O Glastonbury 2023 teve início junto com o solstício de verão do Hemisfério Norte no último dia 21 e segue até domingo (25) fazendo o que só ele é capaz: ser o maior festival do mundo, com mais de 3.000 atrações distribuídas por 100 palcos. Para fazer caber tudo isso, ocupa uma área de 4 milhões de metros quadrados (isso mesmo, milhões), o equivalente a quase sete Lollapaloozas. É um festival de festivais.
Isso quer dizer que aquele cartaz com os headliners e outros nomes conhecidos que tanto circula pelas redes sociais é só um dos muitos festivais que acontecem simultaneamente em Worthy Farm. Junto com ele há algumas outras dúzias de line ups por onde se distribuem as milhares de atrações. A maioria delas é de artistas musicais, mas como o Glasto se denomina um festival de artes performativas contemporâneas, há outras linguagens artísticas.
Ganhe insights
O legal desse cartaz do Glastonbury é ir saboreando as surpresas escondidas em ordem alfabética a partir da segunda linha
PS: esse não é o line up final, ainda falta anunciar mais gente pic.twitter.com/WYYu0b36yY
— Festivalando (@festivalando) March 3, 2023
Este é o line up real do Glastonbury 2023 (ou quase)
O line up real oficial do Glastonbury 2023 é este aí de baixo. Ou quase, já que não cabe tudo ali. No melhor estilo bula de remédio, ele traz uma parte dos mais de 3.000 nomes que se apresentam no festival, separados por palcos.
Os artistas do line up que a maioria conhece estão divididos pelos primeiros palcos do topo do cartaz, que são os principais: Pyramid Stage, Other Stage, West Holts Stage, The Park e Woodsies. O que vem na sequência são os demais espaços que tornam o Glasto o tal festival de festivais mencionados no início do texto.
Alguns desses espaços são somente palcos mesmo. Mas como o festival é dividido por áreas, e não por palcos, alguns dos palcos desse megacartaz são apenas um dos muitos elementos da programação que uma área pode conter. Por essa razão, cada área ou palco acaba também ganhando seu próprio line up.
Os vários line ups que provam que o Glastonbury é um festival de festivais
A essa altura você já entendeu: tem muitos festivais acontecendo ao mesmo tempo na Worthy Farm. Pode ser só um palco com artistas tocando; pode ser em uma área com um palco de música rodeado por subáreas e diferentes atividades; pode ser uma área com um palco, subáreas e atividades diversas dedicadas a uma arte diferente da música. Mais ou menos assim:
Música, música e mais música
Enquanto o famoso Pyramid Stage e o The Other Stage recebem algumas das principais atrações do line up básico do Glastonbury 2023 (o cartaz com fundo azul do início do texto), a música se manifesta simultaneamente em outros inúmeros espaços.
A Arcadia é um dos mais icônicos deles. A instalação de 50 toneladas feita principalmente de estruturas militares recicladas em formato de aranha recebe atrações de música eletrônica. O gênero ainda tem espaço no Silver Hayes, com quatro palcos e um pavilhão para exposição de obras de arte; e San Remo, com sets de DJs que atravessam a noite.
Tem os espaços que já entregam tudo no nome, caso do Glasto Latino e do Acoustic Stage. E tem os que mesclam estilos: West Holts (jazz, eletrônica, reggae, R&B, rap e o que mais couber com artistas de diferentes partes do mundo); The Glade (ritmos eletrônicos, reggae, dub, disco); e Field of Avalon (folk, blues, ska).
Música, música e outros temas
Algumas áreas têm a música como componente principal, mas entrelaçada com alguma temática especial. É o caso do Greenpeace Field, espaço comandado pela organização ambiental que recebe shows e convidados surpresa que dão apoio à missão de ativismo, justiça climática e social.
Ainda na temática ambiental, tem a Croissant-Neuf, área que foi pioneira no uso de energia solar no Glastonbury, em 1987. Tem palco com shows, áreas de descanso, exposições relacionadas à sustentabilidade e instalações de arte.
O Block9 celebra a cultura queer e liberdade de expressão em todas as suas formas. Já a Strummerville é dedicada a Joe Strummer e comandada pela Joe Strummer Foundation, criada um ano após a morte do frontman do The Clash. Promove iniciativas de música e arte e caridade e é famosa pela fogueira que fica acesa durante todo o festival.
O Unfairground é um espaço para arte e música subversiva, com shows, arte urbana e esculturas, enquanto o The Common é um espaço de música e misticismo, inspirado em antigas civilizações e cerimônias tribais.
E há duas importantes áreas para encerrar: The Park e Woodsies. The Park que congrega atividades diversas (palestras, bares, instrumentos para jam session, esculturas de areia, área de descompressão), além de um dos palcos principais do festival.
Woodsies é uma área que inclui instalações em meio à vegetação e que tem o palco de mesmo nome, onde se apresentam novos nomes e artistas estabelecidos (por muitos anos, o palco era chamado John Peel Stage, em homenagem ao apresentador da BBC Radio 1).
Arte, ativismo e mais
Programação musical à parte, o Glastonbury tem ainda o Pilton Palais, tenda que exibe filmes; o Kidz Field, com programação infantil; e o Theatre & Circus, com performances artísticas e teatrais de artistas de todas as partes do mundo.
Há ainda o Shangri-la, espaço de ativismo político e estímulo à criatividade, com caráter interdisciplinar, para educar sobre causas e compartilhar conhecimento; a área tem sete subáreas, cada uma com seu próprio line up (ou seja, a imagem abaixo é só um dos sete line ups do Shangri-La).
Outra áreas são o Left Field, com debates e palestras sobre pautas políticas e o The Atchin Tan/Stopping, que realiza atividades para conscientizar sobre as condições de vida de comunidades nômades britânicas.
Mas espere, não é só isso
Tem também shows secretos, um jornal impresso diariamente em máquinas instaladas dentro do festival, jantar com menu de quatro pratos preparado por chefs e mais um mundo de coisas comprimido em cinco dias de múltiplos festivais dentro de um festival.
Para ler também: 50 festivais no verão europeu em 2023
Crédito da imagem principal: Andrew Allcock/Glastonbury
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