A britânica Raye, uma das atrações do C6 Fest 2024, fez história neste mês depois de vencer seis das sete categorias às quais foi indicada no prestigioso Brit Awards. Ao comentar sobre o feito no Twitter, o festival que receberá a cantora em junho fez uma boa definição das circunstâncias: “ela é o momento“.
Não chega a ser uma coincidência que uma artista que seja “o momento” venha ao Brasil justamente para se apresentar no C6 Fest. Encarnação do Free Jazz Festival (1985-2001) e do Tim Festival (2003-2008), o evento conservou ao longo de suas várias vidas um olhar para o novo que rendeu shows no exato ponto da história em que determinada atração era o momento.
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Momentos da era Free Jazz Festival
Depois de muitos anos concentrando-se no gênero que lhe batizava, o Free Jazz Festival passou a abrigar outras vertentes musicais na segunda metade dos anos 1990. Nesse período, alguns dos nomes a protagonizarem o momento foram Björk, Jamiroquai e Massive Attack.
A islandesa veio ao Brasil na edição de 1996, no rastro de “Post”, seu segundo disco, aclamado à época pela complexidade e inovação, e um dos principais responsáveis por consolidar a expressão artística da cantora. A apresentação no festival, inclusive, virou um DVD.
O Jamiroquai esteve no festival em 1995 e 1997, no intervalo de tempo em que nasceria “Travelling Without Moving” (1996). O Massive Attack veio em 1998, ano de seu auge com “Mezzanine”.
Momentos da era Tim Festival
Em 2003, o espírito do Free Jazz retornou batizado de Tim Festival. O Free Jazz havia acontecido pela última vez em 2001. Em 2022, foi cancelado por questões orçamentárias e não pôde retornar em 2003 sob o mesmo nome por causa da lei que então entrava em vigor impedindo que marcas de cigarro patrocinassem eventos culturais.
A empresa de telefonia assumiu o patrocínio naquele início dos anos 2000, que via a popularização dos celulares e a explosão de uma nova cena de indie rock. Big Bang dessa cena, os Strokes até estiveram presentes no festival, porém só em 2005, instantes depois de ser o momento.
O instante mais preciso nos palcos do festival ficaria por conta de outros nomes, como White Stripes e Arcade Fire. Em sua primeira edição, em 2003, o Tim Festival trouxe ao Brasil o White Stripes. A banda tinha acabado de estourar com o relançamento de “White Blood Cells” e trazia na bagagem o então novo e hoje clássico “Elephant”. O Arcade Fire viria em 2005 com “Funeral”, o elogiado álbum de estreia que à época conquistou o lugar em muitas listas de álbum do ano.
O momento da era C6
Avance no tempo direto para 2024 e chegamos a um novo momento, agora com Raye e uma história e tanto. Depois de escrever para Beyoncé e Rihanna, Raye gravou um álbum que passou seis anos sendo rejeitado por sua antiga gravadora. Depois de se liberar do contrato que travava a publicação do trabalho, a cantora o colocou no mundo de forma independente. E assim “My 21st Century Blues” rendeu o recorde de prêmios no Brit Awards deste ano, fazendo de Raye o momento.
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Crédito da imagem em destaque: Divulgação/C6 Fest
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