Atualizado em 21/04/2017 ás 16h10 – Não devemos jamais subestimar o potencial festivaleiro do país que nos deu Woodstock, o ~mito fundador~ dos festivais modernos, e o Coachella, objeto de desejo mor da era do festival como experiência extra-musical. Por isso, por mais que a Europa seja a menina dos olhos de vocês (eu sei que é, vocês já contaram pra gente nas nossas pesquisas), vale sempre a pena lançar aquele olhar de soslaio para os festivais nos Estados Unidos.

No nosso buscador, já são quase 200 festivais dos Estados Unidos cadastrados (and counting). A diversidade é imensa, assim como o próprio país, e o caminho para explorar e conhecer esses festivais pode ser muito vago no começo. Mas, no meu trabalho mensal de pesquisar e inserir novos festivais no buscador, eu já me dei conta que há algumas recorrências que tornam mais compreensivo o cenário dos festivais estadunidenses.

Os (grandes) festivais são mais bem distribuídos ao longo do ano

Tanto Estados Unidos quanto Europa têm festivais o ano inteiro. Mas nos Estados Unidos a temporada de grandes festivais de verão se intensifica um pouco mais cedo (em maio, na primavera ainda) e se prolonga por mais tempo (até outubro ainda tem festivalão) na comparação com a Europa.

Acredito que o inverno menos rigoroso característico de algumas regiões dos Estados Unidos durante o outono e o inverno, como na parte sul e na costa leste, tem papel nisso. Já na Europa, de uma maneira mais uniforme, as temperaturas baixas são mais rigorosas, obrigando os festivais a encolherem em número e tamanho e a se recolherem para ambientes fechados.

Para explorar de vez o país: os hotspots dos festivais nos Estados Unidos

Além dessa característica temporal, os festivais nos Estados Unidos também têm peculiaridades geográficas. Assim como eles acontecem o ano inteiro, eles também são realizados por toda a extensão dos 50 estados, mas alguns se destacam dos demais por razões econômicas, culturais e históricas.

Pelo mapa abaixo você vê que há algumas áreas mais apinhadas de marcadores que outras. Explore o mapa à vontade antes e depois de ler o restante do texto 😉

Califórnia – não é só o sol que brilha o ano inteiro

Exato. Tem sol o ano inteiro e muitos festivais também na terra do Coachella. O Bottle Rock Napa Valley, que mistura música e gastronomia, e o Lightining in a Bottle, com música eletrônica e perfil mais transformacional, são dois destaques já em maio. A propósito, há muitos festivais nessa linha mais imersiva e com lineup de música eletrônica, como o Woogie Weekend, o Northern Nights e o Nocturnal Wonderland. O San Francisco Outside Lands, por sua vez, é um dos grandes destaques e acontece no fim do verão, em setembro.

Flórida – a terra dos cruzeiros

Eu não sei se foram os europeus ou os norte-americanos que invetaram os festivais em cruzeiros, mas o fato que nos EUA esse tipo de festival é mais numeroso e tem um endereço muito bem definido: a Flórida (by the way, um dos destinos mais comuns de brasileiros que vão até aquele país). Miami e Orlando são o ponto de partida das viagens em alto-mar, que em geral vão até o caribe. Janeiro e fevereiro são os meses de maior concentração.

Pra quem curte rock e hard rock, 70,000 Tons of Metal e Shiprocked Festival são opções.

Texas – lugar dos poucos, porém bons festivais

A terra dos cowboys tem festivais esparsados ao longo do ano, mas o destaque fica para a capital, Austin, que recebe poucos, mas bons festivais. como o respeitadíssimo South By Southest, em março, e o Austin City Limits, em outubro. Vale também citar o Levitation, em abril, todo focado em rock psicodélico, e o Fun Fun Fest, em novembro, um indie aos moldes dos festivais de verão, mas já no fim do ano.

Nova York – nem tão mainstream ainda

É curioso pensar que enquanto Nova York é um dos destinos mais mainstream quando se trata de turismo no mundo todo, o mesmo não se aplica aos festivais de lá. O Governors Ball está pouco a pouco conquistando um lugar no coração de quem é de fora, mas ainda está longe de provocar o alvoroço da estrela da costa oeste, o Coachella. Falando nela, o primo da costa leste, o Panorama (dos mesmos criadores do Coachella), ainda busca a fama do parente. O Electric Zoo e o EDC NY são as opções para os fritos. Um destaque é o Afro Punk, voltado à celebração da cultura afro-americana.

Chicago – festivais de peso

Chicago é a cidade dos festivais de peso – em todos os sentidos possíveis. É onde o Lollapalooza escolheu fixar residência, depois de um início itinerante pelos Estados Unidos. É também a casa do respeitadíssimo Pitchfork e de dois festivais pesados no sentido musical: o Chicago Open Air e o Riot Fest.

Miscelâneas

Naturalmente, nada disso esgota a oferta vasta de festivais nos Estados Unidos hoje. Há destaques que não se enquadram nesse recorte que eu escolhi, como o Hangout (em plena orla da praia, no Alabama) e o Bonnaroo (um dos festivais gigantes do país, no Tennessee, um estado super musical). Saindo da costa leste ou oeste e indo em direção ao centro do país, as opções se multiplicam.

Fica o convite pra você explorar os cerca de 200 festivais (and counting) dos Estados Unidos cadastrados no nosso buscador de festivais 😉

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