A estrutura do Governors Ball rendeu uma nota pra brilhar no nosso ranking de festivais, quer ver? Com pontos extras no transporte, na alimentação e até (pasmem!) nos banheiros, o festival entrega aquilo que se espera de um evento do seu porte. A nota final (suspense) está no fim da avaliação e o ranqueamento do festival você confere na página do Festivalômetro 😉

Transporte

Numa cidade como Nova York, onde o metrô tem 26 linhas e 468 estações, transporte é qualquer coisa menos um problema. Assim, fica muito fácil para o Governors Ball se sair bem nesse quesito, mesmo o festival acontecendo numa ilhota, a Randall’s Island.

É possível chegar até lá de ferry, partindo de Manhattan, ou de shuttle, partindo do Brooklyn. Estes dois meios de transporte ficam a cargo do festival, que cobra pelo serviço fornecido. Dependendo de onde você está em Nova York, pode valer a pena pagar por eles.

Se você não quer gastar mais que a tarifa do serviço público, sem problemas. Dá para chegar até o festival usando a combinação metrô+ônibus, ônibus+caminhada pela RFK Bridge ou até mesmo só uma caminhada. Até de bicicleta você chega na Randall’s Island. Tudo vai depender de onde você está partindo.

O importante aqui é que, além de já haver uma boa rede de transporte público à disposição, o Governors Ball ainda amplia as alternativas, dando ao público uma ótima liberdade de escolha. Alternei minhas idas e voltas nos três dias entre o ônibus+caminhada e o metrô+ferry. As duas opções funcionaram bem. Se eu quisesse, poderia ter usado o metrô+caminhada também. Incrível a quantidade de opções.

Na volta, a fila do ferry é grande e pode te tomar uns bons quinze minutos. A organização é boa, a dinâmica de ida e volta dos ferrys também. Mas como a maioria opta por ele (porque é mais legal chegar no festival de barco!), não tem jeito, rola uma demora.

O vídeo promocional dá uma ideia de como é chegar no Governors Ball de ferry e pela RFK Bridge. E olha: tudo é bonitinho e legal assim mesmo, como no vídeo.

Informações

O Governors Ball capricha bem na comunicação pré-festival. Se você checa o seu e-mail regularmente, chegará muito bem informado no dia do evento, pois os comunicados que eles enviam são super úteis. Eles têm também um app com toda a informação necessária disponível, além do site, obviamente.

No festival, há grandes placas espalhadas estrategicamente com o mapa do evento e a programação dos shows, palco a palco. A sinalização das saídas também é muito clara, o que é fundamental. Se você vai para Manhattan, a saída é uma só; o mesmo vale para o Brooklyn, para o Bronx. Senti falta de um informativo impresso no primeiro dia, mas depois questionei a mim mesma: pra quê gastar tanto papel assim se a informação está disponível nessas placas, tão facilmente acessível? Um caso a se pensar.

Hidratação e comida

estrutura do governors ball

Três palavras: água de graça. Em inglês, mais simples ainda; só duas palavras: free water. Pra você que acompanha o Festivalando em mais detalhes, sabe que a gente defende ferrenhamente que os festivais por aqui passem a adotar essa política tão comum nos festivais lá fora. Você pode levar sua própria garrafinha, desde que vazia (de plástico grande ou pequena, squeeze rígido ou dobrável), e enche nas estações de água quantas vezes quiser.

No quesito alimentação, o Governors Ball oferece aquela diversidade de cozinha internacional que está se tornando comum nos festivais, o que é bom, mas não é isso que salta aos olhos positivamente. O destaque aqui é o sistema cashless do festival.

Não é necessário ter que pré-carregar créditos na sua pulseira e recarregar novamente caso você queira consumir mais. Ao cadastrar sua pulseira, você informa um cartão de crédito e nada mais. Durante o festival, sempre que você comprar algo, o valor é debitado no cartão informado. Simples assim. Melhor que isso, o preço dos alimentos é informado diretamente em dólares – nada quelas pegadinhas de inventar uma moeda diferente para te confundir e te obrigar a fazer contas (ou te fazer desistir das contas, te induzindo a gastar mais que o esperado). Além de simples, direto e mais transparente.

Conectividade

Estava demorando para um tropeço, não é mesmo? A conectividade definitivamente não é o ponto forte do Governors Ball. Usei um chip de uma operadora local no período em que estive nos Estados Unidos e ele simplesmente perdeu o sinal dentro do festival. No primeiro dia consegui localizar uma rede wi-fi aberta de um dos patrocinadores. Depois de muitas tentativas de conexão, ela funcionou subitamente por uns dois minutos para nunca mais. Nos dois últimos dias, meu telefone sequer conseguiu localizar essa rede aberta.

Limpeza e banheiros

A área do festival tem uma limpeza razoável. Há lixeiras devidamente espalhadas, com a vantagem de serem todas do tipo coleta seletiva, encorajando a reciclagem. Há também funcionários dedicados a recolher lixo continuamente. O que resta de sujeira definitivamente é culpa dos frequentadores e não da organização.

No que diz respeito aos banheiros, a única opção são os químicos, aqueles que a gente aqui no Festivalando de-tes-ta. Mas do jeito que as coisas são no Governors Ball, eles nem pareceram tão ruins assim. Dentro das cabines havia álcool gel. Do lado de fora, havia pias acionadas por pressão, com sabão e água para lavar as mãos. Isso muda completamente a experiência e melhora muito as condições de higiene de quem passa mais de doze horas no mesmo lugar.

Dada a experiência que tive no Northside, festival no Brooklyn, e em um show gratuito no Queens, parece que esse é um padrão, pois a mesma estrutura de banheiros se repetiu nestes outros dois eventos.

Segurança

Para usar um termo comum entre os estadunidenses, segurança no Governors Ball é algo tricky. Você inicialmente se sente segurx porque vê policiais por todo o lado, mas a verdade é que só tem esse tanto de policial porque há um temor pela segurança e o risco de que qualquer coisa (leia-se um ataque terrorista) aconteça a qualquer momento.

Afinal, estamos falando de Nova York, dos Estados Unidos, um alvo em potencial a qualquer momento e que carrega um trauma enorme por conta de um atentado histórico. Para completar, estamos falando de um festival que aconteceu duas semanas depois do atentado à bomba no show da Ariana Grande em Manchester.

Em resumo, é necessário passar por uma revista detalhada, aturar algumas filas por causa disso; topar com policiais patrulhando os arredores do festival a pé ou de moto; ou ainda com policiais segurando rifles de longo alcance e olhar em alerta na saída, quando a multidão se aglomera.

É um tipo de (in)segurança diferente do que a gente vive aqui, mas é o modo que eles encontram de deixar a vida seguir apesar das ameaças típicas desse início de século.

As avaliações de todos os festivais que frequentamos estão organizadas no Festivalômetro, o nosso ranking de festivais 😉

2 Comments

  • Ivanete Silva
    Posted 30 de junho de 2017

    Oi Pri! Ameeei o post 🙂
    Tenho uma dúvida.
    Como você fez para adquirir os ingressos pro Governors Ball, comprou pela internet ou quando você chegou em New York?
    Beijooo

    • Priscila Brito
      Posted 1 de julho de 2017

      Ei, Ivanete! Fico feliz que tenha gostado do post 🙂 Eu comprei pela internet quando estava aqui ainda no Brasil. Beijo

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