O Festivalando contou com a colaboração de Sandra Nunes,  Leitor@ Festivaleir@ assídua na casa para poder contar para vocês como foi o Blastfest 2016, grande festival norueguês que acontece em Bergen. Esse é o terceiro texto, no qual ela nos conta tudo sobre como foram as apresentações do segundo dia de festival😉. O primeiro dia e também a avaliação da estrutura do festival você confere aqui e aqui.

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Muito bem, o segundo dia do Blastfest prometia ser beeem mais forte que o anterior já que os concertos iriam ter lugar num espaço maior que é a USF Verftet, uma antiga fábrica de sardinhas em lata, agora convertido em espaço cultural e gerido por uma fundação com o apoio da Câmara Municipal de Bergen. A USF tem 3 andares, muitas salas, mas apenas foram usadas algumas áreas para o festival, casos do palco principal, o Røkeriet Stage; o Sardinen Stage e o Studio Stage, bem como algumas salas destinadas à área VIP e Press e ainda zonas para venda de merchandising. Para quem não conhecia os cantos à casa, seria bem capaz de se perder um pouco no primeiro dia, mas basta ser fiel festivaleiro a esta causa que o problema de orientação é logo resolvido. No meu texto sobre a estrutura do Blastfest, irei aprofundar melhor sobre os espaços onde decorreram os concertos, pelo que agora vou apenas transmitir umas impressões gerais sobre os concertos que pude assistir.

Passemos à acção, de manhã, foi dia de passeio pelo parque com duas novas amigas (Hails to Elsa e Riina!) e depois vim para casa fazer o almoço, almoçar e sair não sem antes verificar no mapa onde ficava a USF, estava a 20 minutos e teria de andar um bom pedacinho incluindo subir uma colinazita e ao descer a mesma, era logo ali a USF, mesmo próximo do mar.

Perdi a primeira actuação do dia, a cargo dos Images At Twilight, no palco Studio, mas cheguei a tempo de uma das mais arrasadoras actuações do dia, só que não me deixaram (a) Kamp (f) ar (pronto, já descobriram qual é a banda!) no pit, ainda que o concerto tivesse acabado de começar, mas a verdade é os seguranças não permitiam a passagem devido a operadores de camera vídeo estarem a filmar o dito concerto. Ok, mesmo estando do lado de fora, tive de tentar uns recuerdos para a posteridade. Sr. Dolk e seus capangas não deixam ninguém indiferente ao seu folk/black e arrasaram por completo, ainda que fossem a primeira banda a pisar o palco principal. É daquelas bandas para se curtir mais vezes. Ainda assim, já fiquei satisfeitinha por fazer a 2ª ronda sob o fogo profano de Kampfar.

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A seguir foi tempo de correr para a sessão de autógrafos dos Vulture Industries no piso superior, na área de merch próxima do espaço VIP, e foi animada com a presença do membro mais novo, o filhote de um dos membros da banda, que também assinava alguns itens J.

Mais umas voltas pelo espaço e eis-me de regresso ao Røkeriet onde iriam actuar os Dødheimsgard, também abreviados por DHG, que conquistaram a audiência com o seu black avant-garde experimental e a apresentar mais uma vez o seu último opus denominado “A Umbra Omega”, combinando-o com os trabalhos anteriores. E novamente o génio do vocalista Aldrahn, do guitarrista Vicotnik e companhia fez mossa nas mentes dos mais determinados da linha da frente. Claro que fiquei rendida por mais uma volta no espaço transcendental que a música de DHG me proporcionou.

Próxima etapa tratava-se de ver o concerto de Vulture Industries no palco Studio, que se tornou tão pequeno para uma excelente performance destes incríveis músicos, que gostei bastante e espero voltar a rever numa próxima ocasião. Quanto mais avant-garde e progressivo nesta onda de black, melhor. Afinal o black combina bem com outras tendências, não tem que ser cheio de “trueza” ditatorial, é só saber como executar na maior e com à vontade.

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Nova corrida para ir ao meet n’greet com os lendários …In The Woods, que estão de regresso para uma série de concertos especiais, a sessão estava prestes a terminar, mas ainda consegui que posassem para a minha objectiva, já que não tirei foto com os membros. É sempre bom conhecer aquelas bandas que vamos ver pela primeira vez e que regressam após anos de hiato musical, tornando esses momentos históricos, já me sinto uma privilegiada não só por estar no festival, mas também por assistir a momentos únicos, como esta edição com um line-up 100% norueguês, mesmo que não tenha estado presente no último dia.

Deambulações aqui e ali, de novo no palco principal e deparo-me com os Taake a deitarem tudo abaixo com a sua desbunda nortenha, comandados pelo multi-irreverente Hoest, que também iria fazer estragos na hora de Gorgoroth (devo dizer, que por mera sorte, eu ganhei um meet n’greet com a banda), cuja actuação também foi polémica…mais adiante explico o motivo.

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Era tempo de ser contagiada pela fantástica performance repleta de progressivo avant-garde dos Virus no Studio, mesmo com o vocalista e guitarrista lesionado, deram o seu melhor e ganharam mais uma fan.

Uma viagem aos bosques me aguardava no Røkeriet e que maravilhoso foi essa viagem musical proporcionada pelos …In The Woods, só mesmo para quem gosta, deu para perceber que o público é bastante selectivo, sabe escolher, vai ver ou rever aqueles que gosta ou que despertem mais interesse e depois passeia pelas bancas do merchandising, bares ou visita as exposições, tudo na maior sem chatices, simples: não gosta, não vê e deixa os outros curtirem, e foi um público bem contemplativo e nostálgico que encontrei durante o concerto.

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Agora a maior actuação do dia e a que causou polémica coube aos Gorgoroth, novamente com Hoest ao comando, que se apresentaram em palco e detonaram tudo com uma componente cénica bem forte incluindo duas modelos semi-nuas crucificadas e com as cabeças cobertas por capuzes negros; mais de 30 cabeças de cordeiro reais a enfeitarem as várias frentes do palco, que algumas delas foram parar às mãos de fans que provavelmente se esqueceram de um par que andou perdido no centro da cidade no dia seguinte e que deu origem a caso de polícia, situação meio caricata e assustadora. Não sou fan da banda, mas ainda me ri com a história quando vi nas redes sociais, já se sabe, concerto de Gorgoroth dá no que dá, cuidadinho nos passeios pelo centro para não encontrar alguma cabeça de cordeiro perdida, hehe. A banda deu um concertão e soube muito bem como segurar a audiência.

Enfim, chegou a hora do meet n’greet, limitada a 10 sortudos, era só cumprimentar o pessoal, e Sr. Hoest já acompanhado de uma garrafa de vinho, foi simpático, apesar do cansaço ou mais que possível bebedeira. 😀 Desta forma termina o segundo dia de Blastfest, que o terceiro e último seria beeem puxado, com uma série de actividades para realizar.

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