar uma vasculhada no primeiro álbum da banda, de 2010, homônimo.

Aqui uma das músicas mais legais, em minha opinião e com uma mensagem para a sociedade machista e violenta:

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