“Um festival de sentir” é o mote do Festival Sarará, mais um festival brasileiro a concretizar seu aguardado retorno no sábado (27), em Belo Horizonte.
Mas, afinal, o que o festival propõe ao seu público sentir e o que ele permite que se sinta?
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Sentir-se acolhida
Não é fácil tornar um ambiente árido e cheio de concreto como a Esplanada do Mineirão em um lugar acolhedor, mas a organização do Sarará conseguiu reverter o ambiente a seu favor. Foi fácil encontrar espaços com sombra e de descanso.
A menção honrosa nesse quesito fica para o espaço de redução de danos, um tema que inclusive foi abordado nas redes sociais do festival e que deveria ser assunto mais comum na comunicação de outros festivais.
De modo geral, o Sarará demonstrou de fato ter uma sensibilidade maior com as muitas dimensões envolvidas na experiência de um festival. Isso se refletiu, além dos pontos acima, na presença de intérpretes de Libras nos palcos (inclusive com transmissão nos telões dos palcos principais), na quantidade de caixas espalhados pelo festival e também na grande fileira de banheiros na área de maior circulação de público.
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Sentir-se à parte
Os bons pontos acima não mudam a impressão de que ainda há pontos cruciais para serem melhorados. A segregação entre pista premium e pista comum na área dos dois palcos principais é um contrassenso em um festival que fala tanto de convivência e inclusão — e não é de hoje que essa observação é feita.
Essa distinção do público entre quem paga mais e quem paga menos não só vai na contramão da mensagem maior que o festival quer passar como também compromete severamente a experiência de quem fica na pista comum. O layout que a Esplanada do Mineirão impõe aos palcos só piora (o espaço foi pensado para receber eventos, mas é provável que não pensaram nas particularidades de um festival).
Em função desses dois fatores combinados, quem fica na pista comum só tem duas opções: 1) se espalhar em direção às laterais dos palcos principais, onde ainda sobre algum espaço, e sofrer com o áudio baixo ou 2) se espremer no pouco espaço no fundo dos palcos, entre as grades que delimitam a entrada para o estádio (tendo a visão parcialmente bloqueada) e os banheiros (definitivamente não o lugar mais agradável para ver um show).
Segurança
Foram comuns nas redes sociais do Sarará queixas de furtos de celulares, principalmente na área do open bar. Esse é um problema que vai além dos limites de qualquer evento particular, mas não significa que os eventos não tenham nada a fazer além da simples recomendação de “tenha atenção aos seus pertences”.
Os casos recentes de prisões de gangues especializadas em furtos de celulares no Lollapalooza Chicago são um exemplo de que é possível desmantelar esse tipo de crime, punir os culpados e reaver os bens — fica a dica para todos os festivais.
Com a aparente consciência do seu papel e do que pretende ser, não deve ser uma missão impossível para o Sarará mudar o que precisa.
Veja nos destaques do Festivalando no Instagram mais detalhes e shows do Sarará 2022
Imagem principal: Divulgação
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