Montreux Jazz Festival talvez seja um dos nomes mais imprecisos que um festival tenha carregado em sua história. De jazz, o festival que acontece desde 1967 na cidade homônima, na Suíça, só tem uma parte. Montreux é um festival de música em sentido lato desde sempre.

Demoraram apenas duas edições para que o rock passasse a dividir espaço para sempre com o jazz que deu origem ao festival. Antes mesmo de completar uma década de existência, nos anos 1970, Montreux ignorou a fronteira dos sons de origem anglo-saxã e abriu-se para a música do mundo, inclusive da do Brasil, que passou a ter espaço cativo na programação.

Hoje, se você for a Montreux, vai topar com a eletrônica do ~muso hipster~ Chet Faker, o rap do norte-americano Joey Bada$$, o indie do Babyshambles, o soul de Stevie Wonder, uma noite inteira dedicada à nova cena da Venezuela, outra da Colômbia, de Cuba e mais uma do Peru. Ah, claro, também tem jazz, com Herbie Hancock e Wayne Shorter, e artistas de várias partes do mundo oferecendo suas releituras para o gênero de New Orleans. É um festival pra quem gosta de se chapar com música sem se preocupar muito com os rótulos.

E como variedade pouca é bobagem, tem música no teatro, no trem, no barco, no parque e no clube. Mais que isso, cerca de dois terços da programação desse festival que já virou uma instituição é gratuita. São necessárias, todos os anos, duas semanas para fazer caber tanta quantidade e variedade. Neste ano, o festival começou em 4 de julho e vai até dia 19. O Festivalando chega para a saideira de Montreux, no dia 16, de olho no que dá para aproveitar da programação aberta ao público, sem gastar nada nos alpes suíços.

Como sou a melômana da história – nome chique pra farofeira musical – coube a mim essa tarefa e chego lá de ouvidos bem abertos para contar tudo depois por aqui.

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