A Festivalando IndieMetalPagode Records Inc. tem o orgulho de apresentar sua primeira produção, Festivalando Soundtrack Vol. 1, playlist que reúne os sons que marcaram a nossa primeira longa viagem em direção aos grandes festivais da Europa. Na compilação, músicas que a gente já gostava e que em uma momento ou outro a gente ouviria em algum festival, e outras que a gente nem imaginava que ajudariam a contar a história dessa viagem.

O tracklist começa em clima de drama, com o tema de “Maria do Bairro”, porque sofremos como mocinhas de novela mexicana pra dar o pontapé inicial na nossa jornada festivaleira. Nem tínhamos saído do Brasil ainda e parecia que o primeiro festival do nosso roteiro ia melar, tal foi a dificuldade para conseguir comprar ingressos para o Roskilde.

Mas como toda novela tem final feliz pra quem é do bem, lá fomos nós para a Dinamarca nos apaixonar perdidamente por esse festival quarentão que sabe como envolver o público no misterioso e delicioso “orange feeling”. Um dos grandes responsáveis por isso é o gigantesco camping, a alma do festival, e de lá vem as nossas principais lembranças musicais: o som pesado do The Hell e do Slipknot, repetido incessantemente na ala metaleira do acampamento, onde fizemos boas amizades. Tem também o dubstep do Skrillex, ritmo preferido dos jovenzinhos dinamarqueses e reverberado em toda esquina onde havia uma barraca. O Arctic Monkeys entra com uma menção honrosa no rol de lembranças, já que este foi o primeiro show que a gente se divertiu horrores assistindo, graças à performance canastrona do Mister Pentinho de Bolso, a.k.a Alex Turner.

Mudando de ares, o Popegoja, na Suécia, ajudou a gente a dar uma desacelerada após a loucura que foi o Roskilde, e o tema que marcou nossa passagem por lá segue essa vibe: “Geronimo”, do PMToYou, uma das nossas descobertas sonoras nessa viagem. A música ainda leva o título de refrão chiclete da temporada. A gente se pegou cantarolando “Geronimo…” várias vezes semanas depois do show dos suecos.

Partindo para a Suíça, para acompanhar o festival de Montreux, eu descobriria que o Queen faz parte dessa bela cidade tanto quanto as paisagens estonteantes de lago e alpes que moldam a riviera suíça. Freddie Mercury, em forma de estátua na praça principal, ou em lojas de souvenirs, me dava as boas vindas diariamente para me lembrar que o vocalista do Queen escolheu ali para viver e que a banda gravou lá alguns de seus clássicos. Caso de “Don’t Stop Me Now”, que traduz perfeitamente o espírito e as motivações que me fizeram embarcar nessa vida de festivaleira. Uma dessas lindas coincidências do destino.

A coisa ficou pesada logo depois com a nossa dobradinha headbanger no Wacken Open Air, na Alemanha, e o Brutal Assault, na República Tcheca. De lá da Deutschalnd a Gra traz na memória e nos ouvidos a catarse que foi ter visto ao vivo os pais do black metal, o Venom. Da República Tcheca nós duas trazemos a hilária recordação do show do Amon Amarth, esse pessoal que é fucking viking, um Massacration da Suécia, e sobre quem a gente já vinha percebendo a idolatria desde a Dinamarca.

Na reta final, a surpresa negativa que foi o Sziget, na Hungria, ganhou como tema o hit noventista “Cilada”, do Molejão, música que a gente ouviu e cantou a plenos pulmões na nossa primeira noite no festival (depois a gente conta como!). Como no fim das contas alguns shows ajudaram a salvar a cilada que foi o festival, a coletânea se encerra com “I Sat By The Ocean”, na voz de Josh Homme, muso unânime da nossa equipe e razão suficiente pra encarar esse festival uó.

Aperta o play!

Leave a comment