Não era para Jack White estar em Roskilde. Sequer era para ele carregar nas costas a responsabilidade de fechar o festival. O papel cabia ao rapper Drake, mas o canadense teve que cancelar sua apresentação três dias antes do previsto devido a uma doença. Rapidíssima e super eficiente no gatilho, a produção foi linda e, no mesmo dia em que foi anunciado o cancelamento, colocou “só” esse gênio da guitarra para tapar o buraco da programação.

E assim, de supetão, com uma turnê recém-estreada e com um show ainda em fase de maturação, Jack White conseguiu fazer a melhor apresentação dentre os headliners do Orange Stage, o palco principal do Roskilde. A razão é uma só: peso.

Ao vivo, a obra de Jack White fica mais estridente, barulhenta e pesada. Ele não subiu ao palco simplesmente para reproduzir o que gravou em estúdio, mas sim para dar uma versão mas viva e pulsante do que criou. Essa transição resultou em maior densidade do som, que deu conta de preencher e envolver a multidão de quase cem mil pessoas, como tem que ser um show de rock. Mérito da habilidade de Jack como instrumentista somada à encorpada banda que o acompanha nesta turnê, com mais uma guitarra, baixo acústico, piano, violino e uma bateria destruidora.

O repertório, por sua vez, lembrou que Jack White é uma metonímia de todas as bandas que um dia ele incansavelmente montou (e ainda vai montar). Tomando a parte pelo todo, Jack White é o White Stripes (que foi lembrado logo na abertura do show, com “Icky Thump”, uma versão mais country de “Fell in Love With a Girl”, o hino de torcida e hit supremo “Seven Nation Army” e a empoeirada “You Don’t Know What Love Is”), o Raconteurs (“Steady As She Goes”) e o The Dead Weather (“Blue Blood”). As faixas do recém-lançado “Lazareto” fizeram o recheio maior do show. Matou a pau.

Veja abaixo o show completo.

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