Primavera Sound São Paulo | Avaliações

Primavera Sound

São Paulo

ingressos do primavera sound são paulo

O recém-estreado Primavera Sound São Paulo é uma das versões latino-americanas do consolidado festival europeu. Acontece no Distrito Anhembi, durante um fim de semana, e também inclui o Primavera na Cidade, programação de shows paralelos em casas noturnas durante a semana.

Média das

avaliações

4,5
Rated 4,5 out of 5
4,5 de 5 estrelas (com base em 29 avaliações)
Ótimo66%
Bom17%
Regular17%
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Péssimo0%
Últimas

avaliações

O Primavera Sound, apesar de tudo, venceu mais uma vez

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 4,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
6 de dezembro de 2023

O Primavera Sound voltou a São Paulo em 2023 com cara, local, mês, empresa organizadora e em contexto completamente novos. 1 ano e 1 mês após a estreia em terras tupiniquins, apenas o nome do festival permaneceu o mesmo daquela primeira edição histórica de 2022. A Ponte Estaiadinha da Marginal Tietê no cartaz viraram flores amarelas, do Anhembi foi para o Autódromo de Interlagos, de novembro foi para dezembro, a Live Nation deixou o festival que foi acolhido pela T4F, de ser a estreia de um grande festival europeu na América do Sul no pós-pandemia para ser mais um grande festival nos trocentos que apareceram ou se tornaram relevantes no Brasil nos últimos tempos. Para quem não acompanha as movimentações no mercado de grandes eventos, pode até parecer que foi um evento novo. Para quem acompanha e/ou foi ao Primavera Sound ano passado, aquela edição de 2022 nunca vai ser superada, chegando a ser um insulto tantas mudanças – e para o que o festival mudou.

Fato é que os fantasmas da primavera passada assombraram e muito essa segunda edição. Aquela edição mágica de 2022 em que tudo deu certo (line-up invejável, estrutura impecável em praticamente todos os aspectos, shows históricos, localização central e de fácil acesso, até mesmo o nome da empresa organizadora) ficou no imaginário do festivaleiro a ponto de qualquer coisa que fugisse daquela idealização fosse vista como receita para o desastre. Interlagos? Longe e ruim de chegar! Line-up que foge das playlists de fãs de divas do pop alternativo? Fraco! Largar a Live Nation pela T4F???? FLOP NA CERTA!!!! Reações exaltadas e memes não faltaram: fotos e vídeos em preto e branco ao som de Mariah Carey – Bye Bye, piadinhas, pessoas praguejando pelo fracasso do festival e maldizeres em geral foram propagados exaustivamente na internet desde março, quando os primeiros anúncios sobre a edição de 2023 foram feitos oficialmente. Isso é, no mínimo, irônico, visto que ano passado o tweet a seguir foi um dos que mais viralizaram pré-Primavera Sound 2022 (https://x.com/epilyu/status/1585211003994013697?s=20). A desconfiança é a principal acompanhante do Prima desde o início, mas aparentemente esqueceram que 2022 também estava com o flop decretado antes de acontecer.

A mágica daquele final de semana de novembro de 2022 também fez esquecer os problemas daquela edição, especialmente as árvores do palco principal, a volta para casa caótica e um Primavera na Cidade bastante restrito. Naquele ano justifiquei aqui mesmo no Festivalando que era em meio às árvores o único espaço no Anhembi que cabiam 50 mil pessoas para os shows dos headliners principais de cada dia e que havia meios de transporte próximos ao festival mais os ônibus levando a vários terminais importantes da cidade de São Paulo que estavam funcionando da forma mais ordeira possível. Porém, e aqui reflito um ano depois, justificar não apaga o perrengue das pessoas que não puderam ver tranquilamente shows que queriam muito, nem voltar para casa ou hospedagem de forma célere. Não que também não houve problemas no Primavera Sound de 2023 – que serão tratados mais à frente –, mas o tom dessa edição ficou restrito à comparação com a edição anterior. A maior parte do público foi ou para ver se o festival ia ser o fiasco prometido por tantos internet afora ou simplesmente não conheciam o festival e foram atraídos pelo line-up (especialmente The Cure e Pet Shop Boys). Sobre o Primavera na Cidade 2022, ficaram mais perguntas que respostas.

Assim como ano passado, essa edição do Primavera Sound ocorreu tal como na estreia. Em resumo: ótimos shows, água de graça, ótimas opções de alimentação e bebidas e com qualidade, muitos banheiros, nada de filas, ativações de patrocinadores discretas e interessantes e um conforto para o público jamais visto em outros festivais no Brasil. Em suma, o DNA do festival – na Europa e no Brasil – se manteve. Assim como em 2022, a edição desse ano também pecou na limpeza e no Primavera na Cidade. Abaixo, um resumo ponto a ponto de alguns dos aspectos que se mantiveram iguais.

PONTOS POSITIVOS QUE SE MANTIVERAM

* BANHEIROS: alta oferta de banheiros de água corrente por todo o festival, não se via fila em nenhum banheiro em nenhum momento. Isso é especialmente importante visto o quanto de água foi ofertada e consumida no festival. Também não vi nenhum vazamento de esgoto dos banheiros, o que ocorria nos Lollas pré-reforma do Autódromo de Interlagos (que eram banheiros químicos), assim como houve relatos de que isso ocorreu no The Town (já com banheiros de água corrente).

* SEGURANÇA: impecável, como foi em 2022 e como deve ser em todos os grandes eventos.

* ALIMENTOS E BEBIDAS: bares em grande oferta em todos os espaços, em alguns momentos com alguma fila nas tendas à esquerda do Palco Corona – assim como no Palco Beck’s e Primavera em 2022 –, mas todas andando bem rápido. A qualidade excelente com alimentos sempre feitos na hora e bebidas sempre geladas apesar do calor e drinks também muito bons.

Para variar, preços altos, mas infelizmente dentro do padrão do mercado de grandes eventos. Nesse ponto, eu sou da opinião de que o público precisa refletir mais e exigir de patrocinadores, organizadores e prestadores de serviços a redução dos preços de alimentos e bebidas em shows e festivais. Da mesma forma que água passou a ser entendida como algo essencial, alimentação também precisa ser entendida como tal e PRECISA SER MAIS ACESSÍVEL. No entanto, destaco o Food Park que estava com preços mais justos que as tendas com alimentos “genéricos” – hambúrgueres, pasteis e outros sem marca. Por exemplo, um dos food trucks do Food Park, o do Charlie’s Dog (destaco ele, pois é uma lanchonete do meu bairro e que tenho o costume de consumir), vendia o cachorro quente mais elaborado do cardápio a R$ 36 que normalmente é vendido por cerca de R$ 25. Se via de regra o aumento dos preços de alimentos dentro de shows e festivais é mais de 100% do preço fora, aumentar “apenas” 33% acaba sendo uma grata surpresa.

Uma outra grata surpresa também foi ter outras marcas de cerveja. Pude sentir aquele gostinho da edição de 2022 porque tinha cerveja Beck’s nos bares fixos pelo mesmo preço da Corona, além de ter Patagônia IPA e Bud Zero por R$ 2 a mais. Não que eu não goste de Corona, mas às vezes é bom variar (inclusive o pastel de calabresa com queijo harmoniza perfeitamente com a Corona geladinha. Ano que vem eu sugiro a todes não vegetarianes/veganes e não intolerantes à lactose que tenham essa experiência gastronômica maravilhosa).

* ATIVAÇÕES DE PATROCINADORES: fora o estande do patrocinador principal Corona, que ficava próximo do palco de mesmo nome, o fato de todos os estandes de patrocinadores estarem próximos foi bom para evitar a poluição visual que é comum em outros festivais. Apesar de estarem um pouco mais efusivas esse ano, não ofuscavam o que importa em um festival que são os palcos. As ações em cada estande em geral também eram mais interessantes que em outros festivais apesar das filas pelos cacarecos nos estandes do Banco do Brasil e da Schweppes, além dos da Jameson e da TNT que estavam separados dos outros porque também eram bares com drinks exclusivos. Também teve fila no da Latam, mas que é perfeitamente justificável, visto que lá era para concorrer a uma viagem para o Primavera Sound de Barcelona ano que vem. Não há “brinde” melhor que esse.

Um ponto positivo que destaco a mais foi o conforto em geral. Para além da tranquilidade em absolutamente todos os aspectos, o Primavera Sound fez o possível para tentar amenizar o sol e calor fortes do final de semana. Primeiramente – e parece até bobo ter que dizer isso – não existe forma de controlar o tempo, nem a Fundação Cacique Cobra Coral. Então é claro que o calor foi o grande fator de desconforto do festival, e com mudança climática, sequer é possível prever o clima com antecedência suficiente para definir uma data para o festival. Lembro que ano passado fez um frio atípico para novembro (a Charli XCX encerrou a edição de 2022 com 12°C de temperatura), e esse ano, na mesma semana que teve tempestades absurdas fez sol sem nuvens e 35°C. Todo o setor de eventos vai precisar repensar a realização de eventos ao ar livre com a mudança climática, coisa que já deveria estar sendo discutida há décadas.

No entanto, o Primavera Sound esse ano inovou em relação a outros festivais ao ter pela primeira vez, ao menos que eu tenha visto em algum grande festival no Brasil, o patrocínio de uma marca de protetor solar, que fez uma belíssima ação de distribuição em totens e volante de protetor para todo o público. Bem verdade que o protetor da Neutrogena era meio pegajoso e não dava das melhores sensações na pele (o que eu levei por mim mesmo era melhor), mas enquanto estiver protegendo está ótimo, além de ser importantíssimo um festival pensar nisso.

O festival também disponibilizou algumas áreas de descanso com sombra ou quebra de sol que quebraram o galho, mas que foram insuficientes dado o sol forte. Uma sugestão que eu deixo ao Prima é aproveitar aqueles pilares enormes e breguíssimos que os Medina deixaram do The Town e utilizá-los como suporte para colocar lonas ou outra forma de cobertura, mesmo que ainda pontual para dar um refresco para o público. Eu já falei com algumas pessoas que, se eu fosse prefeito de São Paulo – administradora do Autódromo de Interlagos –, eu mandaria desmontar aqueles pilares horrendos e mandar descarregar na porta da casa do Roberto Medina no Rio de Janeiro, mas depois desse calorão do Prima esse ano, elas agora teriam uma utilidade fora dos eventos da Rock World.

PONTOS NEGATIVOS QUE SE MANTIVERAM

* PONTOS DE INFORMAÇÃO: notei que faltou um ponto físico, e se tinha, ele ficou bem escondido. Havia a tenda da iniciativa Nobody Is Normal para informações e ouvidoria em casos de assédio e discriminação, mas não um posto de informações em si. No entanto, com a melhora da conexão à internet em Interlagos, o app do festival acabava sendo bem útil.

* LIMPEZA: havia muitas lixeiras por todo o festival, mas não cheguei a ver em momento algum a equipe de limpeza contratada pela T4F. O Autódromo, assim como o Anhembi em 2022, estava com muito lixo no chão.

Um outro ponto que se manteve negativo, mas que requer um aprofundamento maior, foi o Primavera na Cidade. Ano passado o Primavera na Cidade foi bastante restrito e, ironicamente, vazio. Muitas pessoas com passaporte não conseguiram retirar o ingresso que tinham direito e muitos também alegaram que o line-up do Primavera na Cidade não era suficientemente interessante e que terminava muito tarde. Esse ano, o Primavera na Cidade mudou, mas em geral não melhorou: diminuiu ainda mais a oferta de rolês (de oito para cinco), com mais pessoas ficando sem o ingresso que o passaporte dava direito, e apesar de o line-up ter ficado mais forte e acabar mais cedo, ainda teve rolês vazios.

Fui na quinta-feira no rolê que teve Seun Kuti & Egypt 80, Bia Ferreira e o live do Carlos do Complexo (o único que consegui ingresso) e das 4000 pessoas que cabem na Audio, se haviam 1500 foi muito. Os rolês com Slowdive, black midi e Metric foram mais concorridos e mais cheios, mas eles foram no Cine Joia, uma casa bem menor que a Audio. Talvez tenham pensado que os rolês que teriam 3 artistas iriam tanto atrair mais público como terminar um pouco mais tarde, e por isso, era melhor alocá-los na casa que é mais próxima de um grande hub do transporte público de São Paulo, em que há um terminal de ônibus que funciona 24h por dia. Mas, se por um lado, o line-up ficou mais forte e os rolês acabaram antes do sistema metroferroviário fechar, o problema central não foi resolvido, que é a baixa oferta de rolês, e por isso, muitas pessoas com passaporte não conseguir ingresso. Claro que para cada rolê em específico a oferta é naturalmente limitada, mas se há mais rolês, é mais provável que aqueles que não conseguiram ingresso para um possa se sentir atraído para outro. Além disso, não havia restrição de pegar ingresso para um rolê por dia, ou seja, pode ter acontecido de pessoas pegarem ingresso para tanto Seun Kuti e Slowdive ou Metric e Róisín Murphy, tirando a possibilidade de alguém ir para um deles.

Além desses, outro ponto negativo foi a acessibilidade. Não sou uma pessoa com deficiência e nem vi nenhum destaque sobre acessibilidade em 2022, mas vi aqui no Festivalando e no Twitter também que houve falhas graves em relação a isso. Apesar de haver aquele piso plástico que dirime o problema do terreno irregular, o briefing malfeito com os bombeiros civis e a falta de carrinhos mais aptos a se locomover pelo festival que cadeiras de rodas comuns são problemas muito sérios. Acessibilidade bem-feita é OBRIGAÇÃO em qualquer evento de qualquer porte, e que precisa ser pensada e operacionalizada com todo o cuidado possível.

Agora entro na parte em que a comparação com 2022 fica particularmente sensível: local, line-up e T4F.

MUDANÇA DE LOCAL

O Autódromo de Interlagos vem sendo o único local de São Paulo para grandes festivais. Com o Anhembi em reforma e o Jockey Club proibido para shows e festivais pela Justiça (lê-se moradores da região que não gostam de povo andando por suas belas ruas onde ficam seus belos condomínios e mansões), NÃO HÁ OUTRO LUGAR NA CIDADE DE SÃO PAULO com mais de um palco e para mais de 30 mil pessoas a não ser o Autódromo de Interlagos. Vale repetir o que disse na frase anterior, O ANHEMBI ESTÁ EM REFORMA. Para quem não é de São Paulo talvez não saiba, mas para quem é, basta passar pela Marginal Tietê uma única vez e ver que o Pavilhão de Exposições foi COMPLETAMENTE DESMONTADO, virando um MONTE DE ENTULHO. Quem quiser, pode conferir no site do Distrito Anhembi (https://distritoanhembi.com.br/) como é o projeto que está sendo executado nessa reforma do Anhembi. O espaço do Palco Beck’s terá prédios comerciais, residenciais e hoteis; a concentração do Sambódromo (onde foi o Palco Primavera) vai dividir espaço com uma arena multiuso. O Pavilhão de Exposições (onde foram o Palco Bits e a praça de alimentação), agora desmontado, está sendo reformado e melhor integrado ao Centro de Convenções (onde foi o Auditório Barcelona) para receber um público maior para feiras e outros eventos.

A concessionária promete que o Anhembi vai poder receber mais eventos simultâneos e promete entregar a reforma do Pavilhão até maio de 2024 (fonte: https://www.capital.sp.gov.br/noticia/com-um-investimento-de-r-1-5-bilhao-distrito-anhembi-passa-por-obra-para-voltar-ao-cenario-mundial-de-eventos), mas alguém acredita mesmo que ela vai sair em 6 meses? Nem o entulho ainda foi retirado e de janeiro a março o Anhembi precisa ficar por conta do Carnaval. E quando começar a reforma do Sambódromo e da arena multiuso? E quando começar a construção dos prédios onde ficava o Palco Beck’s? Ainda vai dar pra fazer um festival de 4-5 palcos para mais de 50 mil pessoas no Anhembi? Um palco para receber todo o público que um Arctic Monkeys ou um The Cure tem vai ser montado onde? E para caber o público de Lorde e Pet Shop Boys? Não tem dois espaços grandes o suficiente no Anhembi hoje, e após a remodelação, mal vai sobrar um. Então, não adianta espernear na internet, O PRIMAVERA SOUND NÃO VAI VOLTAR PARA O ANHEMBI. NUNCA!

Se o problema é a concentração de todos os megafestivais de São Paulo no Autódromo de Interlagos é um problema para o festivaleiro, porque ele é distante das áreas centrais da cidade e os festivais realizados lá foram marcados por “perrengues”, eu acredito que em primeiro lugar essa deveria ser inclusive uma pauta nas eleições municipais do próximo ano. A cidade de São Paulo recebe algumas das maiores grifes de festivais do mundo (Lollapalooza, Primavera Sound, Rock in Rio com o The Town, Time Warp, Brunch Electronik, DGTL, Ultra Music Festival, em menor porte o Summer Breeze e indiretamente o Tomorrowland – que é em Itu, mas a logística é quase toda dependente da capital). Em nenhuma outra cidade NO MUNDO acontece isso, fora os eventos nativos da cidade (MITA, GP Week, Coala, Nômade, Cena, C6, Turá, festivais derivados de festas locais como BATEKOO, Mamba Negra e Gop Tun, e etcetera e etc), e não tem locais suficiente na cidade para sediar todos eles. Todos ficam presos a poucos locais que estão sempre com agenda lotada e que têm um impacto enorme nos bairros que eles acontecem. Esse ano, os parques do Ibirapuera e Villa-Lobos, além do Vale do Anhangabaú, começaram a receber festivais, mas para um público bem menor que os megafestivais demandam (os parques para até 15 mil pessoas e o Anhangabaú até 30 mil). Uma cidade com tantos festivais precisa de mais locais aptos a receber megafestivais, ou ao menos, uma política pública específica para o bairro de Interlagos, que reduza o impacto para os moradores. Claro que a cidade tem várias outras prioridades (habitação, infraestrutura, segurança, transportes, saúde, Cracolândia, só para dar exemplo), mas um setor da economia que é responsável por uma arrecadação na casa dos bilhões, que gera milhares de empregos e é uma das principais vitrines da cidade precisa de maior atenção do poder público.

Se o problema é que a maioria dos festivais que aconteceram em Interlagos foram marcados por “perrengues”, o Primavera Sound 2023 foi a prova de que é perfeitamente possível realizar um megafestival com todo o conforto e organização que o público merece. Tudo começou já na ida pela Linha 9 – Esmeralda da Via Mobilidade. Uma linha de trem que é conhecida pelas falhas constantes e que dá nos nervos do trabalhador paulista quase semanalmente, no último final de semana não só não teve falhas como transportou o público confortavelmente. Além disso, não cheguei a ver no sábado, mas no domingo havia uma ação da TNT distribuindo energéticos na estação Santo Amaro para quem estava com a pulseira do Primavera Sound (não hidrata, mas refresca e dá uma energia extra pra quem ia encarar o dia, ainda mais quem já havia ido no sábado como eu). Ao chegar na estação Autódromo, era difícil andar até o festival dado o sol forte. Porém, foram disponibilizados ônibus circulares da saída da estação até cada portão de entrada do autódromo. Era necessário pagar mais R$ 4,40, mas que compensava pelo ar-condicionado do ônibus.

Chegando ao autódromo, a entrada foi bastante tranquila e com pontos de distribuição de água em cada fase da entrada (após o portão antes da revista, entre a revista e a catraca, após a catraca antes da área do festival em si). Já na área do festival, já dava para perceber que utilizar um espaço mais reduzido para um público mais reduzido que o The Town foi a grande sacada do Primavera Sound. Não havia necessidade de grandes caminhadas para chegar em nenhum lugar. A tranquilidade para andar pelo festival também foi um destaque positivo. Não teve correria em nenhum momento, nem para ir de um palco para outro, nem para bares e banheiros. Os palcos Corona e Barcelona também tiveram seus tão pedidos “morrinhos”, mas também com um front plano. Se nos morrinhos, um pouco mais afastados, não tinha nenhuma espécie de aperto e empurra-empurra, o front seguia o mesmo padrão. Um pouco mais apertado, claro, mas ainda suficientemente confortável e com boa visão do palco.

Se em 2022 era necessário andar longas distâncias entre cada palco por conta da característica linear do Anhembi, em Interlagos, por ter sido utilizado um espaço mais compacto, ninguém precisava se cansar tanto durante o dia. No entanto, por essa mesma razão, havia MUITA interferência de som entre os palcos São Paulo e Corona, e entre o São Paulo e o TNT Club. Shows mais intimistas são especialmente penalizados por isso. A coitada da Marina Herlop teve que enfrentar o sol, o show do black midi e o set da Carola para se apresentar, ela mal ouvia o próprio retorno. Em alguns pontos, os palcos Barcelona e São Paulo também interferiam entre si, como no caso de Pet Shop Boys e MC Bin Laden. Até o The Cure sofreu com a The Blessed Madonna no Palco São Paulo. Shows mais intimistas precisam de um espaço próprio e mais isolado, como foi o Auditório Barcelona em 2022.

O TNT Club foi uma ótima ideia: uma grande balada com um line-up incrível e um mezanino que dava ainda mais a atmosfera de caldeirão (qualquer relação com o calor é mera coincidência). Foi um espaço tão legal dentro do festival que para o ano que vem ele deveria ser ampliado e aberto a todos que queiram estar lá, ou só passar por lá, sem limitação de público e fila para entrar (talvez a única grande fila a se formar dentro do festival). Também senti falta de banheiros e um ponto de hidratação dentro do espaço, que eram próximos à entrada do TNT Club, mas era necessário sair do espaço para utilizá-los. Em suma, o TNT Club foi babilônico, faraônico, nabuconodossoriano, e todos os presentes deveriam ter a oportunidade de conhecê-lo, sem limitação de público. 700 pessoas foi muito pouco para o que aquele line-up merecia. Em dado momento, havia mais gente esperando para entrar no TNT Club para o show da Urias com o MU540 que assistindo a Róisín Murphy no Palco São Paulo. Uma vitória da luta contra a transfobia.

Após dias muito legais de se estar no Autódromo de Interlagos, a volta para casa foi absolutamente tranquila desde a área do festival até literalmente a chegada na estação de destino. Havia gradis, fechamento de ruas e pessoas orientando o público em TODO o trajeto entre o autódromo e a estação, além de funcionários da Via Mobilidade em cada catraca e na plataforma para organizar e auxiliar o público dentro da estação. O embarque preferencial, pago à parte, era feito por um corredor separado para a entrada na estação de quem o havia adquirido decorado com florzinhas amarelas (muito bonitinho). De longe, pude observar a saída dos ônibus do Primavera Travels, que aparentemente estava muito bem organizada. Esse foi a grande melhora em relação a 2022, que teve aquela saída CAÓTICA na Av. Olavo Fontoura, em que ônibus, carros e pedestres se misturaram.

DIFERENÇAS ENTRE OS LINE-UPS DE CADA EDIÇÃO

Muita gente torceu o nariz para o line-up desse ano, mas dentro das possibilidades que o mercado apresentava a curadoria foi a melhor possível. Esse é o grande diferencial do Primavera Sound em relação a, por exemplo, Lollapalooza e Rock in Rio/The Town: pensar o line-up também pela perspectiva de como ele irá impactar no palco, e não só pela perspectiva de atrair pagantes. E em cima do palco, não vi nenhum show mais ou menos ou dispensável. Mesmo a ÀIYÉ, que teve seu show cortado por atraso na passagem de som no sábado e teve que correr em cima do palco o tempo todo, deu o melhor de si e fez um bom show. Por outro lado, não sei o que de fato ocorreu na passagem de som, mas é incrível que é sempre o artista brasileiro que é penalizado em caso de atrasos.

Quanto à formação, line-ups de festivais no mundo todo funciona em ciclos: a cada ano um grande grupo de artistas se revezam pelos festivais mundo afora por uma série de razões: agências de booking que empurram seus contratados para o circuito de festivais; a própria vontade dos artistas de fazerem shows em festivais, bem como a disponibilidade, vontade e/ou termos de negociação dos artistas para virem à América do Sul (que apesar de ser o novo grande mercado do showbiz global, ainda tem dificuldades logísticas gigantes); e a capacidade dos organizadores frente às propostas dos agentes dos artistas e à concorrência interna. Então, o line-up de qualquer festival tem que levar tudo isso em conta, ou seja, a margem que o organizador tem para fazer sua própria curadoria é muito pequena, e no Brasil isso se materializa basicamente no line-up nacional (incrível, por sinal). Em um 2023 em que a briga por nomes foi ENORME, com vários novos players no mercado indo pra cima (surgimento do C6 Festival e do The Town, além da 30e fazendo muitos shows solo e fortalecendo o line-up do MITA e do GP Week) e outros menores que conseguiram trazer muita gente boa (como o Balaclava Festival), é meio natural que o festival que passou por mudança de gestão, com uma empresa organizadora que já estava com problemas financeiros e de pessoal qualificado, e que ocorre no final do ano seria o que mais sofreria ao montar um line-up forte.

Como disse Pedro Antunes, curador do Primavera Sound tanto em 2022 como em 2023, na Rádio Eldorado: acabou que esse line-up furou a bolha do festival. De fato, havia muitas pessoas que sequer conheciam o festival ou que conheciam, mas que foram atraídos pela aparente mudança de vibe do line-up. Além do mais, o Primavera Sound na Europa também normalmente não costuma montar line-ups similares de um ano para outro. Também destaco as substituições frente aos cancelamentos que ocorreram, que se não foram à altura do artista cancelado, foram até melhores, como Kelela e Filipe Catto, que fizeram showzaços.

A CELEUMA LIVE NATION x T4F

Primeiro, é preciso reforçar que a Live Nation decidiu POR CONTA PRÓPRIA encerrar a parceria com o Primavera Sound no Brasil. Ela se tornou sócia da Rock World na realização do Rock in Rio e do The Town, além de unificar a organização dos três Lollapalooza da América do Sul – no Brasil, também pela Rock World –, e por uma decisão empresarial, ela deixou o Primavera Sound. Os espanhois, então, buscaram um organizador local e decidiram pela T4F. Imagino que eles já sabiam das notificações que o Ministério Público fez à T4F em relação a trabalho escravo e outros problemas nos Lollas organizados pela empresa, mas ainda assim decidiram por ela. Simples assim. A realidade é que nada pode ser feito da parte do público no que se refere a decisões empresariais.

Também se tornou indissociável à T4F, e consequentemente ao Primavera Sound, a questão da hidratação em festivais. A morte da Ana Clara Benevides e a resposta do Ministério da Justiça de fato provocou alguma mudança no pensamento em relação à hidratação do público em grandes eventos, especialmente em um evento organizado pela T4F, que estava no centro do caso. O problema é que toda vez que acontece uma tragédia como essa, a resposta tanto das empresas como do poder público é sempre tentar resolver o problema que causou a tragédia às pressas e de qualquer jeito. Foi assim no caso Boate Kiss, foi mais uma vez no caso Ana Benevides. Na Europa, existem regulações minuciosas e boas práticas para evitar que tragédias em grandes eventos ocorram, e enquanto tratarmos a segurança e o bem-estar do público apenas de forma ad hoc estaremos sempre correndo algum risco. Já foi a questão de pirotecnia e superlotação no caso Boate Kiss, agora é a hidratação do público. Qual será o próximo “perrengue” e quem serão os próximos mártires dos shows e festivais?

Ainda que seja natural querer o sangue da T4F no caso Ana Benevides – e em todos os casos de trabalho escravo e relativos ao direito do consumidor –, não é correto também tratar outras empresas organizadoras de eventos como boazinhas. Lembrando que a Live Nation realizou o Astroworld Festival nos EUA, em que 8 pessoas morreram pisoteadas. A Rock World, empresa que a Live Nation é sócia, superlotou o The Town de forma perigosa e por sorte não houve uma tragédia. Não existe mocinho e vilão no setor de eventos. Nem a Live Nation, nem a T4F, nem a 30e, nem qualquer outra. Falta uma regulação que abranja todos os aspectos da realização de grandes eventos. Faltam formas mais ágeis de responsabilizar todas as empresas envolvidas em casos de crimes cometidos durante a realização dos eventos. Falta muita coisa ainda.

Agora o que não faltou no Primavera Sound 2023 foram pontos de hidratação. Se em 2022 os bebedouros foram glorificados à exaustão, mesmo havendo apenas TRÊS por todo o Anhembi (próximo aos palcos Elo, Bits e Auditório Barcelona), esse ano ninguém precisava andar mais que 100 metros para chegar a algum ponto de hidratação, sejam bebedouros (que eram em grande número em cada ponto e com água ao menos fresca, senão gelada), sejam ilhas em que sacos, copos e garrafas de água eram dados a quem passasse por elas, por vezes mesmo sem as pessoas pedirem. Na grade de cada palco, exceto TNT Club em que as pessoas tinham que sair para se hidratarem, também havia uma equipe entregando água para quem estava lá plantado. E água sempre em boa temperatura.

PARA FINALIZAR, FINALMENTE

O que dá para concluir é que mais uma vez o twitteiro queimou língua – em 2022 queimadura no gelo que fez em novembro e em 2023 no fogo que fez em dezembro. O Primavera Sound venceu o decreto de flop de novo e entregou mais uma edição praticamente perfeita. Muita coisa mudou de um ano para outro, mas o principal não mudou: o DNA do Primavera Sound. Um festival focado no que importa, que é a música. Um festival que pensa no público enquanto pessoas e não números. Um festival que tem uma preocupação com o que ele quer apresentar de melhor para seu público dentro das suas possibilidades, e não com o que vai inflar os números das redes sociais e do próprio bolso e do bolso dos patrocinadores. Porque no final das contas, é o que todos querem, seja o público, o festival, a empresa organizadora e os patrocinadores. O que fica é a qualidade que o festival entregou. E o Primavera Sound 2023, provou que, independente do local, de quem está organizando e até qual marca de cerveja está patrocinando, é possível fazer um festival da mais alta qualidade e do maior conforto para todos. Basta querer fazê-lo.

Já que essa edição foi tão marcada pela comparação com a edição passada, termino essa resenha da mesma forma que terminei minha crítica ao Primavera Sound 2022: “que o festival melhore o que deve de fato ser melhorado, que mantenha o que deu certo, e que cresça cada ano mais. VIDA LONGA AO PRIMAVERA SOUND SÃO PAULO!”

(Antes de terminar essa resenha, o Primavera Sound anunciou a venda do early bird. Claro que irei ao Prima ano que vem, mas o early bird assim tão cedo me pegou de calça curta)

UMA BREVE NOTA SOBRE OS SHOWS QUE EU VI

* ÀIYÉ (sábado, Palco Barcelona): apesar de penalizada pelo atraso na passagem de som, fez uma bela apresentação;

* SLIPMAMI (sábado, Palco São Paulo): fez um show divertidíssimo e bem melhor que outras apresentações dela, ela melhorou muito ao vivo;

* MARINA HERLOP (sábado, Palco São Paulo): lutou contra deus e o mundo para se apresentar, mas recebeu o carinho de quem encarou o sol para vê-la;

* METRIC (sábado, Palco Barcelona): entrou de última hora, mas emocionou;

* THE HIVES (sábado, Palco Corona): serviu animação, carisma e muito português;

* CANSEI DE SER SEXY (sábado, Palco Barcelona): plateia animadíssima do início ao fim, discurso tocante da Lovefoxxx antes de City Grrrl, muita gente chorou na hora, mas faltou Meeting Paris Hilton e Superafim hein;

* MARISA MONTE (sábado, Palco Corona): indescritível a beleza daquela mulher no palco, uma deusa, a maior artista viva desse país, sem mais;

* KELELA (sábado, Palco São Paulo): vi apenas uma parte, mas também de uma energia inigualável;

* PET SHOP BOYS (sábado, Palco Barcelona): fiquei com a impressão de que apenas engajaram com o público nos grandes hits (que são MUITOS), mas ainda assim, um show visual hipnotizante;

* THE KILLERS (sábado, Palco Corona): gostando ou não, foi o headliner certo para o Prima. O Blur não fez falta;

* NELSON D & EDGAR (domingo, Palco São Paulo): conhecia pouco do Nelson D e fiquei PASSADO. Ele é simplesmente incrível e ele PRECISA ser mais conhecido, não só pela sua luta pelos povos indígenas, mas também pela qualidade do trabalho dele. Infelizmente o Edgar participou só de duas músicas;

* FILIPE CATTO (domingo, Palco São Paulo): para mim O MELHOR SHOW DO FESTIVAL, Filipe é uma deusa, uma voz poderosíssima homenageando outra deusa e voz poderosíssima (Gal Costa). Me faltam palavras para descrever aquela apresentação;

* CARLY RAE JEPSEN (domingo, Palco Corona): a perfeitinha do pop provou que é mesmo perfeita, levou junto até os tiozão que estavam lá só pelo The Cure, 50min foi pouco mesmo;

* MARINA SENA (domingo, Palco Barcelona): não importa o quanto ela tente ser uma subcelebridade, ela SEMPRE será artista;

* KL JAY (domingo, TNT Club): top 3 melhores pessoas que já pisaram sobre a Terra, sem mais;

* MU540 + URIAS (domingo, TNT Club): o TNT Club literalmente ficou pequeno, tinha mais gente de fora querendo entrar que lá dentro, e com toda a razão, set do MU540 e show da Urias perfeitos, apesar da estrutura de palco tão simples;

* TOKiMONSTA (domingo, Palco São Paulo): muita gente que se sentava perto do Palco São Paulo para descansar logo levantava para dançar um pouquinho, ela foi super simpática e fez um bom set;

* HUDSON MOHAWKE (domingo, TNT Club): fugi um pouquinho do The Cure para ir lá prestigiá-lo, e apesar do pequeno público, quem estava lá estava muito animado;

* THE CURE (domingo, Palco Corona): eu fiquei com a mesma impressão que tive com o Pet Shop Boys no sábado, o show muito longo – apesar de justíssimo, pois o The Cure tem repertório para 2h30 – também não ajudou. Mas ainda assim, um show maravilhoso.

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Gregory Soares

Organizado

Rated 4,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 4,0 out of 5
Estrutura
Rated 4,0 out of 5
Ambiente
Rated 4,0 out of 5
Alimentação
Rated 3,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 4,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
6 de dezembro de 2023

Sem tumulto, sem filas para o banheiro, bons espaços para descanso e show tranquilo. O ponto negativo foi a corona ter patrocinado pois a cerveja definitivamente não é boa. De resto foi perfeito!

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Gabriel

Quiseram economizar espaço

Rated 3,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 4,0 out of 5
Estrutura
Rated 2,0 out of 5
Ambiente
Rated 2,0 out of 5
Alimentação
Rated 4,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 2,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Não
4 de dezembro de 2023

O pessoal deveria ter um pouco de bom senso. Paguei mais de 1500 reais pra assistir o festival mas não imaginava que fariam o que fizeram. Colocaram um palco próximo do outro com shows simultâneos. Ridículo assistir o show da Marisa Monte com uma bateria eletrônica tocando ao fundo (outro show em outro palco no mesmo horário). O mesmo se repetiu no show do Beck e do The Cure. É muito desleixo da organização. Dá um desgosto não conseguir ouvir musicas mais intimistas sem escutar o outro show. E não interessa onde vc está.

Outra reclamação foram os banheiros. 18Hs não haviam mais banheiros limpos.

Avatar for Flavio
Flavio

Impecável

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Depois das más experiências com o Lolla e o The Town jurei que não iria mais em grandes festivais, o último seria o Primavera pois já estava com os ingressos comprados. O festival me surpreendeu positivamente, bandas ótimas e sem perrengues. Parabéns aos organizadores..

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Jamille

Zero perrengues

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Tudo funcionou bem. Organizado, limpo. Zero filas. Visibilidade ótima dos palcos. Por favor mantenham este tamanho de festival. 30k perfeito!

Avatar for Marcos
Marcos

Excelente experiência

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Como é a acessibilidade para quem tem deficiência?Ótima
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Eu não ia a festivais há muitos anos porque sempre são eventos desorganizados e beiram a insalubridade, além de trazerem sempre as mesmas bandas. O primavera foi surpreendente porque foi extremamente organizado, a estrutura foi bem planejada, água grátis fez diferença, as comidas estavam no custo benefício bem ok, e finalmente um lineup diferente, com nomes iconicos que não vem com frequência ao país. Foi um respiro ver gente diferente tocando! Continuem assim e pensando em line ups que saiam do comum dos outros festivais

Avatar for Rafaela
Rafaela

Primavera Sound, meu novo festival favorito!!

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 4,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Tinha prometido para mim mesma que se o Primavera continuasse no Anhembi, eu não iria mais. Passei muita raiva lá no ano passado com aquelas árvores na frente do palco principal. Porém, com a mudança para o Autódromo, me empolguei e comprei o early bird. Quando saiu o line up, fiquei mais empolgada ainda!! Não me decepcionei em dar mais um voto de confiança para o Primavera Sound em São Paulo. O festival foi maravilhoso!! Não tive problemas em me locomover de um palco para outro, foi tudo nota 10, inclusive o público!!! Não posso esquecer de mencionar a extensão do horário dos trens, evitando aquela correria para ir embora. Palco Barcelona, o melhor palco!! As sugestões de melhoria seriam: mais espaços com sombra e uma abertura maior no Portão 9 para melhor escoamento do pessoal na saída. De resto, perfeito!!! Mas acredito que se aumentar o público no próximo ano, eles devem mexer no tamanho da estrutura montada para o festival!

Avatar for Karina Costa
Karina Costa

Impecável

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 4,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 4,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Impecável

Avatar for Cinthia
Cinthia

ensinando como fazer festival

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

tive receio de ir a um festival no autódromo e estou encantada como eles fizeram uma estrutura perfeita ali, banheiros de verdade sempre limpos, filas mínimas, ativações úteis, boas, divertidas, shows PERFEITOS, organização de saída incrível tbm!! tudo funcionou, tudo fluiu bem pra q a gnt tivesse a melhor experiência!! festival pensado pro público ter conforto e qualidade já quero o proximoooo

Avatar for Ana Beatriz Prado
Ana Beatriz Prado

Organização impecável

Rated 5,0 out of 5
Lineup e Programação
Rated 5,0 out of 5
Estrutura
Rated 5,0 out of 5
Ambiente
Rated 5,0 out of 5
Alimentação
Rated 5,0 out of 5
Custo-benefício
Rated 5,0 out of 5
Como é a acessibilidade para quem tem deficiência?Ótima
Você iria outra vez neste festival?Sim
4 de dezembro de 2023

Fiquei impressionada com toda estrutura e organização do festival. Absolutamente impecável. Conte comigo todos anos, Primavera!

Avatar for Aline Sodré
Aline Sodré
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